Avatar: The Last Airbender 1x05 – Spirited Away

O Mundo Espiritual.

Eu acho que “Avatar: The Last Airbender” é aquele tipo de adaptação no qual teremos que nos desprender da obra original para aproveitar o que está sendo proposto e reconhecer todas as qualidades que a série, sim, apresenta. Dito isso: EU AMEI ESSE EPISÓDIO! Amei o clima, amei a maneira como exploraram os passados de Sokka e Katara com as suas memórias mais dolorosas, amei o reencontro com Gyatso, apesar de todo o inevitável clima de suspense por o Aang não saber se aquilo é, de fato, real ou apenas mais uma ilusão para que ele caísse nas armadilhas de Koh, e eu amei o gancho, que empurra o Aang direto para a Nação do Fogo, já na primeira temporada. Pode parecer apressado, mas pode ser justamente o que Aang precisa para certo amadurecimento em tão poucos episódios.

Agora, dependerá dele!

Toda a trama do episódio começa quando Aang, Sokka e Katara chegam a um vilarejo que é habitado por pessoas do Reino da Terra, mas que está sob o controle da Nação do Fogo, além de estar muito próximo dela – isso quer dizer que eles já viram horrores demais nos últimos 100 anos, como zilhões de mortes e a floresta ao redor que foi totalmente destruída apenas porque a Nação do Fogo queria “abrir caminho” até as montanhas. Quando Aang descobre que um grupo grande de aldeões desapareceu há algum tempo, ele decide adiar a sua viagem ao Norte para poder ajudar aquele povo, novamente fazendo o que já fizera anteriormente, mostrando como ele acredita que, por ser o Avatar, ele precisa salvar todas as pessoas no caminho… e provavelmente precisa mesmo…

Isso mostra o seu coração imenso, e eu gosto disso.

Para resgatar os aldeões desaparecidos, Aang terá que cruzar para o Mundo Espiritual, e eu devo dizer que toda essa parte da trama foi SENSACIONAL. Houve um quê tímido de comédia na maneira como o Aang precisava de concentração para tentar se conectar ao Mundo Espiritual no ponto em que ambos os mundos estavam mais próximos, e um quê de surpresa dele e dos demais quando Katara e Sokka também atravessam com ele. Amei o visual, amei a transição para o Mundo Espiritual, e acho que tivemos cenas lindas com Wan Shi Tong, a coruja detentora de conhecimentos e responsável por conversar com Aang após a sua chegada, o alertando, também, a respeito dos perigos que Sokka e Katara terão que enfrentar se ficarem ali por muito tempo.

Gosto de como o episódio envolve ação e suspense, de como eles caminham sem ter ideia do que encontrarão no próximo passo, de como são surpreendidos pelo espírito da floresta em dor, e como eles acabam eventualmente sendo separados – e é então que Katara e Sokka terão que enfrentar a verdade. O Nevoeiro das Almas Perdidas envolve os dois e faz com que eles revivam as suas memórias mais dolorosas… Katara retorna ao momento do ataque da Nação do Fogo à Tribo da Água do Sul, quando sua mãe se entregou como dobradora de água para salvar a sua vida, e é muito ingênua da parte da Katara tentar dobrar água naquele momento, sério; Sokka, por sua vez, retorna a um dia importante no qual ele viu o pai decepcionado com as suas habilidades.

É extremamente doloroso para ambos.

Aang, no entanto, não cai na mesma armadilha de Katara e Sokka, porque, como o Avatar, ele tem consciência de que o que ele está vendo ali não é real… então, quando Aang vê à distância o Templo do Ar do Sul, ele consegue se impedir de caminhar até lá, até a sua casa, porque sabe que não é real, e acaba tendo um encontro cara a cara com Koh, o Ladrão de Rostos, alguém que está surpreso com a sua força e com quem o Avatar já se enfrentou no passado – uma luta antiga. A cena é tensa e bizarra, mas muito bem-feita, e traz alguns esclarecimentos a respeito do que aconteceu a Katara, Sokka e os aldeões que desapareceram há algum tempo: estão todos prestes a virar comida do Koh… e, por isso, Aang precisa encontrar uma maneira de salvar os amigos.

Para isso, ele recebe uma inesperada ajuda do próprio Gyatso, e é terrível assistir à cena e ficar o tempo todo se questionando se aquilo é real ou não, ao lado de Aang – mas, eventualmente, aquele se torna um reencontro acalentador, com direito a um abraço, à promessa de uma conversa detalhada mais tarde e a uma dica a respeito do que fazer: Roku, um dos Avatares que vieram antes de Aang, foi capaz de vencer Koh alguma vez, e Aang terá que conversar com ele como conversara com Kyoshi antes… para isso, no entanto, ele precisa ir pessoalmente até a Nação do Fogo e ao santuário de Roku. Então, Aang deixa o Mundo Espiritual sozinho, mas promete voltar por Sokka e Katara, enquanto ele ruma para uma missão perigosa, que terá que empreender sozinho.

 

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