Doctor Who: Especial de Natal 2024 – Joy to the World
“Christmas
everywhere all at once”
QUE EPISÓDIO
ESPETACULAR! Assistindo a “Joy to the
World”, eu percebi algumas coisas (que não eram, de fato, desconhecidas,
mas que valem ser registradas): 1) como eu estava morrendo de saudade de “Doctor Who”; 2) como é bom ter de volta
os Especiais de Natal; 3) como eu amo a escrita de Steven Moffat! O Especial de
Natal de 2024 é um episódio apaixonante, com conceitos brilhantes e eu ainda
estou admirado com como ele passou
depressa… me peguei sorrindo alegremente durante a maior parte do episódio,
amando cada segundo, e nem vi o tempo passar! O que, eu também preciso dizer,
meio que combina com toda a ideia do “Hotel Tempo”, que é um conceito
maravilhoso daqueles que “Doctor Who”
nos proporciona o tempo todo!
Eu gosto
dessa coisa “mágica” de “Doctor Who”,
e Steven Moffat é sempre excelente em aceitar o desafio de trazer ficção
científica com um toque de fantasia –
com bom-humor, um tanto de complexidade e com certa tragédia que é transformada
em beleza de maneira poética… os primeiros minutos do episódio já me deixaram
completamente feliz, com aquela sequência do Doctor aparecendo pomposamente
através de “portas” para oferecer serviço de quarto… primeiro em 1940, durante
a Guerra; depois em 1962, no Expresso do Oriente; depois em 1953, em uma
expedição no Evereste; e, por fim, em um hotelzinho em Londres, em 2024, que é
onde encontramos Joy pela primeira vez. Pouco depois, nos vemos no INCRÍVEL
Hotel Tempo, no ano de 4202.
A ideia do
Hotel Tempo é magnífica… ali, naquele hotel em 4202, as pessoas são convidadas
a passar miniférias em diferentes pontos da história da Humanidade, disponíveis
à sua escolha, através de portais do tempo – uma ideia que me lembra os contos
de Philip K. Dick, um dos grandes nomes da ficção científica. Há algo de muito perigoso na prática de permitir
turistas em diferentes épocas da história da Humanidade, e isso não é
endereçado no episódio, por isso eu vou deixar passar… e curtir o quanto todo o
visual do Hotel Tempo é bacana, com as portas sendo como as portas que serão
encontradas do outro lado – pensando
nisso agora, também há algo de “Monstros
S.A.” aqui, não? E, nesse momento, todos os fusos horários estão, de alguma
forma, sincronizados.
É Natal em
qualquer lugar…
Com o Doctor
no Hotel Tempo, somos apresentados a elementos importantes da trama… vemos um
homem misterioso e imóvel, com uma maleta na mão, que também está algemada ao
seu pulso; conhecemos um gerente Siluriano, que é quem vimos passar pela porta
do quarto de Joy, em 2024, ainda há pouco; e conhecemos Trev, que curiosamente
constrói uma relação muito bacana com o Doctor, mesmo em poucos minutos! Quando
a maleta começa a passar de mão em mão e a matar a pessoa que a segurava
anteriormente, não é lá uma grande surpresa que ela acabe na mão de Joy, a
garota que o Doctor acabou de conhecer – e que agora ele fará de tudo para
salvar. É daqueles eventos que fãs de longa data de “Doctor Who” assistem e dizem: “Foi
o Moffat quem escreveu!”.
Quer dizer,
temos história, não?!
Quando a
vida de Joy está por um fio – ou por 15 segundos, para ser exato –, o Doctor
precisa urgentemente de um código que um Doctor
de algum ponto do futuro aparece pare entregar para ele, e ele leva Joy
consigo, deixando esse Doctor para
tomar o caminho longo até aquele momento… e posso dizer? Aqui temos um dos meus
momentos favoritos no episódio, e que me parece ter muito a ver com quem o
Doctor é e com o que já vimos em outros Especiais de Natal… como quando o 11º
Doctor passou anos e anos em um planeta, protegendo o Natal; ou quando o 12º
Doctor passou anos e anos em uma única noite com River Song; aqui, vemos o 15º
Doctor passar um ano inteiro no quarto que Joy tinha escolhido para ela… e que
eventualmente descobrimos que diz muito
sobre quem o escolhe.
