Sítio do Picapau Amarelo (2007) – O Anjinho da Asa Quebrada: Parte 2
O falso anjinho.
Vou dizer
uma coisa a respeito de “Viagem ao Céu”
e, consequentemente, de “O Anjinho da
Asa Quebrada”: a parte em que crianças mal-educadas invadem o Sítio do
Picapau Amarelo para verem o anjinho é a que eu menos gosto nessa história. A turminha do Sítio está levando o
anjinho para que o Tio Barnabé dê uma olhada na sua asinha (afinal de contas,
ele sempre foi muito bom em ajudar passarinhos com asinhas machucadas), quando
o falso Barão de Tremembé e a Minerva aparecem no Sítio para descaradamente
pedir a ajuda do Visconde de Sabugosa com um dente que o Barão perdeu (!), e
eles acabam vendo o Anjinho e o Popman, e sabem que essa é uma mina de ouro para eles… assim como tantas coisas poderiam ter
sido antes disso.
Mas nada deu
certo até então.
Enquanto a
turminha ainda não sabe como ajudar o Aleluia com a sua asinha quebrada (a
invenção do Visconde acaba não funcionando e a turminha não fica nada feliz com
o fato de o Popman o ter incentivado a pular da varanda mesmo com os riscos que
correria, mas felizmente a Emília o salvou de uma queda pior usando o
Faz-de-Conta para colocar um colchão embaixo dele), o Barão de Tremembé e a
Minerva armam um plano rapidamente para tirar dinheiro de desavisados… e são
eles que trazem as crianças atentadas aos montes para o Sítio de Dona Benta, se
passando por guias turísticos do “Querubim Turismo”. Com os nomes de “Tio Ângelo”
e “Tia Celeste” (!), os dois vigaristas guiam o grande grupo de crianças ao
Sítio sem nem avisar a Dona Benta antes.
Gosto de
como a Dona Benta chega a dizer isso! Quer dizer, Dona Benta é uma mulher educada demais para não permitir que as
crianças visitem o Sítio do Picapau Amarelo, ainda mais com toda a desculpinha
de “Ângelo” e “Celeste” sobre como essas “crianças da cidade precisam ter
contado com a natureza e a vida no campo” ou qualquer coisa assim, mas ela faz
questão de deixar claro que eles podiam
ter falado com ela antes… quando Dona Benta abre a porteira do Sítio,
talvez ela tenha cometido um erro, e embora Narizinho e Emília apareçam
rapidamente para ajudar a vovó, aquelas crianças são verdadeiras pestes… e elas
estão todas reclamando que “querem ver o anjo”, o que deixa a Emília bastante
brava e encucada: “Quem foi que disse que
tem anjo aqui?”
O
Barão/Ângelo inventa uma “visão” e que “tinha que trazer todas as crianças do
país para conhecer o anjo do Sítio do Picapau Amarelo”, e enquanto as crianças
incomodam até não aguentarem mais (“Um
bando de encapetados querendo saber de anjo!”), a turminha se reúne para
dizer o óbvio: as crianças não podem ver o Alê. Por isso, o Visconde sugere
que, se as crianças querem ver um anjo, que entreguem um anjo para elas… mas um anjo de mentira. Naturalmente,
ele não esperava que a sua ideia fosse levada a sério e que ELE fosse o anjo de
mentira. Eu gosto de como a Emília fica brava com a ideia do Visconde, mas não
porque a acha ruim: porque a acha boa demais, tanto que queria que fosse dela,
já que ela é “a dadeira de ideias oficial do Sítio”.
O pobre do
Visconde de Sabugosa vestido de anjo é um clássico do “Sítio do Picapau Amarelo”, e sempre me arranca algumas risadas
pelo absurdo da situação – mas também fiquei um pouquinho triste pelas reações
de “Isso aí que é anjo?” e “Que bicho feio!”. Emília inventa uma
série de desculpas para a aparência “duvidosa” do suposto anjo, e Pedrinho e
Narizinho tentam puxar a corda para fazer parecer que o Visconde está voando e
“melhorar” a mentira de que ele é um anjo de verdade, mas isso acaba fazendo
com que o Visconde de Sabugosa despenque lá de cima, e tudo isso é a prova de
que as crianças precisavam para ter a certeza de que estavam sendo enganadas… então, elas se voltam todas contra o “Tio
Ângelo”, exigindo seu dinheiro de volta.
Quem acaba
“salvando” o Barão de Tremembé é o Romãozinho, uma assombração atentada, em
forma de criança, que está rondando o Sítio do Picapau Amarelo – ele já
encrencou com a Cuca, com o Tutu Marambá e com o Saci, já enganou o Tio Barnabé
e está querendo sequestrar a Tia Nastácia para que ela faça bolinhos de chuva
para ele… agora, ele oferece sua ajuda a “Ângelo” e “Celeste”, em troca de
comida, e as crianças estão prestes a entrar em uma fria. Afinal de contas, a
“ajuda” que o Romãozinho oferece é levar as crianças atentadas e insatisfeitas
por não terem visto um anjo para o capoeirão, e, mais especificamente, PARA A
CAVERNA DA CUCA. É claro que a jacaroa não vai ficar nada feliz quando ver aquela
bagunça na sua caverna!
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