Príncipe Caspian - Fidelidade foi pro espaço...
Quem leu as Crônicas de Nárnia, escritas por C.S. Lewis, sabe a que me refiro com esse título. A primeira adaptação, “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” foi extremamente fiel ao conteúdo do livro, fidelidade deixada para trás na adaptação de “Caspian”.
Não me entendam mal, eu gosto do filme. Achei ele muito bom, em termos de filme. Os efeitos estão perfeitos, as atuações não são ruins, e o roteiro foi bem escrito.
Agora, se vamos tratar “Príncipe Caspian” como uma adaptação, temos certos “defeitos” a deixar bem claro. Para começar, que lindo que é Suzannah e Caspian se apaixonando, vivendo um amor inocente, e não terminando juntos, certo? Errado! Não sei o que Lewis pensaria se visse uma coisa dessas, mas ele, com certeza, não escreveu nada disso. Isso não está no livro! Caspian e Suzannah simplesmente não se envolvem romanticamente e ponto final.
A cena em que os irmãos Pevensie, Caspian e os antigos narnianos invadem o castelo de Lorde Miraz, para mim é uma das melhores de todo o longa. Foi muito bem produzida, mas muito bem inventada também. Essa invasão não consta no livro, em momento algum! Acho que a cena foi incluída para dar um clima mais de “estamos em guerra” durante o filme, e funcionou.
A Magia Negra para trazer a Feiticeira Branca de volta? Digamos que eles foram um pouco mais longe no filme que no livro, que ela nem chega a aparecer, mas eu não discuto com essa cena, já que eu a achei perfeita. Era preciso ela aparecer e tudo aquilo para dar um clima para o filme, e eu aprovei, mesmo que seja diferente do livro. Apenas um comentário: teve crianças chorando de medo na minha sessão quando fui assistir à estréia de “Caspian”.
E a cena das árvores dançando? Alguém viu uma árvore dançando, parecendo gigantes? Sério, gente, meu DVD pode estar com defeito, sei lá, porque nele, definitivamente, essa cena está faltando. Tá, eu vi umas árvores saindo do caminho, mas não teve um “baile” de narnianos, uma passagem encantadora do livro.
E uma coisa que me deixou realmente triste foi a parte em que Lúcia fala com Aslam. Lá está ela, conversando, e de repente ela acorda. Ok, quem foi que disse que ela estava sonhando? Tudo bem, tudo bem, eu entendo que ela PODE ter sonhado, mas isso não fica claro no livro, fica? E eu considero isso a magia da passagem. Para mim, parece que Lewis quis deixar que cada leitor interpretasse a cena da sua maneira, inclusive dizendo se foi um sonho ou não!
Quando a batalha acaba e os narnianos vencem: as árvores lutando foi uma cena esplêndida! Eu até sorri quando eu vi a primeira raiz “entrando em ação”, mas eu realmente senti falta da passagem do livro em que Lúcia, Suzannah e Aslam “recrutam” mais pessoas para lutar a seu lado na batalha contra os telmarinos. Nossa, a cena em que muita gente chega junto com Aslam é até emocionante, já no filme, temos apenas ele e Lúcia, com sua “faquinha”.
Essa história da “faquinha” me irritou. Nada contra ela, me irritou as pessoas no cinema rindo da cena. Não era uma piada; quem não se lembra que vá assistir mais uma vez “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” que nunca mais ri da cena.
Não vou criticar o final, porque não ficou ruim, mas um detalhe é diferente. Aslam não abriu porta alguma no ar no filme, a passagem era por uma árvore. E devo dizer, a última fala de Edmundo: “Será que tem um jeito de voltar para lá? Eu esqueci minha lanterna nova em Nárnia”. Eu tive vontade de levantar e aplaudir essa cena! Sério, gente, é exatamente assim que termina o livro, com Edmundo dizendo que esqueceu sua lanterna nova em Nárnia, então eu fiquei feliz com isso.
E pra não falar que é o único elogio que eu faço, devo falar de Warwick Davis no papel de NCA. Pra mim, ele foi o anão perfeito, muito parecido com o que eu tinha imaginado. E Ripchip? Ficou muito engraçadinho, também aprovei.
E agora me lembrei de outro grande problema no filme: aquela briguinha infantil entre Pedro e Caspian também não existe no livro, onde eles sabem como trabalhar em equipe, um consegue ouvir e entender o outro e não ficam disputando para ver quem "tem mais poder".
Resumindo, um filme até bem produzido, mas muito infiel ao livro. Divertido? Pode ser, mas os maiores fãs de Lewis podem não gostar muito. Promessas são de que “A Viagem do Peregrino da Alvorada” retome a magia do primeiro e seja novamente mais fiel. Vamos esperar e ver.
Caspian é o meu preferido, depois vem o primeiro, e só então o terceiro. Como vc disse, é um bom filme se não analisar do ponto de vista 'adaptação'. Harry Potter 3 e 4 tiveram vários cortes, e na minha opinião são os melhores de todos os oito filmes lançados. _ Tô espiando alguns posts antigos, não sei se vai ver este comentário. Mas receba mais um elogio meu com a sua escrita, realmente muito boa.
ResponderExcluirNesse momento eu me escondo de vergonha haha Eu mesmo li esse texto umas semanas atrás, para lembrar meus primeiros textos no blog, fiquei meio envergonhado =x Mas que bom que você se interessa pelo blog para ler essas postagens BEM antigas ^^ Mas leve em consideração que essa é a segunda ou terceira postagem colocada e a PRIMEIRA escrita, então eu ainda estava começando :P
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