Doctor Who (3ª Temporada, 1966) – Arco 024: The Celestial Toymaker

“The mind is indestructible. So is the Toymaker”

Escrito por Brian Hayles e Donald Tosh, com direção de Bill Sellars, “The Celestial Toymaker” é o sétimo arco da terceira temporada de “Doctor Who”, e foi exibido entre 02 e 23 de abril de 1966, em quatro episódios. Eu gosto muito da premissa dessa história: a TARDIS é atraída para um lugar onde um ser quase celestial tem o poder de alterar a realidade ao seu redor e obrigar as pessoas a participarem de seus “jogos” e, assim, o Doctor fica envolvido no Jogo Trilógico, com o próprio Toymaker, enquanto Steven e Dodo precisam passar por uma série de desafios em busca da TARDIS… simples, divertido e envolvente, esse é um dos meus arcos favoritos na temporada, e é uma pena que três dos quatro episódios só estejam disponíveis em forma de reconstrução.

Quer dizer, teria sido incrível ver a parte da dança do Steven, não?

Curiosamente, o personagem do Toymaker foi recentemente trazido de volta para “Doctor Who”. Quando o jogo termina, no fim de “The Celestial Toymaker”, o Doctor explica para Steven e Dodo sobre como ele é “indestrutível” e como ele provavelmente ainda o encontrará, e esse talvez é o motivo pelo qual o personagem faz aparições no universo expandido de “Doctor Who”, mesmo que acabe demorando muitos anos para retornar à série televisiva – o que acontece em “The Giggle”, o último especial de 60 anos da série, quando o Toymaker, agora interpretado por Neil Patrick Harris, é o principal adversário do Décimo Quarto Doctor (e, de certa maneira, do Décimo Quinto Doctor também na estreia de Ncuti Gatwa no papel, com toda a história de bigeneração).

Posso dizer que os efeitos especiais usados no episódio de 2023 são ótimos e eu adoro a abordagem dos poderes do Toymaker de manipulação da realidade ao seu redor, bem como o seu tom sádico e despreocupado com a vida humana, mas eu acho o personagem ainda mais interessante na sua versão de 1966, talvez porque aqui o foco sejam os jogos em si, e é um conceito que eu acho muito interessante – e que é bem aproveitado nesse arco de “Doctor Who”. Na verdade, “The Celestial Toymaker” acaba sendo uma história muito simples, com uma série de jogos a serem vencidos mesmo com regras absurdas e inventadas de última hora para se tentar voltar à TARDIS e ir embora daquele “mundo inventado”, mas funciona muito bem como entretenimento!

Essa é uma daquelas histórias na qual o William Hartnell tira uma folga… para isso, o Doctor é separado de seus companions e fica preso a um jogo com o Toymaker, enquanto o roteiro encontra desculpas para tirar o ator de cena – ele é tornado invisível e imaterial pelo Toymaker, inicialmente, mas depois ele perde até o poder de fala, porque “ele está tentando dar dicas para o Steven e a Dodo”. Então, vemos uma mão que é supostamente do Doctor fazendo jogadas no Jogo Trilógico: e Steven e Dodo correm contra o tempo porque eles precisam encontrar a verdadeira TARDIS, no meio de tantas cópias feitas pelo Toymaker, antes que o Doctor chegue ao seu 1023º movimento e termine o jogo… é isso ou ficar para sempre preso ali, como uma das bonecas do Toymaker.

Assim, acompanhamos mais de Dodo e Steven, enquanto eles formam uma dupla interessante que precisa vencer alguns desafios contra todas as adversidades criadas pelos bonecos do Toymaker. O primeiro desafio é uma espécie de corrida de obstáculos, com palhaços que fazem de tudo para atrapalhar, mudar e dificultar o circuito, para impedir que Steven chegue até o final; o segundo desafio consiste em descobrir qual de sete cadeiras é a segura para se sentar, com cartas de baralho que estão tentando vencer o mesmo jogo e conquistar a liberdade; o terceiro desafio passa pela busca de uma chave em uma cozinha e uma pista de dança que coloca Steven e Dodo para dançar; e o quarto e último desafio é um “simples” jogo de tabuleiro, com um cara competitivo…

Se perderem, eles se tornarão escravos do Toymaker para sempre.

Gosto muito do bom-humor da história e de como é paradoxal que os jogos sejam tão sádicos e, bem… Dodo e Steven podem morrer em cada um deles. No fim, tanto o Doctor quanto Dodo e Steven fazem a sua parte: os companions vencem seus próprios desafios sem o auxílio do Doctor, chegando à TARDIS antes que o Doctor chegue ao 1023º movimento de seu próprio jogo, como tinha sido estabelecido inicialmente, e o Doctor faz seu último movimento encontrando uma maneira tanto de vencer o Toymaker quanto de impedir que eles desapareçam junto com todo o mundo que o Toymaker criara e que se desfará quando ele perder a partida – embora seja uma resolução bastante boba, no fim das contas, funciona para a história!

 

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