Power Rangers: Agora e Sempre (Mighty Morphin Power Rangers: Once & Always, 2023)

“Once a Ranger, always a Ranger”

LINDÍSSIMO e EMOCIONANTE. Há 30 anos, uma equipe de cinco “adolescentes com atitude” era recrutada por Zordon para proteger a Terra da perversa Rita Repulsa, que tinha acabado de escapar, e isso dava início a uma franquia de sucesso com várias equipes de Power Rangers dando continuidade ao legado da primeira equipe, formada por Jason, Billy, Kimberly, Zack e Trini. “Power Rangers: Agora e Sempre” é um especial nostálgico e repleto de fan service delicioso, além de conter uma carga dramática palpável e muita sensibilidade ao trazer a morte de Trini para o centro da narrativa, como o motivador para os acontecimentos de agora… visuais incríveis, rostos familiares que amamos de volta e, quem sabe, uma dica do que está por vir em “Cosmic Fury”?

Adoro o fato de a primeira pessoa que vemos em “Agora e Sempre” ser o Billy, e de ele assumir a liderança da equipe e, consequentemente, o protagonismo do especial – Billy sempre foi meu personagem favorito em “Mighty Morphin Power Rangers”, e esse destaque é uma posição que David Yost sempre mereceu ocupar. A sequência de introdução funciona como um Prólogo, nos apresentando à Rita Robô, uma versão “reconstruída” de Rita Repulsa, e uma batalha que inclui toda a equipe original de “Mighty Morphin” quando Billy pede reforços… e é nessa batalha que Trini se sacrifica para proteger Billy de um golpe da Rita Robô que o teria matado. Com a morte trágica de Thuy Trang, essa foi uma maneira linda de nos despedirmos, também, de Trini… é um ato altruísta que ela teria.

Um ano depois, Zack está cuidando de Minh, a filha adolescente (e com atitude) de Trini, que está treinando desde a morte da mãe, na esperança de se tornar uma Power Ranger e enfrentar, ela mesma, a Rita Robô – embora ela ainda tenha que entender a diferença entre “justiça” e “vingança”. E ela culpa Billy pela morte da mãe, não porque Trini se jogou na frente do golpe de Rita para salvá-lo, mas porque foi uma atitude de Billy que “trouxe Rita de volta” na forma de um robô, no corpo de Alpha 8… Zack a ajuda a entender, no entanto, que o que Billy fez foi um acidente, e que ele estava tentando fazer algo bom, porque Billy acredita que pode trazer o Zordon de volta. Foi um acaso desafortunado que trouxe as partículas do mal de Rita de volta em uma nova versão da vilã.

Rita Robô tem um plano que envolve viagem no tempo: ela pretende abrir um portal para o momento em que foi liberada depois de 10.000 anos, para conversar com sua versão mais jovem e, quem sabe, matar os Power Rangers antes mesmo de eles serem recrutados por Zordon… para isso, ela precisa da energia do máximo de Rangers que conseguir capturar: dentre eles, Jason, Kimberly e Tommy. É a maneira encontrada pelo especial para justificar a ausência de alguns nomes do elenco original e trazer personagens que também foram Power Rangers em algum momento lá do início da franquia: a David Yost como Billy e Walter Jones como Zack, juntam-se também Steve Cardenas como Rocky, o segundo Ranger Vermelho, e Catherine Sutherland como Kat, a segunda Ranger Rosa.

É quase estranho ver a equipe lutar sem uma Ranger Amarela, mas Minh ainda tem coisas a aprender até poder morfar e, enquanto isso, todos seguem um plano de Billy que consiste em aprisionar os vilões enviados por Rita Repulsa, enquanto todas as equipes de Power Rangers por todo o mundo são convocadas para enfrentar as ameaças que tomaram conta do planeta – infelizmente, não temos nem uma rápida visão das demais equipes lutando, e a desculpa de que eles não podem morfar porque se tornam rastreáveis ajuda a justificar essa ausência. Ainda assim, conforme o plano de Rita Robô avança, vemos algumas referências a outras temporadas na forma de outros Power Rangers que foram capturados e estão, agora, energizando a máquina de Rita.

