Sítio do Picapau Amarelo (1978) – A Raiz Milagrosa: Parte 1
“Temos que dar um jeito de transformar a natureza!”
Inspirado
por “Reformas da Natureza”, e já
unindo as duas partes do livro – a primeira, na qual Emília faz as suas
reformas de maneira independente, usando o Faz-de-Conta; e a segunda, na qual a
Emília precisa da ajuda do Visconde, para reformas que “envolvem ciência” –, “A Raiz Milagrosa” é a segunda história
da temporada de 1978 do “Sítio do Picapau
Amarelo”. Dona Benta recebe uma inusitada carta da Áustria, de um amigo seu
que avisa que um colega cientista, o Professor Fritz, vai passar uns dias em
seu Sítio, enquanto Emília faz o Visconde jurar sobre a “bíblia” (na verdade, é
sobre um dicionário, que é um livro tão
grande quanto e que a Emília acha que é o suficiente) que vai ser seu
escravo até o fim do seu “projeto” e vai guardar segredo dele.
Ou então,
ela o dá para a Vaca Mocha comer!
“Amor, a quanto obrigas!”
A vindoura
visita do Professor Fritz movimenta o Sítio do Picapau Amarelo… todo mundo
começa “preparações” para a sua chegada, enquanto o Visconde começa a temer que
ele seja “mais sábio do que ele” e, por isso, ninguém mais queira saber dele…
Emília diz que duvida muito que o tal de Professor Fritz seja mais inteligente
que um Visconde de Sabugosa, e começa a pensar em possibilidades de como
“sabotar” a sua vinda ao Sítio, se isso está incomodando tanto assim o seu
colega sabugo… e é curioso ver o Visconde nessa situação, todo apaixonadinho
pela Emília e todo inseguro por causa da chegada de outro sábio, aceitando
sugestões da Emília que não parecem realmente condizer com a sua maneira de se
comportar, querendo infernizar a vida
do outro sábio.
Mas Emília
está empenhada mesmo é na sua reforma… afinal de contas, ela decide que “está
tudo errado”. Ela se incomoda com a jabuticabeira vazia, por exemplo, dizendo
que “se ela desse fruta o ano todo, eles não a encontrariam vazia assim quando
procurassem por jabuticabas” e coisas do tipo. E é com a jabuticabeira que
Emília quer fazer sua primeira reforma… e isso é realmente muito clássico do “Sítio do
Picapau Amarelo”: ela pergunta ao Visconde se ele acha justo que aquela
“baita árvore” dê frutinhas tão pequenas, enquanto a pobre da aboboreira se
arrasta no chão “com aquelas frutas enormes”. Ignorando avisos de que “a
mãe-natureza sabe o que faz” e alegando que “às vezes ela se engana”, Emília
trata de pedir que as árvores mudem o que fazem…
Sempre
manipuladora, Emília diz ao Visconde que também vai dar a ele créditos por isso
tudo, e pede que ele pense no que o Professor Fritz vai dizer quando der com
uma abóbora em uma jabuticabeira e souber que foram eles que fizeram isso! Então, enquanto Emília espera que a
jabuticabeira e a aboboreira obedeçam suas ordens e tem novas ideias, o
Visconde sai por aí recolhendo pequenos animais que podem ser usados como
“cobaias” para os seus experimentos – o que é bastante preocupante. Até porque
a Emília vai ter ideias bastante absurdas
com uma centopeia e com uma saúva logo em breve, e isso pode colocar todo o
Sítio do Picapau Amarelo em perigo (uma história que virou a segunda parte de “Reforma da Natureza”, mas foi
originalmente publicada separadamente).
Emília conta
para o Visconde que “estava conversando com a Vaca Mocha” porque “ela está
errada também”. Na vaca, ela pretende mudar o seu depósito de leite, e pretende
colocar a cauda no meio das costas, para “evitar injustiças”: ela acha um
absurdo que o espanador da Vaca Mocha só vá, no máximo, até as costelas… como
ela vai fazer para espantar os mosquitos que pousarem na sua nuca, por exemplo?
Além disso, ela pretende colocar metade das tetas da Vaca Mocha de um lado e
metade do outro, para facilitar que os bezerros mamem enquanto eles tiram leite
do outro lado. O mais inusitado e curiosamente divertido de tudo é a confiança
com que a Marquesa de Rabicó diz tudo, explicando que “reforma não é
brincadeira não, precisa de ciência”.
A chegada do
Professor Fritz ao Sítio de Dona Benta acaba sendo mais tranquila do que esperávamos, com a Emília falando de sabotar
a sua vinda e tudo o mais… Fritz sabe muito sobre o Sítio e seus moradores, e
ele meio que conquista o Visconde de Sabugosa depressa, quando o chama de “seu
caro colega” e o convida para ajudar em suas pesquisas e experiências: ele está
em busca de uma espécie de raiz muito rara que supostamente só existe naquela
região, e ele avisa à Dona Benta que “tem muita gente atrás dessa raiz”…
inclusive, muita gente que “não merece confiança”, porque eles podem usar essa
raiz para fins de guerra… o problema é que o Professor Fritz nem sabe muito bem
como é a tal “raiz milagrosa” que ele
está buscando, e realmente tem gente atrás dele…
Ladrões
misteriosos que chegam a Tucanos e se hospedam com o Elias.
Como o
Visconde é “recrutado” para ajudar o Professor Fritz, ele “abandona” a Emília
temporariamente, e ela precisa seguir sozinha com as reformas da natureza que
pode fazer usando apenas o Faz-de-Conta.
De todo modo, Emília adoraria levar todo o crédito para si e, como diz ela, ser
mais famosa que o Professor Fritz e mais inteligente que 10 Viscondes. Mas ela
tem que ficar de olho no sabugo linguarudo, que quase conta para o Pedrinho e a
Narizinho o que ela está fazendo: ela o interrompe a tempo e grita com ele,
dizendo que “nunca mais fala com ele” – o que é demais para o coraçãozinho
apaixonado e maltratado do pobre sabugo. De todo modo, Pedrinho e Narizinho
descobrem os seus planos quando colocam o Saci para investigar e ele a ouve
conversando com as árvores…
A primeira
reforma está feita…
Para alguns,
é um choque ver a jabuticabeira cheia de abóboras!
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