Malhação 2004
“Por mais que eu tente te dizer…”
Conhecida
como “a temporada da Vagabanda”,
“Malhação2004” é uma das temporadas mais
amadas pelo público. E, ao assisti-la novamente recentemente, eu afirmo:
não tem a ver apenas com nostalgia e memória afetiva… é porque A TEMPORADA É
BOA MESMO. Exibida entre 19 de janeiro de 2004 e 14 de janeiro de 2005 e criada
por Ricardo Hofstetter, a temporada foi protagonizada por Juliana Didone e
Guilherme Berenguer, e antagonizada por Marjorie Estiano, e tem um ritmo muito bom, que consegue não
perder o fôlego durante os seus 250 capítulos, fazendo com que torçamos pelo
casal Letícia e Gustavo – e a sua história que começa com muita implicância até que eles estejam tão apaixonados um pelo outro que não conseguem mais ficar
separados… quer dizer, eles tentam.
A história
de “Malhação 2004” começa com a
invasão do estaleiro municipal pela Vagabanda (o Gustavo, a Natasha e o
Catraca) mais o Cadu, que está louco para ficar amigo dos riquinhos da nova
escola, e o Fabrício, que quer impressionar a Natasha… e a noite termina com o
Fabrício sendo empurrado lá de cima, ficando um bom tempo em coma, e Natasha e Catraca escapando enquanto o
Gustavo e o Cadu precisam lidar com um longo processo que dura a temporada inteira – e que é, também, o pontapé inicial para
outros desenvolvimentos da trama, como o trabalho voluntário que o Gustavo é
obrigado a fazer no Amparo Social, algo que faz com que ele acabe se
aproximando de Letícia e, aos poucos, nos vá mostrando que ele não é tão ruim quanto parecia…
Gustavo é
bem “menos ruim” que Natasha e Catraca – mas ele não é um santo. Um bad boy e um verdadeiro banana (sério, o
Gustavo tem uma dificuldade imensa para pensar por si só, e é facinho facinho
de se manipular), Gustavo é responsável por uma série de atitudes babacas e
armações, como quando ele rouba a ideia de Letícia para uma quadra
poliesportiva no Múltipla Escolha, apresentando um projeto pronto que ele pediu
que algum amigo do pai dele fizesse por ele (!), só para ganhar a eleição para
o Grêmio Estudantil… e esse é só um
exemplo das várias coisas condenáveis que o Gustavo faz durante a temporada,
antes de finalmente começar a se tornar uma pessoa decente – decente, mas ainda
um banana; ele não tem nada de pulso firme com a Natasha, por exemplo.
Amo o casal…
mas às vezes eu tenho dificuldade de torcer pelo Gustavo.
O romance de
Gustavo e Letícia é um caso clássico de “enemies to lovers” – e que é muito bem
escrito como tal! Gosto do fato de o
romance demorar para se desenrolar, e de eles realmente “se detestarem”
inicialmente, com direito a provocações que rendem uma dinâmica bastante
gostosa de se assistir, até que o Amparo Social os aproxime e faça com que eles se conheçam um pouco melhor… a
construção da temporada para que os sentimentos mudem é bastante convincente, e o fato de Letícia e Gustavo
demorarem para ter um beijo de verdade,
por exemplo, gera expectativa na audiência. E é bom que isso não seja tão
rápido, porque equilibra a temporada,
já que sabemos que, quando eles estiverem juntos e felizes, eles serão
separados por armações…
Afinal de
contas, essa era a dinâmica de “Malhação”,
não?! E Natasha é uma vilã ardilosa… ela e Catraca, os outros membros da
Vagabanda, dividem o cargo de vilões da temporada, e com objetivos distintos.
As maldades de Natasha estão muito mais centradas em derrubar a “Miss Gari”, já que ela percebe o que está acontecendo
entre Letícia e Gustavo, e ela acha que o Gustavo é “dela”, porque eles têm uma
relação estranha e sem compromisso com a qual ela estava satisfeita até a
chegada de Letícia, que “mudou” o Gustavo e fez com que ele quisesse algo mais sério. Catraca, por outro
lado, funciona a maior parte do tempo como “acessório” da Natasha em seus
planos, até que todo o lance do estaleiro municipal volte à tona e ele entre em
modo “vilão completo”.
Além da
trama central, a temporada também nos diverte com os arcos menores dos núcleos
secundários, como o da república… e é uma temporada muito importante para o
Cabeção e a Miyuki, porque é em “Malhação
2004” que ELES COMEÇAM A NAMORAR – o que rende alguns momentos muito
divertidos, como eles tentando mostrar para o Rafa e a Bel como é boa a vida de
namorados, enquanto Rafa e Bel tentam mostrar os benefícios da vida de
solteiro; também temos a Bel e o seu namoro com o Kiko, que ela insiste em
falar que “Beija maaal”; a história
da “Verônica” e do “R. M. Durão”; a divertida história do Maníaco da Tesoura,
uma das mais engraçadas da temporada; o Vinícius tentando ganhar a eleição para
presidente da associação de moradores…
Enfim.
“Malhação 2004” é uma excelente
temporada, recordada sempre com muito carinho pelos fãs ao longo dos anos. Certamente marcou época, e está entre as
minhas favoritas, junto com “Malhação
2002” e “Malhação 2008”, por
exemplo. Além do carisma inegável dos seus protagonistas e demais personagens,
a temporada tem uma excelente condução do roteiro, que consegue se manter
interessante do início ao fim, e eu acho que essa é a principal causa do
sucesso da temporada – é uma delícia assisti-la, mesmo que eu tenha algumas
ressalvas (vocês verão nos textos a seguir), mas isso é normal. Não é porque eu amo
a temporada que eu amo tudo a seu
respeito. Nos divertimos, nos emocionamos, nos enfezamos e nos alegramos, de
tudo um pouco.
Vamos
celebrar os 20 anos de “Malhação 2004”
em breve!
Para mais
postagens de Malhação, clique
aqui.
Mais postagens
de Malhação 2004 EM BREVE!
Comentários
Postar um comentário