Man Suang (2023)

Investigações no Clube Man Suang!

Protagonizado por Apo (Nattawin Wattanagitiphat) e por Mile (Phakphum Romsaithong), “Man Suang” é, possivelmente, um dos filmes mais aguardados do Mundo BL em 2023 – embora ele não seja, de fato, um BL. “Man Suang” não está centrado em nenhum romance, mas sim em uma investigação eletrizante e com algumas reviravoltas que acontece em um clube chamado Man Suang, um lugar aparentemente decisivo para o futuro da história do país ao fim de um reinado. Ainda assim, a presença dos atores que protagonizaram, em 2022, “KinnPorsche”, chamou a atenção de BLzeiros, e nós teremos o prazer de voltar a acompanhar Khem e Chatra, agora sim em um BL, em “Shine”, série derivada do filme “Man Suang” e que já foi oficialmente anunciada.

Sião, século XIX. “Man Suang” é uma narrativa com toques históricos, conforme acompanha forças que buscam seus próprios objetivos ao passo que o reinado do Rei Rama III se aproxima do fim, e é muito interessante como o filme é ambientado em um clube no qual muita coisa está acontecendo tanto em cima do palco quanto nos bastidores… enquanto os bailarinos estão fazendo apresentações elaboradas (e belíssimas) para figuras importantes, que negociações estão sendo feitas por baixo dos panos? Que tipo de documentos são assinados e passados naquelas mesas? Que segredos o Clube Man Suang esconde de verdade? Com sensualidade, beleza e mistério, “Man Suang” conduz uma narrativa instigante e, acima de tudo, visualmente impactante.

Apo interpreta Khem, um homem que foi injustamente acusado de um assassinato, e que acaba sendo enviado ao lado de seu amigo, Wan, para o Clube Man Suang com a missão de colocar as mãos em importantes documentos que representem traição contra o país e negociação de armas com a Europa… Mile, por sua vez, interpreta Chatra, um músico de quem Khem se aproxima depressa – e a quem acaba contando o seu segredo rápido demais, a meu ver. Gosto muito das cenas de Khem e Chatra, de como há certa proteção de Chatra, de como eles saem juntos à feira para comprar tecido para uma nova cortina para substituir aquela que ambos rasgaram, de como eles empinam pipa juntos e sobem em árvores… ainda assim, sinto que Khem confiou nele rápido demais.

Será que “Shine” retomará isso de alguma maneira?

Ou começará mesmo depois de “Man Suang”?

De todo modo, talvez as cenas compartilhadas por Khem e Chatra no rápido período em que eles estão se conhecendo, se aproximando e aprendendo a confiar um no outro sejam as minhas favoritas no filme… mas também gosto muito de quando Khem, Chatra e Wan formam um trio para buscar o documento que garantiria a liberdade de Khem e de Wan – ainda que eles não sejam nem um pouco discretos ao fazer isso. Me diverti com a montagem rápida e inteligente que os coloca para conduzir diferentes “entrevistas” e tentar recriar a importante noite de um assassinato, mas fiquei angustiado com a maneira pouco cuidadosa como eles parecem “revelar o segredo deles” e, automaticamente, se colocarem em risco… afinal de contas, em quem se pode confiar no Man Suang?

Nem mesmo em Chatra, talvez.

Embora não realmente surpreendente, o filme tem uma virada muito bacana quando Khem descobre, finalmente, os documentos que estava buscando, e Chatra tenta impedi-lo de entregá-los porque eles incriminam Khun Suthinborirak e mostram que não apenas ele é um traidor do país, como ele estava negociando armas com os dois lados – e Khun Suthinborirak É SEU PAI. Assim, Chatra quer guardar os documentos consigo para que ele e a sua família não precisem pagar por um crime que foi cometido pelo seu pai, mas Khem tampouco pode deixar que as coisas fiquem como estão, muito menos condenar a si mesmo, já que ele será condenado por um assassinato que não cometeu se ele não cumprir a missão que foi enviado a Man Suang para cumprir.

É uma situação delicada e com reviravoltas maravilhosas… Wan acaba se voltando contra Khem, entregando a cena mais impactante e mais dramática da reta final do filme, e Hong protagoniza uma sequência perfeita na qual ele brinca de “Romeu e Julieta”, forja a própria morte e faz um retorno espetacular ao lado de Khem e Chatra, contra o administrador de Man Suang, expondo todos os segredos que precisam ser expostos… e colocando um fim naquela história finalmente. Gosto muito de como o filme utiliza bem o espaço de um clube de entretenimento, de como a dança é importante para o personagem de Khem, e de como tudo isso desempenha um papel essencial no clímax, porque a entrada de Hong sob a fantasia NÃO PODERIA TER SIDO MAIS PERFEITA.

Não é exatamente o filme que eu estava esperando, confesso… mas é, sim, um grande filme. Além de ter um visual impecável e de ser maravilhoso ver Mile e Apo em cena, acho que “Man Suang” brinca bem com elementos de mistério, suspense, drama e toques de sensualidade, que estão sutilmente presentes na maneira como Khem se move no palco, por exemplo, e entrega alguns dos melhores momentos do filme. Há, também, uma inegável carga dramática, e muito potencial para o futuro – e eu estou ansioso para ver como “Shine” vai explorar isso. Khem e Chatra são personagens interessantes, com paixões e motivações claras, e acho que vai ser ótimo poder retornar a essa linguagem e a esse visual, dessa vez em uma série que também focará no romance.

Vamos aguardar!

 

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