Grease: Rise of the Pink Ladies 1x03 – So This is Rydell?

“I see a new way to ride at Rydell”

QUE CLIMA GOSTOSO! “Grease: Rise of the Pink Ladies” está mesmo se mostrando uma série e tanto! Sendo um grande musical (“Take the Wheel” foi um número ESPETACULAR, por exemplo!), a série tem uma trama interessante que se encaixa dentro do que já conhecemos do universo de Rydell High e, ainda assim, consegue contornar o que ficou datado no musical e no filme originais, contando uma história atual e interessantíssima, a partir do momento em que o protagonismo é dado às Pink Ladies, uma “gangue de garotas” que está ascendendo e propondo mudanças na escola com a candidatura de Jane Facciano à presidência. Com visuais incríveis, boas atuações e músicas carismáticas, “Grease: Rise of the Pink Ladies” continua envolvente e promissora.

“So This is Rydell?”, o terceiro episódio da série, começa nos apresentando uma nova personagem: Hazel. Também nova na escola, Hazel não se sente em casa em Rydell High e, por isso, o discurso de Jane sobre como “a escola não é divertida para todo mundo” lhe chama a atenção e faz com que ela levante a cabeça do livro que sempre carrega consigo em uma postura quase desinteressada que, na verdade, é a maneira que ela encontrou para se proteger dos “populares” da escola e tentar “passar despercebida”, ao invés de sofrer o que provavelmente sofreria em uma escola cheia de gente rica, branca e hétero. Ela sente que aquele lugar não é para ela, e sua música, “Same Sky”, é uma composição lindíssima e inspirada um pouco a respeito de tudo o que ela sente.

A questão do preconceito é um tema recorrente nesse episódio – e sinto que “Rise of the Pink Ladies” ainda pode/deve explorar isso nos demais episódios… em parte, essa é a base da campanha de Jane, não? Hazel é uma garota preta vista como inferior na escola, assim como seus companheiros de escola que são latinos, por exemplo, e essa pode ser uma parceria valiosíssima para Jane, porque Hazel a ajuda a enxergar coisas nas quais ela jamais pensou. Quando Jane ensaia no clube de debate, por exemplo, Hazel tem comentários a fazer que quase guarda para si mesma, mas que são muito úteis: a campanha de Jane sobre como “nem todo mundo se diverte em Rydell” é forte, mas parte da premissa de que “diversão” é a mesma para todo mundo.

E não é.

Então, Jane precisa começar a repensar a sua campanha, e as coisas começam a se transformar, em uma cena divertidíssima na qual Jane consegue invadir a sala da vice-diretora e anunciar, no rádio da escola, uma nova proposta de baile que é diferente do baile tradicional que acontece todo ano – e, para começar, Jane tem certeza de que não quer que o baile aconteça no clube que sempre acontece. Uma visita com a família ao clube extremamente preconceituoso a faz ter certeza de que sua plataforma está correta. “In the Club” é um número musical que se passa em uma espécie de “alucinação” de Jane na qual ela está vendo, na sua frente, todo tipo de pensamento conservador que o clube representa, e a letra é inteligentíssima reforçando como ali tem “espaço para todo mundo, desde que você seja rico, branco e hétero”.

SENSACIONAL.

Jane tem a sua grande chance durante um debate contra Buddy que vai ser transmitido na televisão – afinal de contas, o fato de uma garota estar competindo pela presidência em Rydell High pela primeira vez é algo que vira notícia, mas o debate não poderia ser mais desastroso. Jane tinha um monte de coisa para dizer, uma série de propostas a apresentar, mudanças que eram necessárias em Rydell High, mas ela acaba pressionada pela presença da mãe, que a advertiu sobre não falar mal sobre o clube na TV, por exemplo, e ela acaba recuando e não dizendo nada com nada… o que é um vexame, mas, mais do que isso, é muito triste. Foi angustiante ver a decepção das Pink Ladies, de Richie, de Hazel e, principalmente, da própria Jane.

Parece que a campanha de Jane (ou ao menos qualquer chance de vencer) terminou ali, mas talvez Jane tenha mais uma chance, ainda que informal. Hazel a encontra no corredor e aceita um botton de sua campanha, o que é a maneira de ela dizer que ainda acredita nela, e sugere que o debate “oficial” chegou ao fim… e talvez seja justamente disso que a Jane precisa: de um debate não-oficial, de uma segunda chance. E ela aproveita um momento no Frosty Palace (eu acho incrível poder ver esse cenário o tempo todo!) para desafiar Buddy a um novo debate… Susan tenta persuadi-lo a não aceitar o desafio, porque “ele já ganhou”, mas ele acaba cedendo, talvez porque em parte queira dar a Jane a chance de falar (ele parece ter tentado na TV, ou não?).

E esse novo “debate” acontece em uma sequência musical MARAVILHOSA – a minha favorita de “Rise of the Pink Ladies” até o momento. “Take the Wheel” é um grande momento para Jane, quando ela literalmente “assume o volante” e decide que, de agora em diante, ela vai fazer as coisas do seu jeito e vai ser ela mesma… é a única maneira de vencer essas eleições! Musical e coreograficamente, a sequência é BRILHANTE, cheia de cor, de energia, de boa dança; em termos narrativos, funciona incrivelmente bem para mostrar uma Jane mais solta e mais confiante, contra um Buddy que não sabe bem o que está fazendo porque tampouco está sendo “ele mesmo” na campanha. E, dessa vez, Jane sai como vitoriosa… em um debate que, particularmente, eu acho que importou muito mais.

Também é importante destacar a maneira como as Pink Ladies não abandonam Jane – ainda que elas estejam decepcionadas e não queiram esconder isso, elas tampouco deixaram de acreditar na Jane e em sua campanha, então vão até a casa dela para buscá-la para uma “reunião emergencial” antes de toda a sequência que leva ao novo debate vitorioso… o fato de elas não a abandonarem reforça essa amizade que está mais do que nascendo, mas se consolidando. Além disso, a cena da Jane em uma festa na casa de Richie e Olivia me fez pensar em “Run and Tell That”, de “Hairspray”, e foi ótimo ver Jane se soltar, dançar a uma música em espanhol e ter coragem para beijar o Richie, o que ela está querendo fazer há algum tempo. Uma sequência importante.

A série está sendo muito bem construída!!!

 

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