Super Xuxa contra Baixo Astral (1988)
“Vou pintar um arco-íris de energia”
Depois de
participar de três filmes ao lado d’Os Trapalhões (“O Trapalhão na Arca de Noé”, “Os
Trapalhões e o Mágico de Oróz” e “Os
Trapalhões no Reino da Fantasia”), “Super
Xuxa contra Baixo Astral”, de 1988, é o primeiro filme solo de Xuxa
Meneghel para o público infantil – afinal de contas, Xuxa já estava fazendo
muito sucesso com o “Xou da Xuxa”
nessa época, e já tinha se tornado a RAINHA DOS BAIXINHOS. Apesar de Xuxa ainda
estar tentando se encontrar dentro da atuação, “Super Xuxa contra Baixo Astral” nos vence pelo sentimento de
nostalgia que nos arrebata quando a Xuxa aparece correndo pela rua com um monte
de crianças e latas de tinta (!), cantando “Vou
pintar um arco-íris de energia…” enquanto eles colorem os muros pichados da
cidade.
Enquanto
Xuxa tenta trazer alegria e alto astral para a cidade, pintando os muros com as
cores do arco-íris, ela desperta a fúria do Baixo Astral, um ser maligno
interpretado por Guilherme Karan (parceria de heroína e vilão que se repetiria
anos mais tarde, em “Xuxa e os Duendes”),
que vive nos esgotos da cidade, e que sequestra o cachorro da Xuxa, o Xuxo (!),
tanto como uma forma de se vingar da Rainha dos Baixinhos, quanto como uma
maneira de, quem sabe, acabar de vez com
o seu alto astral… e, assim, ele poderá continuar espalhando mal-estar e
maldade pelo mundo. “Super Xuxa contra
Baixo Astral” é, então, uma jornada de Xuxa em busca do seu melhor amigo, o
Xuxo, enquanto ela trilha um caminho que a leva, por fim, até o Alto Astral e a
transforma na Super Xuxa.
Durante o
caminho de Xuxa, ela encontra uma série de personagens, em uma montagem que
lembra um pouco o teatro de revista. Além disso, os personagens são bonecos,
fantoches ou pessoas em fantasias, em um estilo que me remete aos clássicos da
TV Cultura, como “Castelo Rá-Tim-Bum”.
No caminho, Xuxa encontra personagens como um Boto Cor-de-Rosa, a Vó Cascadura,
os Pássaros no alto de uma árvore interminável e, é claro, a incrível Xixa. Com
voz de Kátia Moraes, Xixa é uma lagarta cigana que a Xuxa encontra no começo de
sua aventura e que a acompanha até o fim, e ela é, sem dúvida, a personagem mais carismática e interessante
do filme… dei boas risadas com a Xixa, até mesmo quando ela nem estava acordada
(aquela plaquinha de “Não perturbe”!).
Apesar de
possuir um fio condutor, que é a busca de Xuxa por Xuxo, o filme parece uma
junção de vários quadros razoavelmente independentes, mas que representam os
vários locais pelos quais Xuxa passa na busca por seu cachorro, e eles são
acompanhados por uma série de números musicais, que são a marca do filme. Além
de “Arco-Íris”, que abre e encerra o
filme e ficou marcada em nossa memória, o filme também traz músicas como “Flexionar”, da Xixa, “Sonho”, interpretada por Sandra Sá, “Voar Voar”, com o Trem da Alegria e “Eu Quero Saber”, e o mais legal é que
vários deles foram concebidos quase como videoclipes,
e o resultado é muito bacana! As músicas, as coreografias, os personagens e as
cores parecem um prenúncio de “Xuxa Só
Para Baixinhos”.
O filme
talvez não funcione de verdade para quem não viveu essa época e não entende o fascínio que a Xuxa sempre causou
e como marcou nossa infância. É inevitável, ao assistir agora, notar os
problemas de atuação da Xuxa (acho que ser
atriz nunca foi seu forte, mas a Xuxa melhorou muito em anos seguintes), e
é verdade que o excesso notável de merchandising
chama a atenção enquanto assistimos (assistimos como quem caça easter eggs), mas também é inegável que
o filme tem carisma, tem entrega e tem energia! É simples e direto, mas
competente ao entregar a sua mensagem, e eu adoro ver a Xuxa derrotando o Baixo
Astral com um arco-íris (!) e celebrando a vitória da Super Xuxa com a ajuda do
Alto Astral com mais música e dança. Meu coração ficou quentinho.
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Você já assistiu "Xuxa Requebra".
ResponderExcluirCom certeza! Estou começando a rever os filmes da Xuxa para comentar todos eles (postei Lua de Cristal e Super Xuxa por enquanto, mas vem mais em breve).
ExcluirLegal. Eu queria ver a resenha dos Trapalhões e a Árvore da Juventude.
ExcluirAinda não consegui reassistir para escrever, mas é o próximo dos Trapalhões que eu vou ver e postar.
ExcluirVocê não citou a frase da Vó Cascadura (kkkkkkkkkkkkk)
ResponderExcluirFiquei com receio do "Cágado Cagado", mas então que fique registrado aqui nos comentários kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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