Malhação 2008 – Débora perde o Gustavinho

“Eu esqueci o Gustavinho no shopping!”

Eu já perdi as contas de quantas vezes a Débora passou dos limites e do absurdo que é que, uma semana depois, todo mundo tenha simplesmente esquecido do que aconteceu. Ela fingiu uma gravidez para segurar o Gustavo, quase fez a Angelina perder o bebê e forjou um sequestro para tentar roubar a Rita de Cássia, apenas para listar algumas das suas ações mais recentes – mas todo mundo age como se nada disso tivesse acontecido. Agora, Débora ataca novamente: irritada com o Gustavinho, com o fato de ele chorar o tempo todo e o ápice sendo o momento em que ele faz xixi nela, ela decide que “é hora de se livrar dele” ou qualquer coisa assim. No fim, ela acaba não fazendo nenhuma maldade específica com o bebê, mas é irresponsável o suficiente para passar o dia inteiro com ele no shopping e, na hora de ir embora, ESQUECER O BEBÊ LÁ.

Confesso que eu fiquei com medo de ser ainda pior, mas entendo porque não foi – porque “Malhação” tenta não sair da sua zona de conforto, e se a Débora fizesse alguma maldade real, tipo o Félix em “Amor à Vida”, então o roteiro não poderia mais ficar passando pano para ela e fingindo que nada demais aconteceu. E ainda temos uns bons capítulos pela frente até o fim da temporada. Débora fala de “se livrar do Gustavinho”, e quando Angelina precisa sair e deixa a Zulaide cuidando do bebê, Débora aproveita um momento em que ela se distrai no telefone para colocar seu plano em prática, e ela sequestra a criança – sem um plano propriamente dito. Ela não planeja realmente se livrar do bebê, nem o entregar para uma senhora na praça, ou abandoná-lo em uma caçamba de lixo… ela diz que “eles têm umas coisas pra acertar”, mas tudo o que faz é passar mais tempo com ele.

Sinceramente, eu não entendi nada. O QUE ELA QUERIA, AFINAL?!

Até porque, quando Yasmin a adverte que “esse tutu vai azedar”, ela diz que pretende levar o bebê de volta antes de a Angelina voltar… então, eu fiquei totalmente confuso. Mais um exemplo típico de “Malhação 2008” tendo que encher seus 324 capítulos – e, aqui, eu preciso reclamar de como algumas cenas do Gustavinho SÃO MAL-FEITAS. É claro que não é fácil fazer um bebê fazer exatamente o que você precisa no momento certo, mas eu gostaria muito que, então, eles não focassem na cara do bebê em momentos tão específicos, ou cuidassem do diálogo, que se torna tão risível e irreal… porque temos um diálogo inteiro da Angelina e da Rita de Cássia, no quarto do bebê, falando sobre como “ele finalmente dormiu” ou sobre como “não podem fazer barulho para ele não acordar”, enquanto a câmera foca no bebê visivelmente acordado e brincando. Depois, quando o bebê já está com a Débora, vem o choro do bebê, enquanto a câmera foca na criança, de chupeta, apagadíssima no carrinho.

Sério, ninguém assistiu essas cenas e percebeu que estava HORRÍVEL antes de ir ao ar?

Era só não focar na criança, pelo amor de Deus!

Zulaide está desesperada, se sentindo culpada, Félix ainda fica a acusando e Marília concorda com ele (Marília é uma personagem irritante, né? Gente, como eu detesto qualquer cena que aquela mulher apareça), e então o Leozinho aparece, descobrindo o que está acontecendo e comenta: “Ela fez mesmo”. Leozinho é quem conta que ouviu a Débora dizer que o Gustavinho só incomodava e que queria que ele sumisse, então ela é a suspeita número um. Enquanto isso, Débora está toda feliz fazendo compras no shopping, e, na hora de ir embora, ela chama um táxi e começa a colocar as coisas dentro do carro: as compras que fez, o carrinho da criança no porta-malas, mas com os carros atrás buzinando por causa da demora (mentira, não foi por isso, foi porque ela não se importa mesmo e é uma completa irresponsável), Débora acaba indo embora…

Sem o Gustavinho.

Ela o deixa no shopping, no meio de umas flores, esquecido.

Débora chega em casa toda feliz e é só quando todo mundo pergunta, angustiado, cadê o bebê, que ela se toca do que fez: “Eu esqueci o Gustavinho no shopping!” Olha, sinceramente, se a Angelina desse na cara da Débora naquele momento, eu passava pano sem hesitar… inclusive, queria que ela fizesse isso. Bruno chama a Débora de maluca, Angelina chora e até o Félix precisa dizer à filha que ela passou dos limites – todos partem imediatamente para o shopping, mas não encontram o bebê, porque as flores já foram levadas para outro lugar… curiosamente, para o Múltipla Escolha Ernesto Ribeiro, como um presente para a Beatrice – aqui, outra revolta minha, tenho que comentar: ESSE BEBÊ NÃO CHORA, NÃO? Passa a noite toda sozinho, no meio de flores, e continua completamente em silencia durante todo o tempo, sendo transportado daqui pra lá.

Tá bom.

Angelina e os demais deixam o caso nas mãos da polícia quando não encontram o bebê no shopping, e o Guga acaba dando uma bronca em Débora e a levando para o shopping, para que ela tente se lembrar onde o deixou… ela até se lembra das flores, e descobrem que as flores foram mandadas para a Beatrice, mas quando chegam à escola, porque o encontro de Beatrice na noite anterior foi um desastre (longa história, não vale a pena comentar), ela já mandou se livrarem das flores… quem encontra o bebê é a Chiara, porque ela vê as flores e fica toda contente – afinal de contas, é a cara dela mesmo, né? E ela estava justamente pensando em fazer uma festa para celebrar a primavera, então tudo se encaixa… gosto de como Chiara encontra o Gustavinho e, imediatamente, o reconhece, e então o bebê pode ser levado de volta para a Angelina.

A conclusão da trama é INCRIVELMENTE MAL-FEITA. Péssima. Realmente como se fosse uma história para tapar buraco, mas ninguém se importa com o quão SÉRIO é isso tudo. As cenas nem mostram a Angelina reencontrando o bebê, levando ao hospital, nada… só pulamos para depois de “tudo ter sido resolvido”, enquanto a Angelina e todo mundo parecem estar transformando o Guga em um herói de novo, quando, na verdade, embora ele tenha se preocupado e passado a noite toda procurando pelo bebê, ele não fez nada… com ou sem Gustavo, quem encontrou o bebê e o reconheceu foi a Chiara: esse bebê voltaria para a Angelina de qualquer maneira. Mas ninguém parece querer agradecer a Chiara… oh roteirinho duvidoso! Para terminar a história, Débora ainda quer agradecimento por ter achado o bebê (?), mas Rita a coloca em seu lugar, dizendo que ela tem é sorte porque a Angelina não a denunciou para a polícia.

Angelina, por sua vez, ameaça:

“Se você chegar perto do meu filho de novo, eu te mato!”

O mínimo, né? Mas eu preferia que ela tivesse dado um tapa na cara dela junto com a ameaça.

 

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