When It Rains, It Pours – Episódio 7 (Final)

“Hagiwara’s kindness always comforts me”

Extremamente sentimental, o sétimo episódio de “When It Rains, It Pours” deixa um gostinho de quero mais, mas encerra a história de Nakarai e Hagiwara com maestria, dando a ambos a oportunidade de recomeçar depois de passarem anos em relacionamentos falidos que os fazia infelizes e de terem encontrado esperança em um e-mail que foi mandado para a conta errada… “When It Rains, It Pours” é íntimo e honesto em sua integridade, e facilmente figura dentre os meus BLs japoneses favoritos, porque não teme falar sobre sexo, sobre desejo, sobre frustração, com protagonistas que foram muito bem escritos para contar essa história… personagens pelos quais torcemos há muito tempo e que enfim vemos escapar das amarras da comodidade que os faz sofrer.

Nós tínhamos consciência de que era uma questão de tempo… Hagiwara já tinha os seus sentimentos por Nakarai muito bem definidos há algum tempo: ele sabe o quanto gosta dele e o quanto quer estar com ele; não é que Nakarai não saiba disso, porque ele também sentiu o que Hagiwara sentira, mas ele sofreu tanto nessa vida no quesito “relacionamento” e “amores não correspondidos” que ele se fechou como uma forma de proteção, quase deixando passar a oportunidade de ser feliz no amor pela primeira vez. Felizmente, Hagiwara é muito seguro de si, e tem uma bondade e uma paciência impressionantes, e eu gosto de como isso faz com que ele converse com a sua namorada de sabe-se lá quanto tempo para dizer, com segurança, que ele está apaixonado por outra pessoa.

Hagiwara e Nakarai estão afastados há algum tempo… eles têm coisas que precisam ser resolvidas antes de realmente se entregarem a algo novo. E é nesse momento que Hagiwara dá, talvez, a maior demonstração do seu afeto – Nakarai está há algum tempo fazendo de tudo para evitá-lo mesmo que eles trabalhem na mesma empresa, e Hagiwara não força nenhuma aproximação porque sabe que Nakarai sabe como ele se sente, mas quando ele vê um antigo colega de Nakarai com quem eles se encontraram um dia na saída de um restaurante, ele intercede para marcar um encontro entre eles porque sabe que isso é algo que Nakarai gostaria… no fim, a saída de Nakarai com esse antigo colega é mais sobre Hagiwara, e o seu sorriso indica isso.

Não é como se Nakarai não soubesse, mas aquela atitude escancara o carinho de Hagiwara, a sua capacidade de se preocupar e de se importar, tudo de uma maneira tão respeitosa e tão presente! Gradativamente, então, Nakarai vai percebendo que ele não pode negar o que ele sente por Hagiwara… e mais do que isso: como Hagiwara faz com que ele se sinta bem – é mais do que ele pode dizer sobre Kazuaki, infelizmente. Além disso, a notícia do término “inesperado” de Hagiwara com sua namorada está correndo a empresa e sendo comentário até nas ruas por pessoas que os conheciam, e é assim que essa notícia chega até Nakarai… aquele é o momento em que temos plena certeza de que, como eu comentei no início desse texto, era uma questão de tempo.

Antes de dar o passo em direção a Hagiwara, no entanto, Nakarai precisa fechar um ciclo com Kazuaki, e os dois protagonizam uma cena fortíssima – e que demonstra o poder do texto de “When It Rains, It Pours”, porque é uma cena baseada em uma conversa dos dois sentados à mesa… e tem tanta força! A cena nos revela que Kazuaki e Nakarai passaram uma vida apaixonados um pelo outro, mas se fazendo mutuamente infelizes, cada um à sua maneira. Se Kazuaki não tivesse se culpado pela morte dos pais de Nakarai e tivesse aceitado suas declarações e/ou tido coragem de falar sobre como se sentia e sempre se sentira, a história dos dois poderia ter sido diferente… mas é um “e se” que fica apenas como conjectura, e que agora é impossível.

Já é tarde demais.

Mas Nakarai perdoa Kazuaki e lhe deseja felicidade antes de seus caminhos se separarem… mas eles precisam e vão se separar. Com muita clareza e maturidade, Nakarai diz a Kazuaki que ele não é responsável pelo acidente de seus pais por ter acenado para eles e feito com que eles parassem alguns segundos para conversar antes de eles seguirem viagem, e pede que Kazuaki entenda e aceite isso, para que ele possa seguir em frente e buscar a felicidade… não existe mais essa possibilidade para eles juntos, coisas demais aconteceram e eles se machucaram demais, mas existe esperança para ambos, separadamente. Toda aquela cena demonstra um avanço importante de Nakarai, uma espécie de conquista da liberdade que ele não tinha enquanto era dependente de Kazuaki.

E, agora, finalmente ele está pronto para ir atrás de Hagiwara… que é o que ele quer e sempre quis fazer. Eu AMO a cena em que ambos falam paralelamente um sobre o outro – e como ela é sincera quando Hagiwara fala sobre querer estar com Nakarai, querer conversar com ele sobre coisas triviais, poder ver seu sorriso, poder beijá-lo, poder fazer sexo com ele… e quando Nakarai escuta algo que o deixa pensativo sobre a possibilidade de Hagiwara estar indo embora, ele percebe que o conhece o suficiente para saber exatamente onde ele estará: basta olhar para o calendário e ver que aquele é o dia em que o museu “onde tudo começou” vai ser fechado, e com certeza é lá que ele está e por isso não veio trabalhar… então, ele resolve ir até lá e falar com ele.

É uma cena PERFEITA. Uma cena na qual gostaríamos de viver para sempre. Hagiwara está deixando o museu em tom de despedida e se depara com uma chuva e, logo em seguida, com um guarda-chuva estendido sobre ele por Nakarai, exatamente como ele mesmo fizera em outra ocasião… e, então, os dois conversam, mas a verdade é que eles dizem muita coisa antes mesmo de começarem a falar. Os lábios falam, mas os olhares falam ainda mais, e o que diz é claro: eles querem e precisam um do outro. É bom ouvir Nakarai dizer a Hagiwara que ele gosta dele e ouvir Hagiwara responder que também gosta dele e quer estar com ele, embora já soubéssemos disso, e eu fiquei profundamente feliz com aquele beijo apaixonado que eles trocam embaixo da chuva…

Emotivo, sincero, competente.

Perfeito. Simplesmente perfeito.

 

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