When It Rains, It Pours – Episódio 4

“What a cruel woman”

Mais um episódio maravilhoso de “When It Rains, It Pours”. A série começou nos apresentando a Hagiwara e a Nakarai em seus relacionamentos (ou sombras disso) nos dois primeiros episódios, ao mesmo tempo em que uma relação inusitada surgia entre eles por causa de um e-mail que foi enviado por engano… no anonimato do e-mail “impessoal”, os dois encontraram um canal através do qual eles podiam desabafar e sentir que estavam sendo ouvidos – e, é claro, eles nunca imaginaram que a pessoa do outro lado da tela do celular pudesse ser alguém que eles conhecessem na vida real… ironicamente, era. Agora que Hugiwara e Nakarai, colegas de trabalho, sabem da identidade um do outro, nos perguntamos se as coisas continuarão as mesmas.

Parte de mim temeu que não… parte de mim temeu que, agora que a pessoa atrás da tela tinha um rosto (e um rosto conhecido!), eles fossem se retrair: na vida real fingindo que nada aconteceu; na internet, um silêncio eterno. Em parte, o próprio Nakarai acreditou nisso, em parte ele mesmo achou que isso aconteceria, que eles seriam meros colegas de trabalho com cumprimentos rotineiros de educação, sem nunca falar sobre as coisas que falaram nos e-mails. Felizmente, Hagiwara não quer e não permite que isso aconteça e, na despedida no mesmo dia do museu, ele convida Nakarai para sair jantar com ele na quarta-feira, e é ali que os encontramos, conversando cara-a-cara exatamente como eles costumavam conversar nos e-mails.

É tão bom, é um alívio tão grande!

Nakarai já compartilhara com Hagiwara detalhes de sua história, do que ele sente por seu amigo e de sua frustração com a qual convive diariamente, mas é bonito vê-lo se abrindo sobre isso pessoalmente, porque torna a relação entre eles ainda mais concreta, ainda mais íntima. Nakarai e Hagiwara falaram um para o outro coisas que não disseram a mais ninguém… sem saber quem eles eram, eles permitiram que fossem vistos sem máscaras, e não dá para voltar atrás. Toda a frustração de Nakarai, nesse episódio, está materializada através da televisão, a meu ver: algo de que o seu colega de casa não gosta, mas que ele compra para Nakarai porque acredita que ele quer uma… ele dá a televisão porque nunca será capaz de dar outra coisa que Nakarai deseja.

Hagiwara, por sua vez, lida com um afastamento contínuo e doloroso com a namorada, e eu acho a sua relação extremamente triste. Em algum momento do passado, houve amor e houve desejo… hoje talvez reste algum resquício de carinho e de respeito, mas eles não são mais um casal propriamente dito, e eles não falam abertamente sobre isso. Quando Nakarai acaba machucando a unha do dedo do pé em um momento de imensa frustração e Hagiwara sugere que ele vá até o salão da sua namorada porque ela pode ajudar, Nakarai conhece Naori pela primeira vez… em sua mente, ele está se perguntando por que ela não quer transar com Hagiwara, pensando nela como “uma mulher cruel”. É interessante o silêncio de Nakarai e tudo que está em sua mente.

A sequência final do episódio é fortíssima… e importante para construir o que veremos no próximo episódio. Primeiro, temos o Hagiwara conversando com uma colega que está grávida e ela puxa o assunto do sexo e da falta dele, sabendo mais sobre sua vida sexual com Naori do que ela esperava. Aquilo parece dar força à frustração de Hagiwara, que naquela noite tenta, pela milésima vez, se aproximar da namorada, mas tudo o que ela faz é dizer que “talvez da próxima vez, hoje já está tarde”. Naquele dia, a dor e a frustração consomem Hagiwara visivelmente e ele sai de casa mandando um e-mail para Nakarai, mesmo que seja muito tarde, e Nakarai o responde enviando o seu número de telefone e pedindo que ele ligue para ele para conversar…

O próximo episódio PROMETE. Que prévia foi aquela?!

 

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