Foundation 2x09 – Long Ago, Not Far Away
Demerzel.
Impactante,
revolucionário e surpreende, “Long Ago,
Not Far Away” é o nono episódio dessa temporada de “Foundation”, definitivamente um dos melhores até o momento, e faz
o que eu acredito que todo penúltimo episódio deveria fazer, que é preparar o
terreno e deixar o público ansioso para o Season Finale a seguir. Gostei muito
de como o episódio parece “dividido em partes”, de certa maneira, começando com
um longo flashback importantíssimo
que explora a história de Demerzel e como ela foi usada por Cleon I para
perpetuar a Dinastia Genética – uma trama que nos foi anunciada no episódio
passado, especialmente através de Cleon XVI e Rue –, e depois se aventurando
pela ação que acontece tanto em Terminus quanto em Ignis… os lares da Primeira e da Segunda Fundação.
É
impressionante como toda a sequência inicial, de Demerzel, é impactante e
prende o público mesmo se passando inteiramente dentro de um mesmo cenário: a prisão de Demerzel, onde ela esteve
durante 5.000 anos. Há 610 anos, Cleon I, ainda criança, encontrou o
corredor que levava a uma câmara secreta em que ninguém pisava há muitos anos, e ele guardou dos pais o
secreto do último robô que estava
aprisionado ali… um robô “segmentado” para garantir que permaneceria preso, e
que Cleon I visitou regularmente durante a infância para ouvir histórias –
afinal de contas, com seus mais de 18.000 anos de idade, Demerzel tinha uma
variedade de histórias para contar, a respeito das Guerras, a respeito da
Terra… e, ali, estabeleceu-se uma relação.
Cleon I
retornou na juventude, logo após a morte da mãe o transformar em um Imperador,
e ele se sentiu preso ao trono e incapaz de fazer o que realmente queria porque
precisava “manter tradições” – e é interessante como acompanhamos Cleon I em
três fases de sua vida (as fases que, na Dinastia Genética, ficaram conhecidas
como Dawn, Day e Dusk), e como ele está diferente em cada uma delas. Transtornado
com as mudanças e prometendo que Demerzel nunca mais voltaria a vê-lo, Cleon I
só retorna adulto, e é quando ele a torna uma
novamente, mas sem libertá-la de fato, pois ela segue dentro de sua cela… apenas recomposta e vestida, agora. E,
conforme ela conta histórias para ele, ela sabe que, mais cedo ou mais tarde,
ele vai libertá-la… e o que são algumas décadas a mais para alguém que já
esperou pelos últimos 5.000 anos?
O Imperador
retorna na velhice, depois de cancelar um casamento porque “a noiva não era
ela”, e então ele decide libertá-la… ou
algo parecido a isso. Na verdade, perverso, Cleon I confinou Demerzel
apenas a uma prisão diferente. Ele
implanta algo em Demerzel que a impede de machucá-lo e de se transferir para
outro corpo, e então a aprisiona à futura Dinastia Genética para sempre:
Demerzel passará o resto da sua vida garantindo a perpetuação do Império
através dos clones de Cleon. De certa maneira, é Demerzel quem tem o poder,
como Cleon XVI entende ao ouvir toda a história da projeção de Cleon I, e ele e
os irmãos são inúteis sentados no trono enquanto Demerzel é o Império, mas Rue
tem ainda algo a adicionar: ela tem todo
o poder do mundo, menos o de fazer o que quer.
Impactante.
Depois
disso, o episódio se divide em duas narrativas paralelas… em Ignis, vendo
Salvor chegando no último instante
para impedir Pa’a de assumir o corpo de Gaal em uma sequência de ação que é incrível – mas, eventualmente, toda a
parte de Ignis parece se tornar repetitiva e pouco expressiva com todo o mais que está acontecendo. Ainda assim,
Salvor protagoniza algumas cenas excelentes (a maneira como os Mentálicos são
baixos!), e Hari Seldon faz uma reaparição surpresa e ainda não explicada
(sério, como ele sobreviveu?!), que é essencial para salvar a vida de Gaal… afinal de contas, ele mata Tellem sem pensar
duas vezes. E é uma das melhores e mais inesperadas cenas do episódio.
Talvez agora eles possam partir para a Segunda Fundação.
Terminus,
por sua vez, reúne uma galeria interessante de personagens… temos Bel Riose
confrontando Hober Mallow, por exemplo, e a minha paixão por Hober Mallow é
inevitável: a presença que ele tem quando confronta Bel Riose com uma confiança
e um deboche notáveis faz dele o personagem mais
interessante da segunda temporada de “Foundation”
para mim… ainda que ele tenha aparecido menos do que eu esperava ver dele – e
espero que isso seja diferente na terceira temporada. Quero mais de Hober Mallow. Além de Hober Mallow, Constant, Bel
Riose e Glawen, também está à bordo da nave rumo a Terminus Demerzel e o Irmão
Day, o Cleon XVII… e ele está determinado
a demonstrar todo o seu poder e derrubar a Fundação.
Gosto de
como o episódio, de certa maneira, começa e termina mostrando o quanto Cleon é um filho da p*ta, acredita
que é capaz de qualquer coisa e faz tudo pelo poder. A sequência na
“Igreja” é fenomenal, e gosto de como Poly ganha força e confiança a partir do momento em que tem o apoio dos seus
iguais ao seu redor, mas aquilo tudo apenas aumenta
a raiva e, mais do que isso, o medo
de Cleon XVII: desde a previsão de Hari Seldon sobre a queda do Império, Cleon
tem estado com medo… por isso, ele está fora de si e, consequentemente, mais
perigoso do que nunca. Cleon mata um monte de gente, captura os cientistas para
levá-los ao Império, decide tomar o planeta e, enquanto uma verdadeira guerra começa, procura uma reunião com Hari Seldon.
E QUE
SEQUÊNCIA INCRÍVEL AQUELA DENTRO DO COFRE. Porque Hari Seldon de fato aparece
para “conversar” com Cleon XVII, e que diálogo excepcional… muita coisa dita e,
também, muita coisa não dita… fica
evidente, no entanto, a disparidade entre a confiança de Hari Seldon na verdade
anunciada pela psico-história e a negação insistente de Cleon, que acha que ele
pode negar o que está por acontecer. Até mesmo Demerzel parece “abandonar”
Cleon em uma das melhores cenas do episódio, na qual ela anuncia seu retorno
sozinha a Trantor e fala sobre a pessoa em que ele se tornou e como ela falhou com ele… agora, tudo está
meio “fora de controle”, e é desesperador ver o poder do Império conseguindo destruir Terminus, o lar da Primeira
Fundação.
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