Vale o Piloto? – Grease: Rise of the Pink Ladies 1x01 – We’re Gonna Rule the School
“We’re
gonna need some jackets”
TALVEZ A
MINHA ESTREIA FAVORITA NO ANO ATÉ AGORA! Que espetáculo esse episódio de
estreia de “Grease: Rise of the Pink
Ladies”. Com a proposta de se passar na Rydell High de 1954, alguns anos
antes da história de Sandy, Danny e Rizzo, que conhecemos de “Grease”, o clássico de 1978, “Rise of the Pink Ladies” provou, já em
seu primeiro episódio, um potencial gigantesco. Com cenários e figurinos
lindíssimos, músicas contagiantes e uma quantidade respeitável, mas não
sufocante de referências, a série
consegue resgatar e manter o espírito de “Grease”,
sendo nostálgico e familiar, ao mesmo tempo em que é nova e revolucionária,
porque teremos uma narrativa centrada nas Pink Ladies e na força incomensurável
que elas reúnem para transformar Rydell
High.
Que Piloto
FORTE!
“Rise of the Pink Ladies” tinha, desde a
sua concepção, um grande desafio em mãos. Apesar de amarmos “Grease” (o musical dos anos 1970 que
virou filme em 1978, protagonizado por John Travolta e Olivia Newton-John),
seus visuais e músicas, é preciso reconhecer que a história ficou datada, e a sua única “desculpa” é o
fato de estar propositalmente ambientada na década de 1950. Ainda assim, para
conversar com o público atual, a série precisava abandonar o machismo de sua
história original e empoderar as Pink Ladies, mas de uma maneira que não negasse ou contradissesse o que conhecemos do universo. E a estreia de “Rise of the Pink Ladies” fez justamente
isso, brincando com referências, cenários e músicas, valorizando o que amamos
de “Grease” e se direcionando para uma nova era.
“We’re Gonna Rule the School”, o
episódio de estreia de “Grease: Rise of
the Pink Ladies”, começa sendo uma grande homenagem a “Grease” em
uma sequência de tirar o fôlego que me fez sorrir feito um bobo. Ao som da
clássica “Grease (is the Word)”,
cantada pelas quatro futuras Pink Ladies, a sequência de abertura brinca com
elementos conhecidos dos fãs além da
música em si: a cena de Jane e Buddy no carro, que parece o fim do verão de
Sandy e Danny; a fofoca sobre o namoro de Jane e Buddy se espalhando de uma
maneira muito similar à forma como a
fofoca sobre Rizzo se espalha; o cenário sendo o drive-in, que tem tudo a ver com os anos 1950; a chegada dos
T-Birds, liderados, aqui, por Richie, com posturas e atitudes similares às de
Danny…
Tudo
funciona brilhantemente.
Assistimos e
temos a certeza: isso é “Grease”.
Com o
universo reestabelecido, o episódio se dedica, então, a apresentar suas novas
protagonistas, com uma calma e uma firmeza confiantes, que fazem com que nos
envolvamos com cada uma das personagens e das histórias que elas estão
começando a contar. Jane Facciano é a grande protagonista do primeiro episódio
– e ganha um solo, “Different Year”,
que fala sobre como as coisas serão diferentes para ela naquele ano… mas não
necessariamente melhores, como ela
descobre assim que chega na escola para o primeiro dia de aula e se depara com
olhares e comentários maldosos, porque uma fofoca a respeito de ela e Buddy
“terem ido até o fim no drive-in” se
espalhou pelos corredores perversos de Rydell High, e ela está sendo julgada
por isso.
Eu sofro por
Jane, eu passo raiva com as risadinhas maldosas e desnecessárias dos demais
alunos, mas eu também amo o fato de que a Jane não é daquelas protagonistas
bobinhas que vai abaixar a cabeça e ir chorar sozinha no canto… ela ainda
precisa entender como agir, mas ela
vai fazer alguma coisa. Inicialmente, por exemplo, ela planeja desmentir os boatos que estão circulando
(e que chegaram a proporções catastróficas), mas a verdade é que reverter o
dano causado por uma fofoca, seja ela verdade ou não, é muito difícil. Como alguém vai acreditar nela? Então,
ela precisa encontrar força e pensar em alguma outra estratégia, e toda a trama
do primeiro episódio meio que gira em torno de Jane passando a ver novas coisas em Rydell – e se tornando outra pessoa.