Durante esse
um ano que o Doctor passa naquele
hotel em Londres, esperando o Natal de 2025 e a abertura da conexão com o Hotel
Tempo novamente, ele se aproxima de Anita, a mulher que trabalha no hotel e que
se torna sua amiga… a mulher com quem ele se senta para conversar, para contar
histórias (ele falando sobre os Weeping Angels!), para jogar, para rir. Uma amiga. A relação dos dois é muito
bem desenvolvida, e fico muito feliz tanto pelo Doctor não ter ficado sozinho durante esse um ano,
quanto por ele ter descoberto coisas a seu respeito… como o fato de que a
TARDIS não tem cadeiras, e deveria ter cadeiras. E a despedida dos dois é muito
bonitinha quando ele deixa uma TARDIS em miniatura de presente para ela e vai
embora.
Então, um
ano depois, o Doctor volta à ação…
Joy está esperando por ele para ser salva. Toda a questão do código – 7214 –
cria um enorme Paradoxo de Boostrap, mas enquanto com Peter Capaldi já tivemos
um episódio inteiro sobre isso, aqui
o que temos é uma piada sobre como “o universo também surgiu do nada e ninguém
reclama disso”, o que pode até ser uma escapatória fácil demais para o roteiro,
mas funciona como piada, tem muito a ver com “Doctor Who” e, ao menos, não ignora por completo o Paradoxo de
Boostrap. Então, o Doctor e Joy correm para descobrir a origem da maleta, e
descobrem que se trata, novamente, de Villengard, um “vilão” que já vimos nessa
última temporada, e que agora está tentando “criar uma estrela como fonte de
energia”.
Para isso,
Villengard pretende usar o Hotel Tempo para poder escapar do “caminho longo”:
eles deixam a maleta em algum lugar do passado distante, deixam lá para que a
estrela cresça, e então a buscam em alguma outra porta, mais recente… é assim
que o Doctor e Joy se veem em algum lugar aproximadamente 65 milhões de anos no
passado, às voltas com um dinossauro (!), e o Doctor tem uma cena linda e forte
com Joy, despertando nela raiva porque ela precisava de uma emoção forte para
se livrar da “prisão” da maleta – e, na verdade, eu sinto que Joy precisava,
também, colocar tudo aquilo para fora, precisava que alguém a fizesse falar
além de seu sorriso, de suas piadas, de sua culpa e de sua solidão. Ela colocar
isso para fora e abraçar o Doctor é lindo demais!
O clímax do
episódio é divertido, e tem um pouquinho de tudo! Gosto de como as coisas vão
se unindo e como os elementos colocados durante a história não são meramente
aleatórios, e são reaproveitados aqui… os lugares pelos quais o Doctor passou
enquanto conhecia o Hotel Tempo são importantes porque o Doctor sabe onde
buscar uma corda ou onde jogá-la no seu plano para abrir o lugar onde a maleta
de Villengard está escondida, por exemplo, e a relação que o Doctor construíra
tanto com Trev quanto com Joy são importantes para que ele tenha alguma chance contra a grande corporação
produtora de armas, porque eles estão ao seu lado, no fim das contas… e
eles podem fazer as coisas à sua maneira.
A estrela até é, de fato, “criada”, mas não com o propósito de Villengard…
É uma
estrela-guia, a estrela mais luminosa de todas, em todos os lugares, sempre.
É tão
bonito, tão mágico, tão emocionante… e uma sacada tão genial! Amo o Doctor se
dando conta de que está em Belém e gritando “Joy
to the world!”; amo a mãe de Ruby olhando para a estrela brilhante, que é a
filha, de alguma maneira, logo depois de desligar a ligação com ela e antes de
morrer, em uma cama de hospital no Natal de 2020; amo a Ruby, onde quer que ela
esteja em 2025, olhando pela janela e vendo essa mesma estrela. E ainda comento
sobre a recomendação do Doctor ao Hotel Tempo, que aparece para
contratar/recrutar Anita, e eu fico me perguntando: será que a Anita é uma personagem de apenas um episódio mesmo? Ou
será que isso foi uma apresentação de
uma personagem que ainda voltaremos a ver? Ou ainda: que já vimos?
Curioso
aqui!
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