Doctor Who (2024) 1x06 – Rogue
“Find me”
Grã-Bretanha
em 1813, um baile ao estilo de “Bridgerton”,
alienígenas metamorfos capazes de “roubar corpos” e um caçador de recompensas
charmoso que balança o coração do Doctor… PODIA SER MAIS PERFEITO?! Lançado em
07 de junho de 2024, “Rogue” é o
sexto e, na minha opinião, o MELHOR episódio dessa nova temporada de “Doctor Who”. Com um visual lindíssimo e
uma história curiosa, o episódio envolve suspense, romance e aventura, além de
introduzir o Rogue (Ladino, na tradução), um possível novo personagem regular,
interpretado por Jonathan Groff… e eu já quero que uma das tramas principais da
segunda temporada protagonizada por Ncuti Gatwa como o 15º Doctor seja a busca por Rogue – seja lá em que
dimensão ele foi parar, sabe?
Antes de
entrar no episódio de fato, eu
preciso dizer que eu já estava meio que apaixonado por ele antes de assisti-lo
por motivos de Jonathan Groff. Eu amo o Jonathan Groff desde que ele
interpretou o Melchior em “Spring
Awakening”, em 2006 – depois, tivemos a chance de vê-lo em muitas outras
produções, como o Jesse St. James em “Glee”,
o Patrick em “Looking” ou o Rei George
III em “Hamilton”, e eu posso dizer
uma coisa com certeza: entendo perfeitamente porque o Doctor ficaria caidinho por ele, mas ele nem chegou a
ouvi-lo cantar… ah, se ele soubesse o que
o Jonathan Groff/Rogue pode fazer com a voz! O Rogue é um personagem
cativante, com um tom de mistério e todo o potencial para se tornar um
personagem recorrente no futuro.
Tenho certeza que o veremos novamente.
Quando… aí
já é outra história.
O episódio
já começa no meio de um baile em 1813, por sugestão de Ruby Sunday – mas ela
não é a única que queria “ter uma experiência Bridgerton”. Apesar de Ruby e o Doctor terem uma maneira inofensiva de se divertir no Século XIX,
os Chuldurs parecem ter outra ideia para diversão… eles realmente assumem personagens, matando pessoas
para assumir sua identidade e “brincar”, até passar à próxima. E é nesse
contexto que o Doctor conhece o Rogue, um homem bonito e misterioso que não
parece surpreso no momento em que eles se deparam com o corpo da Condessa que
está oferecendo a festa. Curiosamente, os dois se voltam um contra o outro, porque claramente quem está por trás do
assassinato conhece tecnologia que vão além daquele lugar e época…
Mas o Rogue
leva a melhor aqui, e consegue levar o Doctor para a sua nave como um
prisioneiro, em uma das sequências mais
interessantes do episódio, porque o Doctor precisa convencer o Rogue de que ele não é o culpado, e enquanto eles estão
ali perdendo tempo, tem pelo menos um Chuldur que vai se manter à solta na
Terra, fazendo sabe-se lá o quê… e o fato de o escaneamento da nave do Rogue
apresentar outro rosto para ele
parece ser a confirmação de que o Rogue precisa de que ele é um metamorfo – tal
qual os Chuldurs. Na verdade, é muito
mais complexo do que isso, e a cena é maravilhosa incluindo os rostos
antigos do Doctor, dentre eles o da Doctor Fugitiva de Jo Martin ou o Doctor de
Richard E. Grant, que só apareceu antes no universo expandido e em uma linha
alternativa.
