Severeance (Ruptura) 2x05 – Trojan’s Horse
“She
doesn’t have the right to take my identity!”
“Trojan’s Horse”, o quinto episódio da
segunda temporada de “Ruptura”, é um
episódio de MUDANÇA DE DINÂMICA em vários sentidos: Irving B. foi demitido, o
que quer dizer que a equipe de Refinamento de Macrodados está com uma pessoa a
menos; Helly R. está de volta, e precisa lidar com o fato de que a sua Externa,
Helena Eagan, se passou por ela e, agora, seus companheiros de equipe talvez
não confiem mais nela; e Mark S. está mais frio, distante e desanimado do que
nunca, porque ele acredita que o pouco que eles fizeram não serviu de nada, já
que eles tinham uma infiltrada que contou tudo para a Lumon. É nesse clima de
TENSÃO que o episódio se desenvolve, trazendo poucas respostas, mas trabalhando
na interação entre os personagens.
O mistério
por trás da Lumon segue sendo um dos pontos principais de “Ruptura”, e cada vez mais me parece que, de alguma maneira, tudo
isso é parte de um grande teste ou
algo assim… o que exatamente eles querem? Em uma conversa do alto escalão da
Lumon, ouvimos falar novamente cobre o Cold Harbor e sobre como “Mark S. chegou
perto” e, portanto, “não vai demorar” – para concluir sabe-se lá o quê. De todo
modo, eles sabem que Mark S. precisa de Helly R. para continuar trabalhando, e
Helena inicialmente se recusa a mandar a sua Interna de volta para o Andar da
Ruptura, porque “eles são animais” e “tentaram matá-la”. Mark S. não vai
“continuar” sem ela, e é arriscado demais mandar Helena se passando por Helly
mais uma vez…
Portanto, a
Interna está de volta… e bem-vinda de volta, Helly R.! É curioso pensar que,
até então, Helly não tinha retornado para o Andar da Ruptura… ela não conhecia
a Srta. Huang, por exemplo, e agora ela está se perguntando o que está acontecendo. Naturalmente,
Helly ganha poucas explicações e é colocada para trabalhar no escritório
reorganizado da equipe de Refinamento de Macrodados, agora com apenas três
mesas e sem o Irving na foto do porta-retratos. Descobrir que Helena Eagan
esteve ali, com eles, se passando por ela, é demais para Helly… Milchik tenta
vender a história como “uma nobre tradição”, como se Helena estivesse ali para ver
os Internos de perto, para descobrir quais são as suas queixas de verdade e
fazer algo…
Sim, tá bom.
A relação de
Mark e Helly está profundamente comprometida. Ainda que a culpa não tenha sido
de Helly R., Mark se sente enganado, e sente como se “não a conhecesse mais”. É
muito difícil para Helly, porque ela não é a Helena e ela não tem culpa de
nada, mas Mark não consegue dissociar as duas imagens agora – e na ausência de
Helly, tudo mudou. As cenas são dolorosas, sentimos por Helly, ficamos com
raiva de Mark… racionalmente, no entanto, todas as reações de ambos fazem
sentido. E Mark S. ainda está lidando com sintomas que ele não sabe que são da
Reintegração, mas ele está se sentindo mal, está tossindo, e está em uma
posição parecida com a de Helly: algo está acontecendo, mas ele não sabe o que
é… então ele está perdido.
Dylan G.,
por sua vez, é quem mais sente a ausência de Irving, e resolve fazer algo a
respeito… com a mesa de Irving retirada e a sua imagem apagada das fotos (!),
ele anuncia a Milchik que ele quer fazer
um funeral para Irving – não uma festa de aposentadoria, um funeral, porque
Irving também era uma pessoa e ele morreu (ao menos seu Interno, uma pessoa
separada do seu Externo, morreu). Milchik acaba dando o braço a torcer, e isso
nos entrega algo que é uma sugestão interessante do futuro, quando a Srta.
Huang questiona Milchik e diz que ele não deveria permitir que eles façam um
funeral, porque isso faz com que eles “sintam que são pessoas de verdade”.
Aparentemente, a Srta. Huang consegue ser ainda
pior do que o Milchik, hein?
O funeral de
um Interno ao estilo Lumon é, é claro, BIZARRO. Os 9 segundos de silêncio, a
melancia com o rosto de Irving, o discurso de Dylan… mas traz algo importante,
que é o Dylan descobrindo uma mensagem deixada para trás por Irving – o desenho
do corredor e um pequeno texto. Do lado de fora, é bom ver o Irving, ainda que
não seja exatamente o Irving que conhecemos… mas toda essa sequência do Irving
Externo me deixou pensando a respeito de algo que vimos muito no Irving Interno
na primeira temporada, que era aquela representação visual de como as coisas
estavam “vazando”, e eu me pergunto o quanto
o Irving Externo sabe… talvez ele também esteja em um processo de Reintegração?
Claramente ele sabe muito.
Não descobrimos
para quem é que o Irving telefona (dessa vez contando que foi demitido), nem por que ele estava na Lumon, mas
ganhamos uma cena de Irving com Burt, que o está seguindo e observando. Quando
Irving o confronta, Burt diz que costuma investigar quando alguém aparece na
porta da sua casa, durante a noite, gritando o seu nome… na conversa, Burt
percebe que esse Irving não é o mesmo que esteve na sua casa, que ele fez
ruptura, mas ele também junta peças para entender um pouco da relação deles:
ele conta que foi demitido sem explicações e, quando pressionou, lhe contaram
que “ele se envolveu com alguém” – pouco depois, Irving aparece na sua porta?
Um Interno? Naturalmente, ele chegou a algumas conclusões…
Enquanto
escrevo essas palavras, no entanto, eu fico me perguntando se é realmente isso. Quer dizer, toda a
história que o Burt conta, de dentro daquele carro, faz perfeito sentido e
explica o fato de ele estar seguindo o Irving e tudo o mais, mas temos que
lembrar de uma coisa: nós não conhecemos
esse Burt. Esse é o Burt Externo e ele pode ser completamente diferente do
Burt Interno, vide Helly R. x Helena Eagan. De todo modo, essa história vai ser
levada adiante… Burt conta que ele tem um marido, Fields, e ele convida Irving
a ir para a sua casa, e eles marcam um jantar para o dia seguinte. Estou
curioso para ver o que vai sair daí, mas de “Ruptura”
em sempre espero reviravoltas, então talvez eu deva aguardar já com um pé
atrás…
Por fim,
menciono a avaliação de Milchik e o fato de a Srta. Huang ter denunciado algumas
coisas como o “uso de palavras difíceis” ou “a posição errada dos clipes”, mas
eventualmente as coisas se voltam a temas que parecem mais relevantes, como as
mudanças que ele tem feito no Andar da Ruptura, o retiro externo proposto e a
descoberta de Helena pelos Internos, que coloca em jogo o nome “Eagan”. A
“avaliação” de Milchik traz novamente os termos Cold Harbor e o fato de Mark S.
estar se aproximando de uma “conclusão” (ele chega a 85%), e o avaliador diz a
Milchik que a conclusão de Mark S. da Cold Harbor “será lembrada como um dos
momentos mais importantes da história desse planeta”. Bem, isso naturalmente só
levanta mais dúvidas…
Mas posso
dizer? É ELETRIZANTE! Estou curiosíssimo!
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