[Season Finale] Dune: Prophecy 1x06 – The High-Handed Enemy

“I saw it. What they did to him”

QUE FINALE DE TIRAR O FÔLEGO! Exibido em 22 de dezembro de 2024, “The High-Handed Enemy” é o último episódio da primeira temporada de “Dune: Prophecy”, e ainda que seja um episódio riquíssimo em acontecimento e informação, ainda é um episódio que deixa muito claro que há muita história a ser contada nessa prequela… felizmente, a série já está renovada para uma segunda temporada, o que quer dizer que teremos a chance de acompanhar mais a respeito da Irmandade que eventualmente será conhecida como Bene Gesserit, bem como ver os primeiros passos da Madre Superiora Valya Harkonnen em Arrakis, enquanto ela tenta saber mais a respeito do que aconteceu com Desmond dentro do Shai-Hulud e, quiçá, ouvir falar sobre o “Lisan al Gaib” pela primeira vez.

Parte do episódio se volta ao passado, do momento em que Valya Harkonnen matou Dorotea, a sucessora natural da Madre Raquella, ao momento em que ela assumiu a liderança da Irmandade para fazer tudo à sua maneira… e esse flashback é importante para mais de um acontecimento no “presente” do episódio final. Primeiro, vemos que Valya teve Tula, Kasha e Francesca como testemunhas e, portanto, cúmplices, que estiveram ao seu lado na mentira após a morte de Dorotea e na sequência macabra na qual Valya impõe a sua liderança sobre as outras Irmãs, usando a Voz para mandar que elas “escolhessem” entre seguir a sua liderança ou seguir o exemplo de Dorotea… o medo de Madre Avila ajoelhada perante Valya e a chamando de “Madre” é um excelente resumo do que a cena representa!

Toda a sequência do flashback também é importante para nos explicar mais sobre Anirul, a máquina que era “A Grande Obra de Raquella” – sobre a qual Valya e Dorotea discordavam –, bem como nos apresentar à gravidez de Tula, que descobrimos recentemente ser a mãe de Desmond Hart, que carrega a linhagem Harkonnen e a linhagem Atreides. Em algum momento, Tula decidiu entregar o seu filho para crescesse longe da Casa Harkonnen, da Irmandade e, principalmente, do controle da Madre Valya, que planeja e usa as pessoas como bem entende… ela vê a sua atitude como uma forma de dar ao filho um presente que ele nunca teria, se mantido ali, perto dela: a liberdade. E, agora, ela tem a certeza de que seu filho não nasceu uma arma… ele foi transformado em uma.

Mas por quem?

Atualmente, Desmond Hart é, sim, uma arma… uma arma biológica perigosíssima, que está causando mortes pelo Imperium – como a de Kasha. Em uma tentativa de entender como o vírus trazido por ele se espalha e como ataca as suas vítimas, Tula e Nazir fazem estudos que não resultam na descoberta de uma cura… mas na morte de mais um membro da Irmandade. Lamentando a morte de uma aliada, mas confiante de que o filho não nasceu uma arma, Tula decide que só existe uma coisa que ela pode fazer: e é ir pessoalmente atrás de Desmond Hart. Enquanto isso, a ausência de Tula em Wallach IX permite um levante curiosíssimo que pode mudar para sempre o destino da Irmandade, quando a própria Dorotea se manifesta dentre as demais, no corpo de Lila.

As cenas de “Dorotea” são algumas das mais impactantes desse episódio final. Gosto de todos os detalhes, como a sua reação ao descobrir que Valya Harkonnen é a “Madre Superiora”, ou que a sua morte foi tratada como “suicídio” ou que todas as suas seguidoras “debandaram” depois de sua morte. Então, “Dorotea” tem a chance de revelar toda a verdade sobre a sua própria morte, sobre os poderes, intenções e crimes de Valya e a Grande Obra da Madre Raquella, que precisa ser detida… grandiosa a cena em que “Dorotea” revela a verdade sobre o local de sua morte e os restos daquelas que, na ascensão de Valya, foram “descartadas”, bem como a cena em que “Dorotea” invade o lugar onde Anirul é guardada para destruí-la e devolver a Irmandade ao seu “caminho correto”.

Valya, por sua vez, está interessada em soltar a Princesa Ynez a partir do momento em que ela descobre que ela foi presa por estar tentando ajudar Keiran Atreides a escapar… ela coloca, então, todo um plano em ação, e esse plano envolve salvar Ynez, mantê-la em segurança enquanto se garante a sua coroação e, para tanto, tirar Javicco Corrino do caminho – afinal de contas, tudo isso foi planejado com a ajuda de Anirul há muito tempo: que a união de Javicco e Natalya era a união perfeita para gerar a futura Imperatriz da Irmandade. Então, Valya coloca tal plano em ação bem quando o “império” de Javicco Corrino está desmoronando, porque ele descobre que, na verdade, ele nunca teve poder… ele sempre foi uma marionete; antes nas suas mãos, agora na de Desmond e Natalya.

As cenas são excelentes, e todo o “embate” entre Valya e Javicco se abre em duas sequências paralelas bastante interessantes… de um lado, vemos Javicco deixar de acreditar em Francesca e agir tentando provar que tem controle sobre a sua própria morte, embora eu não saiba o que ele provou se matando para que outros não o matassem; de outro, vemos Valya entrar na prisão onde Ynez e Keiran estão mantidos, usando tanto a Voz quanto um poder extraordinário da Irmã Theodosia (!) para conseguir o que quer. Assim como Valya, Theodosia tem um poder único e bastante útil, e ela assume a “identidade” de Ynez, ganhando tempo enquanto ela foge com Valya e Keiran para algum lugar distante… um lugar que eventualmente descobrimos ser Arrakis…

Por fim, preciso comentar aquela cena de Valya versus Desmond, e como ela é importante para evidenciar algumas coisas, responder outras e levantar mais questões para o futuro da série. Achei muito impactante a “experiência” que materializa o medo de Valya conforme o vírus ameaça consumi-la, bem como é simbólico termos Tula ali para salvar não apenas a vida da irmã… mas a vida do próprio filho. Valya precisa abrir mão de seu próprio medo e, de certa maneira, de algum controle para conseguir passar ilesa pela experiência do vírus que já matou Kasha e tantas outras pessoas, e então o cenário ao seu redor se transforma na arenosa superfície de Arrakis, em uma transição excelente, e somos levados com Valya para dentro do Shai-Hulud…

E vemos um pouco do que aconteceu com Desmond Hart e como ele se tornou essa ameaça que agora é. A sequência levanta teorias e possibilidades interessantes, e o conceito de Desmond ser devorado por um verme da areia e ser transformado por seres desconhecidos lá dentro me lembrou muito histórias clássicas de abdução onde coisas são implantadas dentro de um disco voador – é mais ou menos o que acontece aqui e, como Tula dissera desde sempre, Desmond Hart foi transformado em uma arma. Matá-lo poderia até resolver algo, mas Tula não pode deixar que Valya faça isso, e temos um momento poderoso no qual ela usa a Voz para impedir a irmã e conta toda a verdade… uma conversa incrível sobre poder, confiança e potencial. Essa série ainda tem muito a contar!

Season Finale espetacular! E que venha a segunda temporada!

 

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