Pornographer | The Novelist – Episode 5: Between Truth and Lies

“Sensei!”

Kijima é um homem problemático? Possivelmente. Ao mesmo tempo, no entanto, eu não acho que ele seja uma pessoa má, e torço realmente por um final feliz para ele… existem coisas que ele ainda precisa superar, caminhos que talvez ele tenha que percorrer sozinho para poder ter um relacionamento saudável de verdade, mas a presença e a influência de Kuzumi sobre ele podem ser um bom ponto de partida para que ele chegue aonde precisará estar para realmente ser feliz – e eu acredito na possibilidade de Kijima e Kuzumi sendo felizes juntos… se não for no próximo episódio, que encerra “The Novelist”, que seja no especial e no filme que foram lançados mais tarde, depois que as coisas tenham se assentado e eles possam, talvez, se “reencontrar” em um melhor momento.

Porque Kuzumi acabou de descobrir que Kijima mentiu para ele desde que eles se conheceram… enquanto pensava na possibilidade de ter que se separar dele porque o tempo do acordo estava chegando ao fim, Kuzumi pegou um dos seus livros para ler/terminar de ler antes de devolvê-lo, e se deu conta, finalmente, de que a história que Kijima estava ditando e ele estava transcrevendo era, na verdade, a mesma história de um livro já publicado – e, agora, ele precisa confrontar Kijima com essa informação, em uma cena forte na qual Kijima parece perturbado o suficiente para rir de seu “joguinho”, enquanto conta que jogou fora tudo o que Kuzumi escreveu, desde o primeiro dia; o que, naturalmente, causa uma revolta tão grande de Kuzumi, que está com os nervos à flor da pele.

Tudo é perfeitamente intenso na sequência que se segue, porque tudo parece vir à tona, inclusive os sentimentos conflitantes de Kuzumi. Parte dele está furioso, e ele chega a dar um soco em Kijima (!), parte dele, no entanto, está preocupado e, quiçá, apaixonado, como ele chega a dizer quando o abraça, dizendo que gosta dele. Kijima, no entanto, está tão frustrado com tanta coisa e tão fechado para o mundo que ele não reage da forma como Kuzumi esperava, ou como nós esperávamos… ele é um completo babaca ao desmerecer os sentimentos sinceros de Kuzumi e perguntar a ele se ele realmente “gosta” dele ou se ele só quer “fazer sexo” com ele. O que ele está dizendo é: se ele quiser sexo, Kijima pode oferecer; um relacionamento de verdade, com sentimentos, no entanto, não.

A cena entre Kuzumi e Kijima é controversa – mas ainda quente e excitante. Kuzumi quer fazer sexo com Kijima, é verdade, e ele já imaginou isso mais de uma vez desde que eles começaram a “trabalhar” juntos nos romances pornográficos, mas ele não queria que fosse daquela maneira… não queria que fosse cru e sem sentimento daquele jeito, mas tampouco pode evitar as reações do seu corpo quando Kijima o toca e o desejo toma conta dele. Kijima finalmente faz aquilo que se ofereceu para fazer, “por brincadeira”, no primeiro dia e que nunca saiu da mente de Kuzumi. Kijima satisfaz Kuzumi sexualmente… mas não emocionalmente. E os dois estão frustrados quando chega ao fim, e não é o começo de uma relação entre eles nem nada assim, infelizmente.

Kijima vai embora, com a cabeça um turbilhão… e Kuzumi tem um surto em casa sozinho, em um grito doloroso. E eu realmente senti por ambos. Existem feridas a serem remendadas, mas existe, também, a possibilidade de dar certo, mais cedo ou mais tarde. E talvez isso comece, inusitadamente, com uma ligação inesperada de Kido para Kuzumi, que quer falar a respeito de Kijima. Kuzumi encontra Kido no escritório da editora para a qual Kijima trabalha, e os dois conversam a respeito de como Kijima está tendo uma crise criativa e de como, nos últimos anos, tem apenas “requentado” histórias que escrevera antes disso tudo começar, por algum motivo (que eu sinto que será explorado melhor em “Mood Indigo”), já que não consegue mais escrever nada novo.

Aqui, exploramos um pouco das falhas e dos problemas de Kijima, e do sofrimento que explica aquela sequência na qual ele joga coisas no chão depois de Kuzumi ter deixado o seu apartamento: Kijima é um excelente escritor, mas ele vive apenas para a escrita, o seu mundo é isso, e agora que ele não tem mais conseguido escrever, é como se ele não tivesse um propósito, um motivo para viver… e as coisas podem ficar cada vez mais pesadas. É bonito ver como Kuzumi se importa verdadeiramente com Kijima, como acha que ele é um grande mestre da escrita, e como quer ser capaz de, de alguma maneira, ajudar Kijima a se sentir como se sentia antes, quando podia escrever histórias sem parar… então, ele corre de volta para a casa do escritor: ele precisa fazer algo.

É uma corrida emocionante a de Kuzumi, preciso dizer.

E, agora, nos perguntamos o que a conclusão de “The Novelist” nos reserva.

 

Para mais postagens de “Pornographer | The Novelist”, clique aqui.

 

Comentários