E com “A Pirâmide Vermelha”, Rick Riordan prova que sabe...


Você leu Percy Jackson? Gostou? Não leu? Bem, leia. Mas para aqueles que leram Percy e gostaram, e para aqueles que nunca pegaram um livro de Percy nas mãos, por favor, LEIAM A PIRÂMIDE VERMELHA! Nesse livro, mais que nunca, Rick Riordan provou que sabe o que está fazendo, que tem conhecimento do que fala, e que tem um intelecto admirável, um gênio de verdade. Há quem diga que As Crônicas de Kane, Livro Um: A Pirâmide Vermelha traga novamente tudo o que os fãs de Percy gostaram, mas eu discordo. Traz MUITO MAIS. Percy Jackson é legal, é ótimo, mas A Pirâmide Vermelha é mais do que isso, é muito mais. Não tem como não se admirar com esse livro. Simplesmente incrível.
Para mim, esse livro apresenta uma narração mais rápida, e tem muito conteúdo; a cada capítulo muita coisa acontece, o livro muda de uma hora para outra, em algumas páginas, você vê que o livro já contou tanta coisa e já está seguindo, por isso é tão bom. Está repleto de história, e tem muita sabedoria em suas páginas. A mitologia egípcia é muita mais complicada que a grega (sem crítica à mitologia grega, afinal a amo, mas todos precisam concordar que a mitologia egípcia é muito mais complexa), e mesmo assim, Rick Riordan trouxe muitos elementos com perfeição, explicou tudo o que era necessário para que compreendamos o livro, sem se tornar chato, como uma aula de história. Você se vê fascinado pelo Egito Antigo, querendo saber mais e mais de sua história; e a maneira como Rick colocou isso no meio da história ficou incrível.
Gostei bastante da idéia de narração por Carter e Sadie, cada um com dois capítulos por vez. Inicialmente, achei que as narrações de Carter seriam melhores, pois ele vivera com o pai e tinha muito conhecimento sobre o Egito, e realmente, ele teve suas explicações ótimas. Mas Sadie se mostrou mais astuta, e muito mais divertida, e ainda assim havia muitas explicações de elementos egípcios em suas partes. Portanto, cada um a sua maneira foi demais (e era divertido imaginar como o outro teria contado aquela parte da história).
Foi muito bom também, a relação estabelecida entre os irmãos, a maneira como um passou a depender do outro, proteger o outro. Sadie deixa claro isso em um momento em que diz que preferia estar apenas com Carter. Mas é ótimo ver como um depende e ama o outro, mas não gostam de admitir na narração, por se tratar de uma gravação e os dois estarem juntos. Bem divertido. Gostei do suspense espetacular que Rick conseguiu criar, fazendo com que nós, leitores, não soubéssemos mais em quem acreditar, com exceção dos irmãos.
No decorrer do livro, não conseguia imaginar um segundo volume para a série tão bom quanto o primeiro. Depois que terminei o livro, já vi que Rick pensou nisso. O fim deixou claro que a história ainda não tinha acabado, então precisamos mesmo de uma seqüência. De qualquer maneira, ele terá muito trabalho para criar um novo livro que esteja à altura de A Pirâmide Vermelha. Mas Riordan é inteligente, tenho certeza de que ele vai dar conta. Amei o livro, muito.

[ABAIXO, ALGUMAS CENAS MUITO ENGRAÇADAS QUE DECIDI COMENTAR. CONTÉM SPOILERS]
Pág. 87, capítulo 7 – Deixo um homenzinho cair de cabeça (Sadie) – Não, não era papel. Papiro. Eu me lembrei de meu pai explicando como os egípcios produziam o papiro com uma planta ribeirinha, porque eles não inventaram o papel. Aquela coisa era tão grossa e áspera que me fazia pensar nos pobres egípcios que precisavam usar papiro higiênico. Pensando nisso, dá para entender por que eles andavam de lado.
Pág. 171, capítulo 16 – Como Zia perdeu as sobrancelhas (Sadie) – Antes que ela [Zia] pudesse concluir a frase, uma coluna de fogo explodiu em seu rosto. Eu gritei, certa de que havia feito algo horrível, mas quando a chama se apagou, Zia ainda estava ali, absolutamente atônita, com as sobrancelhas chamuscadas e a franja fumegando.
-Ai, céus – gemi – Desculpe, desculpe! É agora que eu morro?
Pág. 172, capítulo 16 – Como Zia perdeu as sobrancelhas (Sadie) – -Sabe que o obelisco que falta aqui está em Paris? [Carter]
Eu revirei os olhos.
-Obrigada, Sr. Wikipédia. Pensei que estivesse em Nova York ou em Londres.
Pág. 194, capítulo 18 – Quando morcegos de frutas ficam maus (Carter) – Tinha medo de tentar, mas pensei: Hórus?
Bom, já era hora, disse a voz. Olá, Carter.
-Ah, não – falei, sentindo o pânico dominar meu peito – Não, não, não. Alguém me traga um abridor de latas. Tem um deus preso na minha cabeça.
Pág. 261, capítulo 24 – Explodo alguns sapatos de camurça azul (Sadie) – -Estamos em Graceland, lar do músico mais famoso do mundo.
-Michael Jackson morava aqui?
-Não, tonta – respondeu Carter – Elvis Presley.
Eu não sabia se ria ou se xingava.
-Elvis Presley. Ternos brancos com cristais, cabelos com gel e topete, a coleção de discos da vovó… esse Elvis?

Leiam o livro, e vocês vão entender bem o que eu estou dizendo. Boa leitura!

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