Doctor Who (4ª Temporada, 1967) – Arco 036: The Evil of the Daleks, Parte 1

O fator humano.

Escrito por David Whitaker e dirigido por Derek Martinus, “The Evil of the Daleks” é o nono e último arco da quarta temporada de “Doctor Who”, e foi exibido originalmente entre 20 de maio e 01 de julho de 1967, em sete partes – apenas um desses episódios ainda existe completo, e os outros seis ganharam animações em 2021. Embora eu esteja em uma fase na qual estou um pouco cansado dos Daleks, porque eles têm sido usados à exaustão desde a sua introdução em “The Daleks”, o segundo arco da série, ainda em 1963 (!), “The Evil of the Daleks” é uma história importantíssima para os personagens, porque ela foi pensada para ser a última história com Daleks em “Doctor Who” – e de fato demoraremos algumas temporadas até voltar a ver os nossos saleiros na série.

Dessa vez, o Doctor e Jamie nem precisaram que a TARDIS se materializasse em outro lugar para que eles se envolvessem em outra confusão/aventura. Depois de se despedirem de Ben e Polly, que decidiram retomar suas “vidas normais”, o Segundo Doctor e Jamie saem em busca da TARDIS, que não viram mais desde que ela se materializara no meio da pista do Aeroporto de Gatwick, no início de “The Faceless Ones”. E, quando eles voltam a vê-la, ela está sendo levada para algum outro lugar – tentando seguir a TARDIS, o Doctor e Jamie são atraídos para uma espécie de armadilha, com pistas falsas que são deliberadamente plantadas em seu caminho para que eles cheguem até pessoas que o Doctor nem imagina que estão trabalhando para os Daleks

A trama de “The Evil of the Daleks” começa de maneira eletrizante – gosto muito de toda a introdução desse arco. O Doctor e Jamie chegam à loja de Edward Waterfield, uma loja de antiguidades que vende coisas que não parecem antigas, no fim das contas… mas tampouco parecem falsificações. A resposta desse pequeno mistério vem depressa, quando o Doctor e Jamie são transportados em uma espécie de máquina do tempo para 1866, e o Doctor descobre que experimentos realizados por Waterfield e Theodore Maxtible acabaram permitindo a chegada de criaturas perigosas, que sequestraram a filha de Edward: os Daleks. Victoria Waterfield está presa em algum lugar e não existe outra alternativa para Edward a não ser obedecer aos Daleks…

E os Daleks queriam justamente que ele atraísse o Doctor até eles.

Dessa vez, o plano dos Daleks é curioso: eles já foram derrotados anteriormente, mesmo que eles se digam “a raça mais inteligente do universo” ou qualquer coisa assim, e agora eles querem entender o que é que lhes falta para que eles se tornem realmente invencíveis – por isso, eles estão em busca do que eles chamam de “fator humano”, uma característica que, se devidamente absorvida por eles, poderá criar uma espécie de “Super Dalek”, capaz de qualquer coisa… e é de Jamie que eles querem “extrair” o tal “fator humano”. Por isso, Jamie é enviado em uma espécie de teste para recuperar Victoria Waterfield, enquanto o Doctor fica para trás, responsável por ler as suas ações e “traduzi-las” para que os Daleks entendam o que ele está fazendo…

Coisas como instinto.

Mais uma vez, eu preciso dizer que EU GOSTO MUITO DO JAMIE COMO COMPANION! Eu gosto de como ele é inteligente, de como toma suas próprias decisões, como admira o Doctor, mas ainda é capaz de questioná-lo e enfrentá-lo, como o faz quando pensa que ele parece “estar cooperando com os Daleks” ou algo. E toda a sequência de Jamie se unindo a Kemel para salvar a vida de Victoria é certamente uma das melhores sequências de “The Evil of the Daleks”… tanto a parceria que se forma entre eles quando um salva a vida do outro e eventualmente descobrem que ambos querem a mesma coisa, quanto a missão de resgate propriamente dita. E enquanto Jamie age, o Doctor isola o “fator humano” para os Daleks, como os Daleks querem… mas qual é o plano do Doctor?

Certamente ele tem um… certo?

 

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