Severance (Ruptura) 2x08 – Sweet Vitriol

“Mr. Eagan saw Kier in you”

CONHECENDO UM POUCO MAIS DE HARMONY COBEL. Sinto que “Sweet Vitriol”, o oitavo episódio da segunda temporada de “Ruptura”, vai ser um daqueles episódios que dividem opiniões. Um pouco mais curto do que o normal e inteiramente centrado em Harmony Cobel, o episódio vem para nos apresentar um pouco do passado da antiga chefe do Andar da Ruptura – uma personagem interessante e misteriosa da série, mas a respeito de quem tínhamos pouca informação até então –, entender como ela chegou ao lugar em que está agora e, possivelmente, para justificar o que veremos dela na conclusão da temporada. Particularmente, eu entendo a importância do episódio e não o acho ruim… mas é o episódio de que menos gostei na temporada.

De certa maneira, sinto Harmony Cobel “perdida” nessa segunda temporada de “Ruptura” – e é uma escolha proposital do roteiro, porque reflete o que está acontecendo em sua vida: ela se sentia uma das pessoas mais importantes da Lumon, comandando o Andar da Ruptura e supervisionando Mark S. enquanto ele tentava completar o Cold Harbor, e agora ela foi descartada, substituída por Milchik e Helena Eagan lhe informou que a importância toda que ela achava que tinha era fruto de sua imaginação. Harmony está frustrada e meio sem rumo, por isso a vemos quase “vagar” em tantos momentos da temporada… indo e vindo sem que nunca saibamos de fato quais são suas intenções ou o que ela está planejando fazer. E, agora, seguimos com ela.

Através de Harmony, chegamos a uma cidadezinha pequena e litorânea que nos entrega algumas informações sobre a Lumon… parcas informações que não funcionam para desvendar nenhum grande mistério da empresa, mas que ajudam a construir a identidade dessa organização. Conhecemos uma cidade desolada, sem cor e sem vida, com um quê de “cidade fantasma”, e que talvez tenha sido construída ao redor de uma fábrica da Lumon – e abandonada por ela eventualmente, à sua própria sorte. Foi nessa cidade que Harmony Cobel cresceu, e foi ali que ela entrou em contato com a Lumon pela primeira vez… trabalhando desde os seus 8 anos de idade. A exploração do trabalho infantil pela Lumon não devia ser uma grande surpresa…

Quer dizer, vide a Srta. Huang.

Harmony pede a ajuda de Hampton, um antigo conhecido que também foi explorado pela Lumon quando ambos eram crianças, para que ele a leve até a casa em que sua tia morava com a sua mãe: Celestine Cobel, ou Sissy, é uma mulher perversa… e sua perversidade está enraizada no fanatismo e na adoração que ela tem por Kier, pelos Eagan e, consequentemente, pela Lumon. Gosto de como “Ruptura” brinca com elementos como esse, porque é tão desconfortável assistir à maneira como Sissy fala sobre essas coisas justamente porque todos nós conhecemos alguém exatamente como ela na vida real – é isso o que torna o conceito perturbador. Pensar no trabalho infantil e na convivência com Sissy nos faz entender mais de Harmony, com certeza…

Mas é aí que vem a grande reviravolta do episódio: vem do momento em que entendemos o que Cobel estava buscando de volta em casa. Enquanto bolsista e pesquisadora, Harmony Cobel foi A RESPONSÁVEL PELA CRIAÇÃO DA RUPTURA! Os projetos são todos seus, foi ela que encontrou como fazer acontecer, foi ela que tornou a Ruptura possível para a Lumon, e ela não ganhou nenhum crédito por isso… agora, ela tem como provar o que está dizendo – o que exatamente ela vai fazer em posse desse caderno de anotações, eu não sei dizer. Afinal de contas, não é como se Harmony Cobel fosse “uma pessoa boa tentando fazer o certo” nem nada disso – ela só se “rebelou” contra a Lumon agora, porque foi dispensada e se sentiu humilhada por Helena Eagan.

De todo modo, sabemos que Harmony Cobel é a responsável pela criação da Ruptura – e, sabendo disso, não podemos deixar de nos perguntar: ela seria capaz, também, de fazer a Reintegração? O episódio termina deixando essa pergunta no ar… enquanto retorna para a cidade, em posse das provas que foi buscar, Harmony Cobel finalmente atende à ligação de Devon, que insiste em tentar falar com ela para contar sobre a tentativa de Reintegração de Mark. Não se pode confiar em Cobel, mas Devon tomou essa decisão… agora, aguardamos resultados. A verdade é que o episódio traz algumas informações importantes sobre o passado de Harmony, bem como uma descoberta interessante, mas, no fundo, ela segue sendo uma incógnita.

 

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