I Feel You Linger in the Air – Episode 5
“We are not
the owners of our own lives”
Um episódio
fortíssimo e bastante interessante… “I
Feel You Linger in the Air” tem um ritmo diferente ao que eu estava
habituado, e sinto que às vezes eu gostaria que as coisas fossem um pouquinho mais rápidas, mas a série
toma seu tempo para construir tanto a relação de Jom e Khun Yai quanto a
ambientação em uma época muito mais
injusta do que a que vivemos atualmente. Esse quinto episódio traz um pouco
de romance (algumas das melhores cenas de Jom e Khun Yai definitivamente saíram
desse episódio!), algumas provocações
em relação à viagem no tempo de Jom
(estou bastante curioso e eu adoro esse tom de mistério que acompanha cenas como aquela perto do fim do episódio),
e os absurdos da vida dos servos naquela época.
Todo o
começo do episódio funciona quase como um presente a todos aqueles que estão
aqui por causa do romance. Vemos Jom
desenhar Khun Yai enquanto ele está dormindo (num estilo meio o Jack desenhando
a Rose em “Titanic”), e Yai
eventualmente desperta com os gritos de Jom que acabou de ter uma experiência desconcertante… e a química que os
dois compartilham tanto naquela cena no
meio da madrugada, na qual Yai diz a Jom que “ele está com ele ali” e que
“ele deve pensar naquele lugar como sua segunda casa”, quanto na cena da manhã
seguinte, na qual Yai pergunta a Jom se “fez alguma coisa à noite” e Jom repete
suas palavras e seu gesto de se aproximar e massagear
a sobrancelha do outro, é imensa! Que gostoso assistir aos dois!
Eu poderia
ficar o tempo todo apenas assistindo
aos momentos absolutamente fofos que Khun Yai e Jom compartilham… a maneira
como existe muita coisa que Khun Yai parece prestes
a dizer, mas que ainda guarda para si mesmo (até o próximo episódio apenas,
aparentemente), e a maneira como um já parece conseguir enxergar o outro – inclusive através das coisas que ainda
não estão sendo ditas. Os sentimentos de Khun Yai não poderiam ser mais claros,
embora Jom ainda não os perceba ou finja não perceber, e eu gosto muito de como
existe um senso de proteção ali,
porque Yai realmente se preocupa com Jom quando pergunta se está tudo bem e
pede que ele conte sobre o que o está afligindo… embora Jom perceba que talvez ele também tenha algo em mente.
A cena dos
dois fazendo guirlandas de flores juntos é, certamente, uma das melhores cenas
de “I Feel You Linger in the Air”. É
uma sequência simples, mas tudo funciona perfeitamente bem para expressar a proximidade e a conexão que já existe entre eles – amo a maneira como Khun Yai está
visivelmente apaixonado e como Jom parece ainda um tanto surpreso, mas aceita a proximidade… muita coisa é dita
através dos olhares e dos sorrisos, que são mais longos do que eles seriam se
eles não estivessem apaixonados um pelo
outro. O que eles compartilham ali é real e especial, e “I Feel You Linger in the Air” toma o
seu tempo, como eu comentei, para construir
esse romance de maneira palpável, gerando, também, aquele sentimento gostoso de
expectativa.
Mas não
apenas de momentos fofos vive esse
episódio. A realidade absurda da época é retratada, inicialmente, através de
Ming, que aparece todo machucado e com dor para conversar com Jom, e um flashback nos mostra que ele está assim
porque foi punido pelo Sr. Robert
quando ele tentou defender a mãe… esse é um assunto que Jom traz à tona em uma
conversa com Khun Yai, preocupado com o melhor amigo e esperando que Yai possa
fazer alguma coisa, mas aquele tipo de tratamento e punição não está reservado
à casa de Robert, no fim das contas – e essa é a grande ironia. Eventualmente,
Jom ajuda Prik a “escapar” por causa de um assunto importante, e ambos estão
prestes a ser punidos pelos pais de Khun Yai no dia seguinte.
O que causa
revolta e repulsa é a maneira como, assim como Prik comenta, “eles não são
donos de suas próprias vidas”. Prik “escapou” durante a noite para atender a um
chamado da irmã, já que a mãe delas estava em seu leito de morte e queria ver
Prik mais uma vez antes de morrer – e essa é uma atitude tratada como passível
de punição pelos “senhores” que são “donos” daquelas pessoas… a maneira como
Prik implora, quando Khun Luang anuncia a sua punição de chicotadas e um mês
encarcerada, para que “ele a puna como quiser, mas a deixe ir cuidar do corpo
da mãe antes” é desesperadora e ultrajante. E é apenas graças à interferência
de Khun Yai que o pai volta atrás e resume a punição de Prik e Jom a duas semanas comendo os restos na cozinha…
Desesperador
como Prik agradece Luang “por sua generosidade”.
Eu sei que
Khun Yai não concorda com as atitudes do pai e que ele fez o seu melhor, já que
ele ainda não é o senhor daquela casa
e tudo o mais, e que ele tem razão quando diz que, por mais que queira, ele não
vai conseguir mudar coisas que estão tão enraizadas em questão de dias… mas,
também, é como Jom diz: se eles não
fizerem nada agora, como que as mudanças vão acontecer um dia? Eu acho que
existe algum resquício de desapontamento
inevitável em Jom. Não a ponto de ele deixar
de se apaixonar por Khun Yai, porque ele sabe que sua intenção era boa e
que ele fez o que podia, mas ainda assim a impotência frente a todo esse
sistema injusto causa asco e frustração… é a história assustadora como
aconteceu – e da qual, até conseguir voltar ao seu tempo, Jom faz parte.
Inclusive,
toda a questão da viagem no tempo é
trazida à tona em duas cenas bem curiosas – uma no início do episódio e outra
no final. E é muito gostoso não saber exatamente
qual a natureza da “jornada” de Jom e como ela vai se desenrolar. Na
primeira cena, vemos Jom ver o quarto e a casa ao seu redor se transformarem na
versão do futuro daquela casa, e isso parece preencher uma lacuna de uma cena
lá do primeiro episódio, que revemos rapidamente… depois, próximo ao fim do
episódio, vemos Jom experienciar novamente o mesmo vento que parece mesclar as
duas realidades, e então ele vê uma versão de si mesmo do lado de fora da
casa… uma versão de si mesmo que não
parece capaz de vê-lo e que não escuta quando Jom chama por ele.
E, então,
Jom está de volta no passado. Com Khun Yai o convidando para um evento de
Natal.
Por enquanto, ele permanece ali. Mas como,
afinal de contas?!
Para mais
postagens de “I Feel You Linger in the
Air”, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário