Super Mario Bros. O Filme (2023)

“Sou eu. Mario!”

NOSTÁLGICO E EMOCIONANTE. “Super Mario Bros. O Filme” é uma das animações mais aguardadas de 2023 (embora esteja ao lado de outras animações de peso, dentre elas “Homem-Aranha através do Aranhaverso”, que é uma das minhas grandes esperas do ano também), especialmente por aqueles que, como eu, cresceram jogando “Super Mario” da infância para o resto da vida… e que grande experiência é essa adaptação cinematográfica. Com todo o cuidado com o material original, brincando o tempo inteiro com elementos dos jogos através de referências diretas ou não, e uma animação lindíssima, “Super Mario Bros. O Filme” é um evento que deve fazer os fãs da franquia sorrirem e aquecer o coração de qualquer criança interior que passou horas em frente a um videogame.

Para mim, é um grande acerto trazer o universo do Super Mario para o cinema em uma animação, a começar pelo fato de que os jogos, por si só, têm um visual impressionante. Tanto os cenários quanto os personagens da franquia são muito coloridos e cheios de vida, e isso se traduz de uma forma tão chamativa no cinema que é impossível não ficar encantado pela beleza visual mesmo do que estamos assistindo. Além disso, os elementos dos jogos foram encaixados à narrativa de forma brilhante (a flor que dá os poderes de fogo à Princesa Peach, por exemplo, ou o cogumelo que faz o Mario crescer, além de vários outros poderes que vem a calhar quando os personagens precisam de ajuda), e eu saí do cinema com uma vontade imensa de ligar meu videogame novamente.

“Super Mario Bros. O Filme” prova que nem sempre é necessário extrapolar demais para se fazer algo muito legal. A história é simples, e consiste principalmente no Mario tentando resgatar o irmão depois de Luigi ser feito prisioneiro de Bowser, e o filme se torna uma grande aventura colorida e nostálgica que nos remete constantemente ao videogame e é gostosa de se assistir… além disso, os personagens têm carisma e boas sacadas cômicas que nos arranca algumas risadas (destaque para o Toad, que se torna “o melhor amigo” de Mario logo que ele chega ao Mundo dos Cogumelos, para a estrelinha pessimista que está aprisionada junto com o Luigi no castelo de Bowser, e para a própria “briga”/amizade que nasce entre o Mario e o Donkey Kong).

Mario e Luigi, irmãos de origem italiana e encanadores com seu próprio negócio e nenhum cliente, veem uma oportunidade fascinante de chamar a atenção quando um problema de encanamento está ameaçando destruir todo o Brooklyn, mas eles acabam sendo sugados por um cano verde (!) que os transporta para lugares completamente diferentes… e, infelizmente, os dois acabam se separando, pouco depois de Mario recordar Luigi de algo que ele sempre dizia ao irmão: que nada de ruim lhes aconteceria enquanto eles estivessem juntos. Enquanto Luigi ganha um destino muito mais assustador, Mario acaba no colorido Mundo dos Cogumelos, onde a Princesa Peach talvez possa ajudá-lo a salvar o irmão… e ela está mesmo indo em direção ao castelo de Bowser.

Achei muito bom separar o Mario do Luigi no filme, por vários motivos: a) embora o Luigi sempre tenha sido o meu favorito, eu sinto que ele poderia ficar mais “apagado” na companhia constante do irmão e, ainda que com menos tempo de tela, ele teve o seu merecido destaque estando preso esperando o resgate, mas protagonizando a sua própria parte do episódio; e b) o filme ganhou uma carga emotiva bonita que foi reforçada na reta final e me emocionou. Também foi excelente ver o Mario precisando superar a si mesmo para ser digno de acompanhar a Princesa Peach em sua missão, em uma sequência que incorpora uma série de elementos dos jogos clássicos do Mario, como uma “fase” que ele precisa “passar” para mostrar para a princesa que está pronto.

