Love is all you need... – Across the Universe
Assisti novamente Across the Universe, e dessa vez mais do que nunca, fiquei encantado. Acabei o filme meio sem fôlego, pensando “o que foi isso?”; é um filme de 2007, que traz as músicas dos Beatles em um musical de rock revolucionário, que se passa no fim da década de 1960, época de muitas revoluções e que a juventude lutava por paz e enfrentava seus próprios problemas.
Trazendo Jim Sturgess (ótimo ator) no papel principal de Jude – jovem que sai de Liverpool e acaba em Nova York, onde muitas mudanças afetam a sociedade (ele tem sotaque britânico, o ator está de parabéns; sou suspeito para falar, AMO sotaque britânico); nisso tudo, ele se torna amigo de Max (e a relação que se estabelece entre os dois é muito bonita), irmão de Lucy (Evan Rachel Wood), participante do movimento pacifista. O número de mortos no Vietnã aumenta, as tensões políticas dentro da América escapam do controle, e os dois namorados, tão diferentes, vêem-se em um mundo psicodélico e enlouquecido.
Inicialmente, você pode pensar que o filme é todo coloridinho e inocente, mas se você começar a ver o filme com esse pensamento, vai cair do cavalo rapidinho. Percebemos que o filme não é inocente nem simples, porque traz uma história densa e importante na vida de cada um de nós, pois retrata uma época de muitas revoluções (e é nesse clima que somos introduzidos também à questão das drogas, responsável pelas cenas mais diferentes do filme, como a parte do ônibus).
Eu vejo o filme com certo tom de melancolia. Parece-me que esse clima percorre todo o filme, ou melhor, da primeira meia-hora para frente. Sim, nos primeiros trinta minutos, ainda temos momentos mais alegres e tudo o mais, mas me parece que dali em diante, mesmo nos momentos em que tudo está bem, uma sombra de melancolia e certa tristeza tomam conta do filme. O que é só mais um ponto muito positivo do filme, porque esse foi a atmosfera escolhida para ele, e é tratada de maneira perfeita; você acaba o filme pensando em tudo o que aconteceu, com uma sensação boa dentro de você. Ótimo.
E mesmo que, como eu disse, o começo ainda seja mais leve, a primeira música, Girl, transmite esse clima futuro, com Jude na praia e várias cenas nas ondas. Partimos então para a apresentação dos personagens, Jude em um lugar, Lucy em outro, ambos aparentemente muito diferentes, cada um em um estilo de vida, mas a mesma música tocando, Hold Me Tight, que ficou encantadora, alegre, divertida. Cada um se despede de seus respectivos namorados, e temos a partida ao som de All My Loving.
I Wanna Hold Your Hand, a princípio, parece uma música bem perdida. É interpretada por Prudence, mas ainda não sabemos quem ela é, não sabemos nada dela, então a música parece simplesmente solta ali no meio do filme (e não é a única), mas tudo se encaixa aos poucos, e essa é uma magia incrível, porque eles conseguiram criar várias histórias paralelas (o que nos dá a impressão de cenas soltas), mas depois juntá-las de maneira eficiente.
Com as histórias ainda separadas, acompanhamos o encontro de Jude com Max, With a little help from my friends, e Lucy com It won’t be long; ambas as músicas animadas, cada uma à sua maneira (gostei demais da música de Lucy, mas isso é apenas uma opinião minha). E a partir daí as histórias começam a se cruzar; enquanto vemos Max, Jude e Lucy no carro de um lado da rua, vemos Prudence pedindo carona do outro; e finalmente temos uma das minhas músicas preferidas, I’ve Just seen a face – que ficou incrível na cena do boliche, com uma finalização perfeita e engraçada com “Ela tem namorado”, “Tudo bem. Eu tenho namorada”.
E é mais ou menos nesse momento que a história deixa de ser leve, que o tom de melancolia toma conta de todo o filme. Tudo começa com o terrível destino do namorado de Lucy em Let it Be. Partimos para mais uma cena como a primeira de Prudence, agora com Come together (que tem uma coreografia maravilhosa), e as histórias todas finalmente se juntam. É legal a recepção que Prudence tem.