A dinâmica
do Doctor e do Rogue é simplesmente FANTÁSTICA, como diria o 9º Doctor. Há um
quê de tesão explodindo em um flerte
descarado, há um quê de provocação na maneira como o Doctor usa a sua chave de
fenda sônica para colocar “Can’t Get You
Out of My Head”, da Kylie Minogue, para tocar, porque aparentemente era o
que o Rogue estava ouvindo quando chegou ali (o Doctor dançando é TUDO!), e há,
talvez, um quê de alívio na maneira como os dois se reconhecem como
não-culpados eventualmente… como se fosse uma “autorização” para que eles
sintam e reconheçam o que quer que estejam sentindo. A dinâmica entre eles é complexa demais para ficar resumida há
apenas um episódio… tem muito mais aí que “Doctor
Who” ainda encontrará como explorar.
Amei a
sequência do Doctor levando o Rogue para a TARDIS… gosto do fascínio que a
TARDIS exerce sobre o Rogue, e como ambas as naves ecoam, visualmente, o que o
diálogo explora nas diferenças entre eles: o Rogue parece estar ainda muito
preso a alguém que viajava com ele e que ele perdeu, enquanto o Doctor
encontrou uma maneira de “seguir em frente”, porque é isso o que ele tem que
fazer. Mas o Doctor também já perdeu
muita gente. A confiança estabelecida depressa entre o Doctor e Rogue, a
proximidade, aquele quase beijo dentro da TARDIS e aquela conversa breve na
qual ambos se convidam a viajar um com o outro, e eles deixam isso para
resolver depois que eles tivessem lidado
com os Chuldurs… tudo é muito promissor!
O beijo não
acontece naquele momento porque a armadilha que o Doctor e Rogue prepararam
para os Chuldurs está pronta e eles precisam voltar para o baile e salvar umas
vidas – e se os Chuldurs estão ali em busca de história, romance e drama, o
Doctor sabe perfeitamente como chamar a
atenção deles e atraí-los para fora: ele resolve “causar um escândalo”. Há
tanta beleza e delicadeza na sequência de dança do Doctor e de Rogue, e eu
gosto muito de como “Doctor Who”
conseguiu colocar humor nas palavras do Doctor, simulando uma discussão
dramática digna de “Bridgerton”, mas
como também há algo de muito real na
maneira como o Rogue se ajoelha na sua frente, entrega o seu anel e então o
Doctor diz que “não pode” e vai para fora, como era o plano o tempo todo…
No fim, o
plano não funciona por um motivo simples, mas preocupante: a armadilha estava
pronta para um Chuldur… mas são vários
Chuldurs, na verdade. E é então que a tensão cresce, e o Doctor se vê em
uma situação complicada quando tudo indica que Ruby Sunday foi consumida pelo Chuldur que anteriormente era Emily.
E eu gosto de como isso oferece uma transformação
para o Doctor, e Ncuti Gatwa entrega a sua atuação brilhante de sempre: um
Doctor que perdeu a sua companion é
CAPAZ DE QUALQUER COISA. Quer dizer, foi assim que nós ganhamos o melhor
episódio da série até agora, com o Peter Capaldi como o 12º Doctor: “Heaven Sent”. E, aqui, o Doctor está
disposto a enviar os Chuldurs para outra dimensão e deixá-los sofrer por 600
anos…
A
reviravolta? Ruby ainda é a Ruby…
Mas ela já está presa na armadilha quando o
Doctor descobre isso.
Toda a
conclusão do episódio traz um tom TÃO DRAMÁTICO que é realmente PERFEITO. Ruby
está ali, e ainda que soltá-la signifique também deixar os Chuldurs livres e,
portanto, não parece uma opção viável, o Doctor jamais sacrificaria a Ruby… e
quando o Rogue pergunta se ele seria capaz disso, eu tenho certeza de que ele sabia a resposta, mas ele queria
confirmar, ele queria que o Doctor mostrasse para ele que ele não faria isso e
tem dois bons corações – acho que é nesse momento que o Rogue tem a certeza de
que ele se apaixonou pelo homem certo.
Então, ele dá um beijo no Doctor (E É O MEU MOMENTO FAVORITO NO EPISÓDIO, EU
FIQUEI SIMPLESMENTE RADIANTE!), antes de assumir o lugar de Ruby… a salvando,
mas se sacrificando no seu lugar.
