O Malefício (2023) – Enrique de Martino conhece Beatriz
Um encontro do destino?
Sem ter
visto a versão original de “O Malefício”,
de 1983, eu estou bem curioso para
entender como essa história se desenvolverá – e se será possível torcer por Enrique de Martino, o que
ainda me parece improvável, nesse início de novela… mas, que fique bem claro,
não por causa do Álvaro: o Álvaro é um gato e eu fico suspirando por ele, é
verdade, mas eu realmente não confio nele,
acho que ele tem algum segredo e/ou intenção obscura que ainda desconhecemos.
Enrique de Martino, por sua vez, é abertamente maléfico, e algumas de suas cenas introdutórias, sobre o
“sacrifício” e sobre a “organização” são de arrepiar. Será que a proposta da
novela é justamente reverter isso
conforme ele se aproxima de Beatriz? E, nesse caso, como fica o pacto que ele
fizera?
Enrique
conhece Beatriz no cemitério, quando Juanito segue um gato (que, no momento, eu
não tenho certeza de que realmente estivera ali… já começo a achar que foi algo
que apenas o próprio Juanito viu, como a serpente) e acaba dentro do mausoléu
da família de Martino, e é o Enrique quem o leva para fora, de volta ao
encontro da mãe. O primeiro encontro e a primeira conversa de Beatriz e Enrique
são o mais breve possível, mas causa
uma impressão… especialmente em Enrique, que coloca pessoas que trabalham para
ele para conseguir todas as informações
possíveis de Beatriz, mas também em Vicky, que conhece a fama de Enrique de
Martino, um dos empresários mais ricos do México! E Vicky também é obcecada por
Jorge, um dos filhos de Enrique…
Jorge, no
entanto, é “o filho mau”. Parecidíssimo com o pai, eu acho que ele tem certo
fascínio de bad boy que chama a
atenção, mas ele não tem o carisma e a sensibilidade de Raúl… ambos afetados
pela morte da mãe, há 16 anos, cada um reagiu de uma maneira distinta: Jorge
enterrou a dor e prefere não falar no assunto; Raúl, por sua vez, tem certeza
de que o pai está mentindo sobre a morte da mãe, e que Nora não cometeria
suicídio, porque ela os amava demais e jamais os abandonaria… e ele tem lido
sobre esquizofrenia há anos, e não parece ser realmente o problema da mãe.
Enrique sente que perdeu os filhos desde a morte da esposa, “o sacrifício de
quem ele mais amava” (!), e agora ele quer que Jorge convença o irmão a tomar
parte na “organização”…
Por que é
tão importante que o Raúl entre para a seita?
Com certeza,
Enrique não é um protagonista tradicional… o fato de ele ter feito um pacto,
ser o líder de uma “organização” com cara de seita, ter “sacrificado o que mais
amava”, que provavelmente é a vida de sua esposa, tudo contribui para a
construção de um personagem que de “bonzinho” não tem nada. E é interessante
como “O Malefício” jamais planejou esconder isso: a maneira como Enrique
fala com os seus subordinados da organização sobre como eles precisam descobrir
quem foi que infiltrou informações “do que eles fazem ali” para o jornalista
assassinado é macabra. Agora, a organização vai tanto em busca das informações
que foram vazadas, para destruir toda e qualquer evidência, bem como do homem
que as vazou, porque “não conseguiu o que queria da organização”.
Uhm.
Quando
consegue todas as informações a respeito de Beatriz, como queria, Enrique trata
depressa de enviar para ela um imenso buquê de flores, que ela recebe com
choque, ao perceber que não são de Álvaro, seu namorado, no fim das contas… e
eu preciso dizer: no lugar dela, eu
acharia no mínimo estranho. Quer dizer, o “encontro” com Enrique de Martino
foi breve e totalmente ao acaso, não há justificativa
real para o envio daquelas flores, e parece um tanto assustador… mas Enrique
está determinado a “conquistar” Beatriz. Vamos ver como essa história toda se
desenvolve entre eles, tendo em vista que Beatriz está ocupada com o trabalho e
preocupada demais com os filhos até mesmo para aceitar um pedido de casamento
do homem com quem já namora…
Como será isso tudo?
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