Doctor Who (1ª Temporada, 1964) – Arco 007: The Sensorites, Parte 2

Sense Sphere salva!

Na verdade, não existe nenhum arco dessa primeira temporada que eu não tenha gostado (é um ótimo começo para “Doctor Who”, de verdade!), mas “The Sensorites” é sem dúvida um dos meus favoritos, até porque tem uma influência direta da ficção científica, jogando a história não apenas para um planeta alienígena, mas claramente para o futuro, com humanos que podem nos dar uma pequena prévia do que será da humanidade – e, convenhamos, não muita coisa mudou, e os humanos continuam sendo os piores vilões que o Doctor e os seus companions podem encontrar. Gosto de como os Sensorites são apresentados e, diferente dos Daleks ou dos Voords, eles não são criaturas más, mas só uma espécie inteligente que está tentando proteger o planeta.

Depois de Ian Chesterton ter sido acometido pela mesma doença que está afetando cada vez mais Sensorites nos últimos anos em Sense Sphere, o Doctor começa “A Race Against Death”, o quarto episódio dessa história, pensando em tudo que pode ter afetado Ian e chegando à conclusão de que a única coisa que pode tê-lo afetado é a água, que ele tomou diferente dos outros viajantes – e, portanto, ele conclui que a água está sendo envenenada. Agora, enquanto Susan cuida de um Ian doente, o Doctor precisa “provar a sua teoria”, mas os Sensorites não permitem que ele retorne à TARDIS ainda, e ele precisa trabalhar ao lado de cientistas do planeta em seus próprios laboratórios em busca de informações e, quem sabe, de um antídoto para salvar Ian e os Sensorites.

Naturalmente, o Doctor e seus companions sempre encontram inimizades nos lugares para onde vão…o Doctor está realmente fazendo algo bom que pode salvar a vida de muitos Sensorites no planeta, mas o administrador da cidade segue armando contra ele, acreditando que tudo não passa de uma encenação: Ian deve ter fingido estar doente, o Doctor vai fingir curá-lo, e então ele poderá envenenar os Sensorites com o suposto “antídoto”. Enquanto o administrador tenta artimanhas escusas para conseguir o que quer (inclusive roubar a faixa do Segundo Ancião para assumir seu lugar), o Doctor vai até o aqueduto (que convenientemente é escuro e tem barulhos altos, as duas coisas de que os Sensorites não gostam) para tentar entender qual é a raiz do problema.

Na quinta parte da história, “Kidnap”, John, um tripulante da nave de Maitland e Carol, está quase curado e tenta falar sobre uma armação e uma traição acontecendo ali no palácio, mas ele não tem tempo de se fazer entender antes do administrador seguir com seus planos… quando o verdadeiro Segundo Ancião é encontrado morto, ele conspira para colocar a culpa no Doctor e, felizmente, Ian é esperto o suficiente para desvendar e desmascarar a sua mentira, fazendo-o dizer que “reconhece o Doctor por causa da capa que ele usa” – capa com a qual ele acabou de ser presenteado… do mesmo modo, o Primeiro Ancião tem uma confiança tão inabalável nos demais Sensorites que ele acaba transformando o administrador oficialmente em Segundo Ancião pouco depois.

Quando Susan e os demais descobrem, eventualmente, que só pode ser o agora Segundo Ancião o Sensorite sobre o qual John estava tentando alertá-los, já é tarde demais, porque ele já é mais poderoso do que nunca, agora que usa a faixa do Segundo Ancião e tudo o mais… então, eles precisarão pensar no que fazer para provar ao Primeiro Ancião que o Segundo não é um Sensorite confiável, enquanto o Doctor e Ian resolvem descer novamente aos aquedutos, porque acreditam que a água está sendo deliberadamente envenenada, e apenas lá embaixo eles conseguirão as provas de que necessitam… e é assim que começa a última parte desse arco, “A Desperate Venture”, quando toda a trama que está acontecendo há anos na Sense Sphere começa a se desvendar.

Lá embaixo, no aqueduto, o Doctor e Ian encontram os humanos da última expedição que chegou à Sense Sphere: homens transtornados que acreditam estar em guerra com os Sensorites e que estão conscientemente envenenando a água do planeta, tentando matá-los. Susan e Barbara, enquanto isso, tentam ajudar o Doctor e Ian, e temos uma sequência interessantíssima de Barbara usando o aparelho dos Sensorites para se comunicar telepaticamente com Susan, já que a neta do Doctor desenvolveu algumas habilidades telepáticas enquanto esteve em Sense Sphere – mas que ficarão em Sense Sphere, ao que tudo indica, então não teremos nenhum novo desenvolvimento da “Susan telepata” nos episódios vindouros de “Doctor Who”, por mais que talvez fosse legal.

A conclusão do arco é rápida, mas tem momentos muito interessantes, como a conversa de Susan com o Primeiro Ancião, sobre como ele talvez não devesse confiar cegamente nas pessoas ao seu redor, porque confiança é algo que “deve ser conquistado”, ou o momento em que o Doctor e os demais enganam os humanos do aqueduto para fazê-los retornar à superfície e entregá-los aos Sensorites, para que toda aquela matança unilateral enfim chegasse ao fim – e os Sensorites não os matam, mostrando novamente sua natureza não-agressiva. Infelizmente, não vemos o castigo dado ao Segundo Ancião, mas sabemos que ele foi exilado, e já é alguma coisa. Então, o Doctor e seus companions partem na TARDIS, sabe-se lá para onde agora, com direito ao Doctor furioso com o Ian por ele “sugerir” que “ele não sabe onde está indo”.

Foi uma cena divertida, na verdade… e não podemos dizer que o Ian mentiu, não é?

Partimos, agora, para o ÚLTIMO ARCO DA TEMPORADA!

 

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