Ao fim do
episódio, o Doctor tenta fingir para a Ruby que “está tudo bem”, mas ele usa o
abraço para esconder sua verdadeira expressão (oi, 12º!), e ele coloca o anel
que Rogue entregara para ele. Não sei quando, não sei como, mas eu SEI que o
Rogue de Jonathan Groff estará de volta em algum momento… em um único episódio,
“Doctor Who” construiu uma relação
lindíssima para esses personagens, e a última fala do Rogue, antes de “cair
naquela armadilha para outra dimensão”, é pedindo que o Doctor o encontre. Não tem como o Doctor simplesmente “seguir em
frente” sem tentar reencontrá-lo. Um episódio MARAVILHOSO e uma introdução
BRILHANTE para algo que ainda veremos ser desenvolvido em algum momento, talvez
só na próxima temporada.
Também preciso
falar brevemente sobre teorias… nós
não sabemos, ainda, a origem de Rogue. Seria ele um humano do futuro? Ou, quem
sabe, um Senhor do Tempo de Gallifrey? Não acredito que se possa dizer, com
certeza, que ele não é um Senhor do
Tempo, mesmo quando o episódio tenta nos convencer de que ele não é… ele faz um
comentário que me parece sugerir que ele sabe do circuito camaleão da TARDIS, e a sua nave, por mais “diferente” que
seja, tem um console hexagonal situado bem no meio do recinto, tal qual uma
TARDIS. Além disso, um diálogo de outro
episódio fez questão de ressaltar como “Senhores do Tempo gostam de ser
conhecidos por títulos”, e eu não acho que aquele diálogo foi ocasional, assim
como o “Just Doctor?” versus “Just Rogue?”
desse também não foi…
Mas são
teorias, por ora. Como eu amo “Doctor
Who”!
Agora… vamos
descobrir QUEM é a personagem de Susan Twist!!!
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Você pretende escrever sobre os filmes do Karatê Kid e a série do Cobra Kai? Acho a série muito boa.
ResponderExcluirSobre os filmes do Karatê Kid sim. Sobre a série Cobra Kai eu ainda não sei, por enquanto não tenho vontade... só se me der uma vontade absurda depois de rever os filmes mesmo.
ExcluirA série Cobra Kai é muito boa. Ela não se sustenta apenas em nostalgia, que já é enorme na série. Mas a história é muito bem escrita, o desenvolvimento dos personagens é absurdo de tão bom, ninguém é 100% herói ou vilão, a série respeita os filmes originais e nada parece forçado. Você vai adorar essa série.
ResponderExcluirA propaganda foi boa!!!
ExcluirVou começar pelos filmes de Karatê Kid, daí eu decido :)
Amei muito esse episódio! Essa ambientação semelhante a Bridgerton, a química entre o Doutor e o Ladino, as reviravoltas... Tudo! Adorei a cena da dança, a cena do beijo, amei o personagem do Ladino e espero muito que ele retorne mesmo. Nem levantei teorias, mas aceito de bom grado as suas. Seria massa se ele fosse um Senhor do Tempo também. Que roteiro incrível esse que consegue misturar cosplay, bailes de época, romance lgbt e alienígenas, tufo num único episódio! Quanta criatividade! E amei muito sua review, deu para perceber que realmente esse é um dos seus episódios favoritos dessa temporada, e também acho esse um dos melhores até agora.
ResponderExcluirCada episódio que você assiste e diz que gostou me deixa imensamente feliz, amigo! E eu adorei isso de "deu para perceber que realmente esse é um dos seus episódios favoritos", quero deixar transparecer mesmo, é assim que funciona meu registro de opiniões e emoções hahaha
ExcluirÉ para ficar evidente mesmo, né? Sksksk
ExcluirSempre hahahaha
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