One Piece 1x03 – Tell No Tales

“Os piratas estão chegando!”

Como pode uma série SER TÃO CARISMÁTICA?! Eu já estou completamente envolvido com “One Piece”, é inevitável: eu amo o visual da série, eu amo todos os personagens, eu amo o ritmo e as histórias, e estou sempre curioso para ver no que os Chapéus de Palha, o Bando do Luffy, vai se meter a seguir… em “Tell No Tales”, Luffy e os demais reconhecem que eles precisam de um barco melhor se quiserem ir para a Grand Line em busca do One Piece, o lendário tesouro de Gold Roger que Luffy está certo de que vai encontrar e “se tornar o Rei dos Piratas”, e essa é uma trama utilizada tanto para nos mostrar, pela primeira vez, o futuro barco do Bando do Luffy, quanto para apresentar alguns interessantes novos personagens, como o Usopp, a Kaya e Klahadore/Kuro.

Volto a elogiar algo que eu tenho elogiado desde que comecei a assistir a “One Piece”, que é a energia deliciosa que essa equipe tem… as interações do bando de Luffy (“Not a crew!”) rendem algumas das melhores cenas de qualquer episódio, e eu sigo cada vez mais apaixonado por Zoro, especialmente porque ele é muito mais do que ele aparenta – ele é todo sério e quase sem expressões porque está o tempo todo se fazendo de durão (ele dizendo que se eles vão falar sobre sentimentos, então “ele precisa de uma bebida”!), mas no fundo é muito fachada… quando o Luffy mostra a bandeira dos “Chapéus de Palha” que ele fez, por exemplo, Zoro responde que “é bem original” e, para mim, isso é o equivalente de Zoro a um sorriso e um grande elogio.

E eu acho que foi essa a intenção.

Luffy e Nami têm ideias diferentes de “como conseguir um barco”. Nami é uma ladra, afinal de contas, e ela pretende roubar um barco quando eles chegarem ao estaleiro; Luffy, por sua vez, acredita que eles podem “comprar” um (embora suas exigências sejam além de qualquer preço que eles possam pagar, ao que tudo indica); no fim, talvez eles não precisem nem roubar nem comprar um. A caminhada pelo estaleiro nos apresenta tanto o futuro barco do bando (a empolgação de Luffy é palpável e é algo que eu adoro nele!) quanto Usopp, um rapaz responsável por limpar cocô de pássaros dos barcos e que se diz “amigo de Kaya, a dona do estaleiro e de todos os barcos ali”. Achei sinceramente que ele estava mentindo, mas ele é mesmo amigo de Kaya.

O que não quer dizer que entrar na casa de Kaya seja tão simples assim – Klahadore, o mordomo, e os demais empregados parecem muito dispostos a expulsar Usopp de lá a qualquer custo… felizmente, Kaya aparece a tempo de convidar Usopp e “seus amigos” para entrar e celebrar com ela o seu aniversário com um jantar. Há tanta coisa a se explorar aqui: o quanto Klahadore parece extremamente suspeito; como o cozinheiro envenena a comida de Kaya, provavelmente mantendo a tal “doença” da qual ela padece há tantos anos; as impressões de Nami a respeito de pessoas que têm tanta coisa como Kaya; e a empolgação quase infantil de Monkey D. Luffy com a perspectiva de um jantar. “Tell No Tales” tem um ritmo maravilhoso e faz a história fluir muito bem.

Em algum momento, acho que o bando “resgatará” Kaya de toda a mentira na qual vive (e acredito que esse “algum momento” pode ser o próximo episódio), mas esse terceiro episódio é muito centrado em apresentar Usopp… achei muito bonita a amizade verdadeira que ele tem com Kaya, assim como gostei muito da dinâmica que ele apresenta com Luffy e com Zoro eventualmente, e também temos a chance de saber um pouquinho a respeito do passado de Usopp. Um mentiroso nato, Usopp conta suas “grandes aventuras” para entreter Kaya, e grita pela vila que “os piratas estão chegando” desde a infância, o que é reflexo do seu desejo de que os piratas estejam, de fato, chegando… afinal de contas, o pai é um deles e ele espera encontrá-lo de volta.

E o pai de Usopp é do bando de Shanks!

O episódio também aproveita para desenvolver mais de Nami – e a cena dela com Kaya é uma das minhas favoritas no episódio! Enquanto Luffy sai em busca da cozinha para “um lanche da meia-noite” e Zoro sai procurando bebida, Nami faz o que planejara fazer desde que Usopp prometeu levá-los para a casa de Kaya: roubar algumas coisas de valor para que possa vender mais tarde. E, enquanto tenta se esconder, Nami acaba entrando sem querer no quarto de Kaya, e não tem como esconder a fronha com seus “saques”… a conversa é tão inesperada e tão bacana, porque Kaya não se importa muito e, por algum motivo, ela gosta de Nami. O diálogo faz com que as duas estabeleçam algum tipo de conexão tão verdadeiro que Nami até desiste de roubar sua casa.

Em paralelo, Luffy, Zoro e Usopp estão prestes a fazer algumas descobertas. Luffy prova a sopa azul que é exclusiva de Kaya (o que quer dizer que ele deve descobrir o envenenamento em breve), enquanto Zoro e Usopp descem à adega no porão e, além das bebidas, encontram um corpo e descobrem que Klahadore é, na verdade, o Capitão Kuro – um pirata outrora procurado e, agora, dado como morto. Ganhamos mais uma sequência de ação de Zoro contra um bando de piratas e, embora eu ame a sua atitude, é um pouco engraçado que ele seja derrotado por uma garrafada e acabe sendo jogado em um poço… quer dizer, ele foi preso pelo Capitão Morgan no primeiro episódio, preso por Buggy o Palhaço no segundo, e jogado em um poço no terceiro.

Mas meu amor por ele não titubeia.

Por fim, acompanhamos também Koby, que está começando a trilhar uma carreira promissora na Marinha, ao que tudo indica. Koby vem chamando a atenção do Vice-Almirante Garp com a sua experiência pregressa no mar e com todas as habilidades estratégicas que ele tem a partir do momento em que deixa de jogar na defensiva… parece que Garp será importantíssimo na trajetória que Koby trilhará dentro da Marinha, já que ele meio que o coloca a cargo de uma missão oficial enviada em busca do Bando de Luffy (!) em uma vila. A Marinha pode não ser a escolha mais acertada para ajudar um grupo de piratas, mas é a única ajuda que Usopp vai conseguir, já que ninguém mais acredita nele quando ele grita “Os piratas estão chegando!”, então vamos ver como isso se desenrola!

 

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