E depois de tudo isso, a relação entre Jude e Lucy começa a se desenvolver, e temos a famosa pintura na parede, a fuga dos policiais, e a triste If I fell. Quanto à Max, que se separa um pouco de Jude nesse pedaço, vemos toda sua história de largar a faculdade e ter que se alistar, porque o tio Sam quer vê-lo. I Want You ficou fantástica e extremamente bem bolada. Uma das melhores cenas do filme.
Dear Prudence merece seu destaque, porque ficou encantadora, e incrível pelo fato de acabar com aquele protesto, uma das cenas mais famosas do filme (ao menos a foto é muito conhecida). E para quem ainda não percebeu, Prudence não é uma coincidência; os nomes dos personagens também foram tirados das músicas dos Beatles; tudo é muito bem calculado, não?
Agora Because é uma das mais famosas e mais bonitas cenas do filme, sem dúvida alguma. Com certo tom de melancolia, que os atores conseguiram passar com perfeição, a música encanta e transmite uma linda mensagem. Ao som de Love is old, Love is new, Love is all, Love is you, temos a conhecida cena do lago, em que Lucy e Jude se abraçam e etc. é muito difícil quem nunca tenha visto nada dessa cena, mas tudo bem. Something ficou linda, e romântica.
Famosíssima cena no lago |
Something |
Vou dizer aqui que mais uma cena é famosa, e vocês vão começar a me dizer que eu falo isso só porque eu conheço o filme e já o assisti algumas vezes. Bem, pode ser, mas essa cena também é famosa, por favor. Temos o início do ciúme de Jude e então Strawberry Fields Forever, com os morangos pregados na parede, a tinta pelo chão, a guerra, e o famoso desenho do morango, que é uma espécie de símbolo do filme. Trata-se de uma música de Jude; triste, melancólica, de certa maneira paranóica. Resumindo, PERFEITA! Não conhece também? Você precisa ver o filme.
A briga do casal foi bem-feita, bem pensada, ficou bonita e triste; Revolution foi o ápice e ficou bem sofrida. Já Across the Universe, a música que dá título ao filme, aparece quase a seu fim já, e é cantada por Jude no trem, e depois no protesto; é emocionante ver o protesto, a música de Jude somada à música de Sadie. Tudo nos deixa apreensivo ao assistir, e leva Jude de volta à Inglaterra.
Max, o responsável por ótimas cenas e maravilhosas piadas do filme, volta com tudo em sua música Happiness is a warm gum, cena esplêndida no hospital. Eu tive muita vontade de aplaudir depois de assisti-la. E muitas vezes não me nego tal direito. Afinal, precisamos atender aos nossos desejos, não precisamos? Não se preocupem, não vou dizer que a cena é muito famosa, mas que ela é muito boa, isso não se nega. Depois temos uma cena fantástica em que ele canta Hey Jude, e o reencontro dos dois ficou emocionante.
E assim, infelizmente (porque você quer assistir mais), o filme se finaliza com All you need is Love, que é uma música por si só muito linda, mas na maneira como foi trazida para o filme, ficou ainda mais bonita; o final é perfeito, os olhos de Jude e Lucy dizem muito mais do que qualquer texto que os autores pudessem ter escrito. Final perfeito, encantador, filme maravilhoso. Quem já o assistiu, assistam de novo. E quem não viu, façam um favor a vocês mesmos, ASSISTAM.
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Puxa, assisti o filme e amei, realmente.
ResponderExcluirVi umas críticas na internet; pessoas falando que o filme não se compara à obra dos Beatles, mas ninguém está fazendo uma comparação...
Achei simplesmente maravilhoso e pra quem gosta da obra dos Beatles, eu garanto: assista e não se arrependerá.
;)
realmente, o intuito não é se igualar aos Beatles, nem nada assim, é uma grande homenagem, por sinal! Também recomendo o filme, muito bom... volte sempre!
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