O filme consegue misturar elementos de vários jogos da franquia com maestria impressionante (a própria brincadeira da corrida de Mario e Luigi pela cidade no início do filme, por exemplo, é toda feita como se fosse uma fase dos jogos mais clássicos dos irmãos), e ainda expande brevemente o universo colocando um outro mundo cheio de outros personagens, que podem ganhar adaptações solo no futuro, se a Nintendo decidir (e, pelo sucesso de bilheteria de “Super Mario Bros. O Filme”, eu diria que isso é uma certeza), quando Mario e a Princesa Peach vão até o Mundo da Selva para pedir a ajuda do rei – que é pai do Donkey Kong. Sensacional a luta entre Mario e Donkey Kong, por sinal, que usa o cogumelo azul, traz a flor de fogo novamente, sem ser usada, e o poder do gato.

Naquele momento, eu fiquei esperando o poder que faz o Mario voar E ELE APARECE MAIS TARDE!

Com a ajuda de um exército e prontos para atacar o Bowser antes que ele invada o Mundo dos Cogumelos, Peach, Mario e os demais saem do Mundo da Selva pilotando karts, o que é extremamente clássico da franquia, embora não seja um jogo que eu tenha jogado muito na vida… ainda assim, foi ótimo ver aquela pegada meio “Corrida Maluca”, com direito à pista arco-íris, que fica visualmente impressionante em tela – e é aqui que o grupo se separa… Mario e Donkey Kong caem no mar, para resolverem os seus problemas e selar a amizade, enquanto a Princesa Peach “precisa” aceitar um pedido de casamento de Bowser para impedir que o seu reino seja destruído e, consequentemente, as vidas dos seus Toads corram perigo. Mas, é claro, ela tem um plano.

A Princesa Peach é UM MÁXIMO, e ela tem várias cenas sensacionais no filme! Como um fã do videogame, eu fiquei particularmente contente de vê-la assumir poderes da flor vermelha e da flor azul, por exemplo, com direito a mudanças em seu vestido, exatamente como tinha que ser… no buquê de casamento que o Toad entrega para ela, ela encontra uma flor azul que é um grande poder que lhe dá uma vantagem impressionante contra o Bowser e os seus aliados, com a Princesa Peach protagonizando uma das principais batalhas do filme até que o Donkey Kong chegue para impedir que os prisioneiros sejam derretidos na lava, por exemplo, salvando a vida de Luigi e de todos os demais. Mas, é claro, nada disso é o suficiente para deter Bowser e seu plano maligno.

E a batalha acaba sendo acidentalmente levada para o mundo real pelo próprio Mario. E, agora, é a sua vez de assumir o protagonismo no último ato do filme – E É INCRÍVEL. Adorei, também, como o Luigi aparece corajosamente, desafiando a si mesmo, para salvar o Mario quando o irmão mais precisa, e para lembrá-lo que “nada de ruim pode acontecer enquanto eles estiverem juntos” – e, assim, os dois juntos pegam a estrelinha que é o poder mais legal de “Super Mario Bros.”, porque eles se tornam praticamente imunes a tudo. Ver os personagens brilhando, com aquela musiquinha tocando, enquanto eles lutam destemidamente e se livram de qualquer vilão no caminho consegue transmitir quase a mesma sensação de quando pegávamos esse poder jogando videogame.

E É RECOMPENSADOR DEMAIS.

Foi uma grande sequência final, para mim, e eu adorei que ela tenha sido protagonizada igualmente por Mario e Luigi, porque os dois juntos são os SUPER MARIO BROS que nós tanto amamos… e, quando o filme chegou ao fim, eu estava triste porque parece muito rápido e a experiência é maravilhosa. Leve, divertido, colorido, com um visual incrível e um toque de emoção muito fofo, “Super Mario Bros. O Filme” é tudo o que ele se propôs a ser: nostalgia garantida graças a vários elementos adicionados (trilha e efeitos sonoros fazendo um belíssimo trabalho, inclusive, nos levando de volta no tempo!), além de ser, por si só, um filme muito gostosinho que nos faz feliz e nos faz deixar o cinema sorrindo. Definitivamente, uma das grandes animações do ano, recomendadíssimo!

 

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