“Agora e Sempre”, como era de se imaginar, explora cenários que sempre foram importantes em “Mighty Morphin Power Rangers”, como o Centro de Comando (que, por sinal, está MUITO BONITO, por dentro e por fora!), o Youth Center da Alameda dos Anjos (um dos lugares mais nostálgicos possíveis na franquia, foi ali que tudo começou) e até o Castelo de Rita Repulsa na lua, onde uma das sequências mais importantes do especial acontece: depois de ter entendido as atitudes de Billy, e agradecida porque foi ele quem insistiu para que Zack lhe contasse toda a verdade sobre a mãe, porque era importante que ela soubesse para que pudesse superar eventualmente, Minh tem um gesto 100% altruísta e parecidíssimo com o de Trini, ao salvar a vida dele.

Felizmente, enquanto todos se reúnem em volta de Minh, ela desperta porque o golpe de Rita Robô acertou o morfador no bolso do seu casaco, salvando a sua vida e lhe trazendo memórias dos tempos de Trini como Power Ranger – memórias que ajudam Minh a perceber o quanto todos eles eram importantes para a sua mãe. E, ali, a energia amarela toma conta dela e, pela primeira vez, ela pode morfar… e até recebe a honra de ser quem diz, dessa vez, “It’s morphin’ time”. Com uma Ranger Amarela em ação, as cores da equipe ficam mais harmoniosas e temos a sensação de que, finalmente, a equipe está completa, e é ótimo vê-los lutar, sabendo que eles precisam destruir o monstro de Rita Robô para salvar os amigos… e também é impressionante ver Billy atacar Rita.

Batalha gigante? Temos. E é uma grande surpresa deliciosa, eu diria. Não é um grande espetáculo, mas é proposital: “Agora e Sempre” fez de tudo para atualizar um pouco os Zords e a cabine de comando, mas de uma maneira que ainda fossem os Zords e o Megazord que conhecemos de “Mighty Morphin”, não podia destoar. O resultado, a meu ver, é emocionante, com direito a um momento breve em que o Megazord é comandado apenas por Billy e Minh, e toda a sequência na qual os demais se juntam à batalha, mas Billy continua em uma posição merecida de protagonismo, na frente e no centro do comando do Megazord. Toda uma batalha emocionante que termina com os monstros destruídos, a morte de Rita Robô e os demais Rangers salvos.

Sendo uma belíssima homenagem a Trini e dando o protagonismo merecido a Billy, o especial de 30 anos de “Power Rangers” também traz dois outros rostos conhecidos, que aparecem em uma mensagem vinda diretamente de Aquitar (!) em algum momento do especial, e estão no Centro de Comando depois que a missão termina: Karan Ashley interpretando Aisha e Johnny Yong Bosch interpretando Adam. Infelizmente, a participação deles é bem pequena, mas eu fiquei feliz em vê-los, de todo modo, porque são personagens de quem gosto muito, e eu achei particularmente emocionante ver o Adam e o Zack se cumprimentando, já que os dois foram Rangers Pretos de “Mighty Morphin”. Também foi lindo ver Aisha dizendo a Minh que está feliz que o Tigre Dentes de Sabre esteja em boas mãos.

Continuamente, “Mighty Morphin Power Rangers: Once & Always” brincou com referências que nos fizeram sorrir e nos emocionar – e pensar que alguns de nós tiveram a oportunidade de estar aqui, acompanhando a franquia, desde o início… além de easter eggs divertidos que certamente continuaremos acumulando conforme assistimos e reassistimos ao especial, o episódio termina com uma homenagem LINDÍSSIMA que traz o trecho de um episódio da época, com Kimberly cantando uma música cuja letra tem tudo a ver com o tom de homenagem que o especial assumiu, e a dedicatória do especial às vidas de Thuy Trang e Jason David Frank. Choramos com a música de Kimberly, e sorrimos felizes com a “reconstrução” da abertura com cenas do especial…

Eu queria muito que isso estivesse ali mesmo!

Agora, nos encaminhamos para o futuro da franquia… “Agora e Sempre” é uma belíssima homenagem que olha para o passado, nos relembra de onde viemos e honra todo esse legado de 30 anos, ao mesmo tempo em que talvez nos dê dicas do que veremos a seguir. Não me parece aleatório que Billy tenha ganhado uma missão tão grande nesse especial, até porque ele o termina (naquela cena dele com Zack e Minh no Youth Center da Alameda dos Anjos) dizendo que não vai desistir de trazer o Zordon de volta… já que Billy Cranston estará presente em “Power Rangers Cosmic Fury” (o que me deixa TÃO FELIZ!), provavelmente veremos Billy dar continuidade a essa sua missão – e, quem sabe, talvez até vejamos um retorno de Zordon, depois do que aconteceu em “In Space”.

“Power Rangers” fez história. E está com todo o gás para continuar fazendo.

 

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