Merlin 2x01 – The Curse of Cornelius Sigan
“Everything
I do is for him and he just thinks I’m an idiot”
Começamos a
segunda temporada de “Merlin”. Com um
quê de retrocesso? Talvez, mas eu continuo amando a série porque sempre vou
amá-la e sei que temos uma boa temporada à frente. Quando falo de “retrocesso”,
me refiro principalmente à evolução que acompanhamos durante a primeira
temporada tanto do personagem de Arthur quanto da sua relação com Merlin – “The Curse of Cornelius Sigan” parece
um episódio que poderia estar facilmente lá
no início da primeira temporada ainda, porque independente de tudo o que
eles passaram juntos em várias ocasiões, Arthur parece ter uma facilidade imensa para não acreditar em Merlin e, pior,
destratá-lo. Ao mesmo tempo, no entanto, parece que Merlin está mais decidido a
ficar ao lado de Arthur do que nunca.
A temporada
começa com uma sala secreta encontrada no subterrâneo de Camelot: uma tumba
cheia de tesouros e uma “joia” poderosa e perigosa. Enquanto Uther se empolga
em explorar os tesouros
recém-descobertos, Gaius fica encarregado de investigar as inscrições que foram
encontradas, e ele descobre, eventualmente, que a tumba pertence a Cornelius
Sigan, um antigo feiticeiro perigoso a quem as histórias atribuem a própria
construção de Camelot… um feiticeiro cruel que queria desafiar a morte e talvez
tenha encontrado um fim para a mortalidade quando prendeu a sua alma na tal joia que está sobre sua
tumba: e quem quer que pegue aquele coração azul e brilhante vai se tornar um
receptáculo para o poderoso feiticeiro retornar e cumprir sua missão de
destruir Camelot.
O mais
revoltante é que Gaius avisa Uther do perigo que está correndo se recusando a
fechar aquela entrada para sempre, e o Rei simplesmente ignora o seu aviso como
se fosse uma superstição tola que precisa ser ignorada… o que, na minha
opinião, nem sei se faz tanto sentido, já que Uther sempre foi tão resistente a
tudo que envolvia magia (mas acredito
que a ganância pelo tesouro deve ter falado mais alto). Ao perigo eminente de
Cornelius Sigan se junta a aparição de Cedric, um cara interesseiro e ardiloso
que fica sabendo sobre a recente descoberta e decide encontrar uma maneira de
explorar o local ele mesmo… para isso, ele precisa encontrar uma maneira de se
aproximar do Príncipe Arthur, o que quer dizer afastar o Merlin e assumir seu lugar.
Há certo tom
de comédia enquanto Cedric arma repetidamente para Merlin – mas confesso que eu
não achei lá tão engraçado… Cedric é desprezível e não tem nem um pouco de
carisma que justifique a comédia, o Arthur está insuportável caindo em cada pequena armação (como o lance da sela
de cavalo e tudo o mais), e quem se salva mesmo é o Merlin, que está realmente
espetacular durante todo o episódio! Colin Morgan acerta em cheio o tom de
comédia perfeito para Merlin, o equilibrando com uma dramaticidade interessante
que tem a ver com a sua vontade de proteger Arthur porque, apesar de qualquer
coisa, ele se importa de verdade com ele. E, para proteger o Príncipe, Merlin é
capaz de sair no tapa com Cedric, o
que rende uma cena excelente.
Sério, o
Merlin está saindo no tapa com outro homem pelo Arthur, sabe?
Gosto muito
de como o episódio também consegue explorar, então, esse lado mais sentimental de “Merlin”. Conforme Arthur vai caindo na ladainha de Cedric e
afastando Merlin (que ganha uma noite de “folga” inicialmente e, depois, acaba
sendo jogado na prisão!), ganhamos uma cena bastante emotiva de Merlin com
Gaius, quando ele externa seus sentimentos de frustração em relação a Arthur: ele faz tudo por ele, e Arthur só acha que
ele é um idiota. Tudo bem que o Arthur não sabe tudo o que Merlin já fez por ele, mas Arthur sabe o suficiente para
dar mais crédito a Merlin do que deu
durante esse episódio, já que ele nunca abandonou o seu lado e já salvou a sua
vida algumas vezes, inclusive com ele sabendo… talvez esperássemos mais do
Príncipe.
As coisas
ficam realmente sérias quando Cedric consegue o que queria: tendo afastado
Merlin e assumindo suas funções, ele consegue colocar a mão nas chaves para a
tumba de Cornelius Sigan, e então ele o liberta, mesmo sem saber o que está
fazendo… agora, Camelot tem um feiticeiro perigoso com o qual lidar, e Merlin
precisa fazer qualquer coisa para
proteger Arthur, já que sua vida está constantemente em perigo. Enfrentar
Cornelius Sigan apenas com determinação, mas sem nenhum plano ou conhecimento
extra, parece burrice: o próprio Gaius diz que Merlin não está à altura do
grande feiticeiro, pelo menos não ainda, então ele precisará de ajuda… da ajuda
do Grande Dragão, aquele que Merlin jurou nunca mais procurar na temporada
anterior.
Mas, agora, ele precisa da sua ajuda.
Novamente.
Propondo um
acordo com Merlin, de que ele o libertará em algum momento, o Grande Dragão lhe
concede um conhecimento poderoso que ele deve usar sabiamente – mas proteger
Camelot também é do interesse do dragão, como Merlin bem sabe, já que ele não
quer que Cornelius Sigan vença… enquanto isso, Arthur e os demais Cavaleiros de
Camelot enfrentam gárgulas de pedra que foram animadas pelo feiticeiro, e
Arthur acaba pego em uma emboscada e ficando sozinho para o lado de fora do
castelo, para uma batalha contra uma gárgula – e ele não tem a menor chance.
Felizmente, Merlin aparece a tempo de salvá-lo, quebrar a gárgula de pedra em pedacinhos e, então, enfrentar o
grande feiticeiro Cornelius Sigan, que está no corpo de Cedric, seu inimigo
atual.
A cena é
MUITO BOA. O diálogo é intenso (e podemos dizer que Cornelius Sigan disse algumas verdades a respeito de como
Arthur trata Merlin, como um escravo e sem o menor respeito), mas Merlin é
incrível e íntegro, e diz que prefere servir a um homem bom do que comandar o
mundo ao lado de um homem mau. E eu preciso dizer que Colin Morgan estava particularmente bonito durante toda essa
sequência, de verdade! Por fim, quando Cornelius Sigan ambiciona o poder de
Merlin, ele cai em uma armadilha do jovem feiticeiro, o que gera uma pequena
sequência tensa de suspense enquanto nos perguntamos se Cornelius conseguiu
assumir o corpo de Merlin, antes de Merlin abrir aquele velho sorriso que
conhecemos e que amamos. Está tudo bem,
por ora.
Mas toda
essa trama “lembra” Uther da sua resistência à magia.
Merlin está menos seguro do que nunca.
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