A segunda
futura Pink Ladies que conhecemos mais extensamente é Olivia Valdovinos, a irmã
de Richie, o líder dos T-Birds, e que está sempre sozinha na escola, lendo um
livro e com uma atitude meio ameaçadora e distante – ela também passou por algo
parecido com Jane no ano anterior, e se fechou desde então. É interessante
perceber que uma amizade inesperada vai surgir entre elas, e como Jane prova
certo valor ao defender Richie contra uma mentira deslavada da nojenta da Susan,
Olivia resolve retribuir o favor a
defendendo da mesma Susan durante uma aula… e ganhamos, aqui, um dos números musicais mais interessantes
desse primeiro episódio: “Good Girl
Act” é ousado, divertido, extremamente bem-coreografado e PERFEITO.
E meio que ajuda na reputação de Jane… por
um tempo.
Interessante
como as quatro futuras Pink Ladies acabam juntas
na direção depois disso!
Também
conhecemos Cynthia Zdunowski, provavelmente uma das melhores personagens da
série. Amiga dos T-Birds e querendo desesperadamente ser um deles, ela está
fazendo de tudo para ser oficialmente “aceita no grupo” e ganhar uma jaqueta,
mas eles acabam não a vendo como um deles em nenhum momento… de todo modo,
Cynthia tem uma proposta, que ela apresenta durante “The New Cool”, que é uma música peculiar: claramente uma
referência a “Greased Lightning”,
toda a cena brinca com referências ao cenário, aos figurinos, às coreografias e
até à melodia da música de “Grease”,
o que não lhe dá tanto a sensação de “música nova”, mas é uma música bem bacana
– e foi muito bom ver a Cynthia brilhar durante ela.
A última
Pink Lady é Nancy Nakagawa, a personagem que menos teve destaque durante esse primeiro episódio. A vemos sendo
constantemente “excluída” pelas amigas durante todo o episódio, até ela ser
oficialmente dispensada por elas porque não há mais lugar para Nancy no grupo
delas, já que elas “amadureceram” (ha!), mas Nancy não tem nenhuma música só
para ela, por exemplo… de todo modo, ela é uma personagem promissora, assim
como todas as Pink Ladies. E essa é uma grande vitória da série: dar a cada
Pink Lady uma personalidade diferente e uma história, para mostrar que elas não
são um grupo homogêneo, mas justamente o oposto… um grupo no qual as
“excluídas” e “diferentes” se reuniram, e através de quem as mudanças podem
começar.
Aos poucos,
as quatro vão se unindo. Começa, talvez, com a Jane as procurando para tentar
desmentir os boatos sobre ela, e depois quando elas acabam juntas na direção
depois da “bagunça” na sala de aula, mas se intensifica quando a noite de todas
elas acaba sendo um verdadeiro desastre em um evento escolar… Jane é
publicamente humilhada por causa de um boato infundado novamente; Nancy é
oficialmente dispensada pelas amigas; Cynthia faz de tudo pela oportunidade de
ganhar uma jaqueta dos T-Birds e é esnobada por eles porque “eles finalmente
estão começando a ganhar algum respeito na escola”; e Olivia percebe que ela
está realmente sozinha demais. E o cenário começa a se preparar para que uma
amizade surja entre elas.
Depois de
tudo, Jane está disposta a abandonar todos os planos que ela tinha inicialmente
para esse novo ano, e não concorrer mais ao cargo que concorreria, mas as
coisas mudam quando ela é xingada na frente de todos e sobe ao palco porque tem
coisas a dizer, e usa um pouco do que aprendeu com Cynthia, Nancy e Olivia,
mesmo sem perceber, e faz um discurso LINDÍSSIMO sobre como Rydell High NÃO é e
nunca foi divertido para todo mundo, e como a maioria ali não está se
divertindo, apenas tentando sobreviver,
sem a oportunidade de serem eles mesmos. E é isso o que ela quer mudar, se
vencer como PRESIDENTE. É clichê, mas profundamente emocionante o momento em que cada uma das futuras Pink Ladies APOIA
A CANDIDATURA DE JANE.
Vai ser uma
grande campanha, é verdade… os populares estão habituados a não mudar nada na escola e sempre ter
vantagens, como vencer as eleições sem muito esforço. Mas, ao mesmo tempo, Jane
e as demais percebem que falam com boa parte do seu público quando falam sobre
mudança, e elas ainda chamam a atenção
sendo revolucionárias no lançamento da candidatura, e imediatamente percebemos
que a energia desse grupo reunido É MUITO BOA. Ganhamos até uma reprise de “Different Year” enquanto elas se unem
oficialmente no quarto de Jane e vemos as Pink Ladies nascerem – elas precisam,
agora, de uma jaqueta. A estreia de “Grease: Rise of the Pink Ladies” é tudo
o que eu esperava: visual e musicalmente incrível, com história e personagens
cativantes.
Faz o que um
bom Piloto deve fazer: nos faz querer
voltar para os próximos!
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Rise of the Pink Ladies” EM BREVE!
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