As Crônicas de Spiderwick, Livro 2 – A Pedra da Visão (Tony DiTerlizzi e Holly Black)

O sequestro de Simon por goblins!

Escrito e ilustrado por Tony DiTerlizzi e Holly Black, “A Pedra da Visão” é o segundo livro de “As Crônicas de Spiderwick”, também publicado em maio de 2003, junto com “O Guia de Campo”, e continua as aventuras de Jared, Simon e Mallory depois de se mudarem para uma casa antiga, encontrarem um misterioso livro de Artur Spiderwick e descobrirem que existe todo um mundo fantástico à nossa volta. Tibério, outrora o diabrete nas paredes da antiga casa, alertara os Irmãos Grace sobre todos os perigos que eles estavam correndo e como eles não queriam realmente se envolver com o Guia de Campo e tudo o mais – mas talvez já seja tarde demais… e quando Simon Grace é sequestrado por um grupo de goblins, Jared e Mallory partem em uma aventura para salvar o irmão.

O segundo livro da série, rápido e envolvente como o primeiro, é uma aventura de um dia na nova vida dos Irmãos Grace, e apresenta novas criaturas e novos elementos, como a Pedra da Visão: antes de saírem em busca de Simon, eles precisam de algo que lhes permita enxergar criaturas como diabretes, goblins, grifos e trolls. A impaciência e a impulsividade de Jared, no entanto, pode acabar lhe custando caro, porque Tibério não ficou muito feliz com a maneira como toda a questão da “Pedra da Visão” ficou resolvida. De todo modo, Jared não quer se preocupar com isso agora… nesse momento, ele quer encontrar o irmão, e ele precisa da ajuda de Mallory e, quem sabe, das suas habilidades de esgrima, ainda que as suas espadas não tenham pontas.

Acho que sem o tom de apresentação do primeiro livro, “A Pedra da Visão” parece mais ainda como uma aventura independente, embora não o seja realmente, e é rápida como um capítulo de um livro maior – mas é um dos livros que mais me fascinam em “As Crônicas de Spiderwick”, provavelmente porque há algo na ideia da Pedra da Visão em si que eu adoro, e isso sem mencionar que a edição que eu tenho é realmente lindíssima e é, para mim, o livro mais bonito de toda a série, com a capa vermelha. A jornada de Jared e Mallory rumo a Simon e os goblins que o levaram conta com uma caminhada perigosa através da floresta, uma queda no rio e a chance de serem devorados por um troll faminto conforme a luz do sol se torna cada vez mais escassa…

Gosto de como, ainda que ele não seja o protagonista do livro, grande parte da motivação venha do fato de Simon ser tão apaixonado por animais. Ele se afasta dos irmãos em busca de uma gata perdida, e ele não quer ir embora, quando Jared finalmente o liberta da gaiola na qual foi preso pelos goblins, sem antes libertar os outros animais que também foram capturados… e, quem sabe, salvar até um grifo moribundo que os goblins rodeiam como urubus, ansiando pelo banquete que ele seria. Com todo o sufoco que enfrentam, Jared acaba tendo que tomar uma decisão difícil e entregar o grupo de 10 goblins para o troll que se esconde no rio, porque essa é a única esperança de saírem dali com vida e não serem convertidos em “alimento para goblins” eles mesmos.

Mas eles ganham a inusitada ajuda de Gritalhão, que parece um goblin que também está aprisionado em uma das gaiolas nas árvores, assim como Simon e os outros animais… Gritalhão é diferente dos demais goblins, no entanto, porque ele usa roupas e parece ter “dentes de bebê” (e que são, literalmente, de bebês, que ele rouba como se fosse a “Fada do Dente” ou qualquer coisa assim), e eventualmente ele explica que “não é um goblin qualquer, ele é um trasgo”, seja lá o que isso quer dizer. De todo modo, ele e Jared têm um acordo que acaba se mostrando bastante útil quando Gritalhão ajuda a distrair os goblins captores para que as crianças possam escapar – e Jared também é digno o suficiente para retribuir o favor quando Gritalhão mais precisa.

Gritalhão é um personagem curioso de “A Pedra da Visão”, eu gosto de como ele é inesperado, debochado, e ele tem uma dinâmica bacana com Jared, que tem o seu jeito todo impulsivo de ser e tudo o mais… além disso, Gritalhão é o responsável por inutilizar a Pedra da Visão em si: ela até dá título ao livro, mas não é o elemento mais importante da narrativa, e pode ser dispensada eventualmente quando Gritalhão explica que o seu cuspe, já que ele é uma criatura mágica, pode dar aos Irmãos Grace a Visão sem que eles precisem ficar usando a Pedra – o que, é claro, é muito útil, já que havia uma pedra só para três irmãos que estão metidos nessas confusões que prometem estar apenas começando… naturalmente, isso pode não durar para sempre.

O segundo livro de “As Crônicas de Spiderwick” traz informações como a de que o irmão mais velho de Artur Spiderwick “desapareceu” (possivelmente levado por goblins como o Simon?) e elementos a serem explorados futuramente, como o fato de que eles levam o grifo machucado para casa e o deixam no estábulo. E, depois de um dia exaustivo no qual a vida deles correu perigo mais de uma vez, os Irmãos Grace se perguntam o que isso tudo significou – por que Simon foi sequestrado pelos goblins, afinal? Talvez não fosse apenas como “alimento”, porque Simon sabe o que eles queriam: ELES QUERIAM O GUIA DE CAMPO. Bem, não se pode dizer que o Tibério não os avisou, desde o começo… esse livro é muito importante, e criaturas mágicas estão de olho nele.

 

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