[Series Finale] Amazing Stories 1x05 – The Rift

Viagem no tempo e relações familiares.

Protagonizado por Austin Stowell, Kerry Bishé e Duncan Joiner, “The Rift” é o último episódio do reboot de 2020 de “Amazing Stories”, encerrando uma temporada curta, mas de episódios muito bons, que me divertiram, me emocionaram e me conquistaram – cada um à sua maneira. Acho interessante que “The Rift”, assim como “The Cellar”, tenha a temática de viagem no tempo, sendo o tema que iniciou e encerrou “Amazing Stories”, em duas abordagens distintas e interessantes… novamente, embora o elemento “fantástico” seja uma grande parte do roteiro, notamos que o episódio é muito mais sobre relações familiares do que, de fato, sobre uma viagem no tempo, porque Cole chega ao Século XXI para se despedir da mulher que ama e para ajudar Mary Ann e Elijah.

Theodore Cole é um soldado lutando na Segunda Guerra Mundial no dia 24 de dezembro de 1941, que passa por uma fenda no contínuo de espaço-tempo e, por algum motivo, vai parar em 2020 – e, aparentemente, não é a primeira vez que uma coisa desse tipo acontece. Eu gosto desse quê de “teoria da conspiração” que ronda o episódio por existir toda uma equipe que já está “acostumada” a lidar com esse tipo de “problema”, tanto que existem protocolos a serem seguidos, porque eu realmente acredito que existe muita coisa que acontece e que o governo consegue esconder das pessoas… tudo o que eles querem é enviar Cole de volta para 1941 exatamente como ele chegou, para que a história siga o seu curso e, ao se fechar, a Fenda não cause nenhum dano…

Como causou em outras ocasiões.

A variável da equação está em Mary Ann e Elijah. Mary Ann também acabou de perder o marido, um piloto de guerra como o Cole, em uma guerra, e ela não sabe se dá conta de seguir cuidando de Elijah, seu enteado, embora o ame e eles tenham uma relação de mãe e filho… mas ela está abalada com a morte, e prometeu que “faria o que fosse melhor para o Elijah”, e agora ela se pergunta se o melhor para ele não seria ficar com a tia. É uma história bastante emotiva, e Elijah acaba ajudando Cole a fugir e se afeiçoando a ele, sentindo que “nenhum deles tem um lugar ali”. Elijah acredita que a chegada de Cole a 2020 bem na frente deles não pode ter sido uma coincidência, e talvez ele esteja destinado a ajudar Cole a ter uma segunda chance e não morrer como o seu obituário diz que ele morreu.

“The Rift” traz uma história emocionante e muito bem conduzida, e um questionamento: o que se precisa fazer em uma situação assim? Mesmo entre pessoas que trabalham há anos com fendas que trouxeram pessoas de outros tempos, existe uma discordância: de um lado, há quem acredite que o viajante no tempo precisa ser devolvido ao seu tempo exatamente como chegou, para que tudo continue como sempre foi, mas isso nem sempre impediu os desastres que podem acontecer quando a fenda se fecha; de outro, há quem acredite que a fenda “tem vontade própria”, e os viajantes no tempo têm alguma missão no tempo e lugar para onde eles foram “enviados”. E, se esse for o caso, qual é a missão de Theodore Cole ali onde está, em 2020?

Isso rende duas sequências emocionantes para Cole… primeiro, ele percebe que ele precisa se despedir de Pauline, a esposa de quem não se despediu propriamente no passado, quando partiu para a guerra, por causa de uma superstição de que “isso significava que ele voltaria para ela” ou algo assim. A sequência de Cole indo ver Pauline é profundamente emocionante, com direito ao Cole percebendo que Pauline pode, sim, ter seguido em frente e ter vivido uma vida, como ela tinha mesmo que ter feito, mas isso não significa que ela o tenha esquecido ou que não o ame até hoje. O colar com o amuleto da sorte deles, a foto de Cole e a última dança são detalhes muito bonitos que nos fazem pensar que isso era, de fato, algo que o Cole precisava fazer.

Mas talvez não fosse só isso.

Também é “muita coincidência” que Cole seja enviado para o futuro e se depare com Elijah e Mary Ann duas vezes… e ela acabou de perder o seu próprio piloto, talvez isso tudo não seja por acaso e seja, também, uma mensagem para ela. A partida de Cole de volta para o passado, tendo aceitado o seu destino (!), é emocionante e melancólica, com direito a um abraço sincero em Elijah e uma conversa com Mary Ann, sobre como ele tem certeza que ela fará a coisa certa… e ela decide levar Elijah com ela para a Califórnia, e não mais deixá-lo com a tia. E isso responde a dúvida que pairava sobre “o motivo” da fenda, porque Cole retorna para 1941 com uma barra de chocolate a menos do que chegou, o que quer dizer que não estava tudo “exatamente igual”, mas nenhum desastre os assola…

Mas ele cumpriu sua(s) missão(ões). E era isso o que a fenda queria.

Eu amei o episódio e amei a série!

 

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