Perguntas Frequentes sobre Viagens no Tempo – FAQ About Time Travel

É claro que assim que bati os olhos no DVD desse filme, não consegui mais olhar para nenhum outro. Afinal é viagem no tempo, a minha área! De cara notei que seria algo como uma paródia, comédia mesmo, mas mesmo assim eu tinha que assisti-lo. Algo me dizia que seria bom. E se a viagem no tempo não fosse assim tão legal, daria para dar umas risadas e prestar atenção nas referências à grandes filmes.
E como se isso tudo não bastasse, a capa está magnífica. A pose do trio principal é a posa de Marty McFly nas capas de todos os De Volta Para o Futuro. Bem, gostando de viagem no tempo, e com uma capa que imediatamente me remete à BTTF, nada podia me impedir de trazer esse filme para casa.
E eu gostei.
É claro que é um filme de comédia (temos ótimos momentos para risadas) e de certa maneira, a viagem no tempo é tratada puramente no lado cômico (digo na maneira de viajar, não necessariamente o que acontece decorrente disso). Mas mesmo assim, qualquer coisa que envolva viagem no tempo pode me agradar (a não ser que seja muito idiota), mas por mais comédia que seja, o filme possui uma lógica, e as viagens se encaixam perfeitamente; há coerência, e é o que importa.
O filme é britânico e foi lançado em 2009; conta a história de três amigos, dois nerds e um cético; eles estão em um bar, conversando sobre viagens no tempo, e acaba que (após o encontro com uma viajante no tempo, Cassie, interpretada por Anna Faris), eles mesmos descobrem um vazamento temporal no banheiro masculino (e não só), e acabam tornando-se, eles mesmos, viajantes do tempo.
Entre os dois nerds, temos Ray, especialista em viagens no tempo, e Toby; o primeiro interpretado por Chris O’Dowd e o segundo por Marc Wootton; e ainda Dean Lennox Kelly como o cético Pete. E eu vou dizer: eu me identifiquei demais com Ray! Enquanto assistia ao filme (no começo já, e depois a sensação apenas cresceu) eu vi muito de mim mesmo no personagem. E não tenho problema em dizer isso, porque como ele, amo viagens no tempo, leio sobre isso, e adoraria uma oportunidade daquelas; e também como ele, eu preferiria o termo imaginador à nerd.
Gostei de como o termo imaginador foi introduzido ao filme, e da idéia de Ray. E adotei isso. Também quero ser chamado de imaginador, mesmo que eu não fique famoso ou rico por isso. Porque não é isso o que importa, o que importa é o que você pensa, o que você sabe, o que você vive. E eu poderia viver para a viagem no tempo. Mas prosseguindo…
O filme já começa com uma referência à Exterminador do Futuro ao falar sobre “matar o inimigo antes que ele nasça”, e depois uma à Crepúsculo (fui contra, isso não tem nada a ver com o tema do filme, mas fazer o quê?). A aposta de que o assunto de viagem no tempo seria tocado por Ray em menos de cinco minutos (não o condeno, sou assim), e a fabulosa conversa Star Trek x Star Wars (“Assisti um filme de Star Trek uma vez e não gostei, pronto”, “Ah, é? Qual?”, “O primeiro, com o robô dourado e o cara baixinho e gordinho”, “Isso é Star Wars!”, “Não é a mesma coisa?”), e mais uma vez me identifiquei com Ray e Toby; por favor, nunca venham me perguntar se Trek e Wars é a mesma coisa!

[CONTÉM SPOILERS]
A apresentação de Cassie foi ótima (piada de Paris Hilton também), e a citação à George Lucas (Wars, não Trek!). Depois a primeira viagem ao som de Total Eclipse of the Heart; prometi a mim mesmo que cantaria em um banheiro até viajar no tempo (não me julguem); e a cena em que todos estão mortos, que eu gostei bastante. A segunda viagem foi mais engraçada (o que foi a cena em que os três dançam no banheiro?), e a saída do banheiro: “Nossa o que é isso? Estão todos vivos ainda!”. Mas ainda no banheiro (quando o velho olha) eles dizem: “É um experimento científico” – referência ao terceiro De Volta para o Futuro.
Como aparentemente não houve viagem, eu gostei ainda mais dessa viagem, porque eles viram a eles mesmos, alguns minutos antes. E eu amo qualquer cena nesse estilo. Estava todo sorridente aqui assistindo. As regras de viagem no tempo: “Não pode pisar em borboletas!” – uma referência ao filme Som do Trovão, que muitos não gostam, mas tem uma idéia interessante (o orçamento que foi baixo). Gostei da explicação de paradoxo (amo qualquer citação à paradoxo temporal), e me lembrei de Doc.
A cena do armário, com citação à Nárnia ficou interessante, mas esse é outro filme perdido, não há nada de viagem no tempo, mas que seja. Cassie voltando um segundo depois, mas para ela seis meses depois foi ótimo; e então descobrimos o vazamento no banheiro feminino; sou como Ray e também fiquei com raiva de Toby; acho que eu teria feito a mesma coisa: ia querer ver o futuro, e dizer que o outro não podia ser considerado um imaginador (nossa, como eu amei esse termo!).
Sobre o desenho do trio: gostei muito (e parece a Santa Ceia); há até a citação: “Olhe para mim, no desenho. Estou escrevendo. Sou Jesus, e estou escrevendo”. Trata-se da noite no bar. Gostei demais da noite temática dos Imaginadores, e todos vestidos como eles (Ray é o melhor imaginador, só para constar).
Gostei demais quando eles voltam e há outra referência à De Volta para o Futuro, dessa vez o II: “So, are we back?”, eles vêem o velho de novo e “We’re back”; e novamente vemos eles de tempos antes, na conversa no bar, antes da entrada no banheiro; e de novo eu acho magnífico.
“Millie é uma editora, Ray!” (que volta no tempo para apagar algumas pessoas da histórias, muitas vezes após suas grandes obras para não haver queda de qualidade), e vemos que então tudo está se encaixando, e a primeira cena vista por Pete, de todos mortos (mesmo a barba) está para acontecer. A idéia no papel é do Ninja Tirolês? Apenas um comentário. Gostei de ver tudo se encaixando e que tudo tinha mesmo importância, muito bom.
“Você me nega três vezes. Por isso estava no quadro. Você é Judas!”, “Na bíblia é o Pedro que nega Jesus três vezes!”. E a cena de todos mortos se concretiza, como visto no começo; e o papel cai em cima da mesa, onde seria encontrado; tudo perfeitamente. Quase aplaudi. Gostei muito de ver o primeiro Pete entrando na cena. E Ray (claro!) salva tudo ao destruir o papel; quase fiquei triste achando que eles não se lembrariam de nada, mas felizmente isso não aconteceu.
O desfecho ficou interessante, com Cassie namorando Ray há dois anos, o portal, o universo paralelo e a fala de Ray de que eles arruinariam tudo, mas era sua chance. Quando eles entram e acreditamos que acabou, ainda vemos Ray saindo de trás do muro, depois Pete, a fala “já fomos?”, “sim”, “Venha Tobe”, e vem outro Pete: “Palhaçada”. Última piada ótima.

Gostei bastante do filme. Para quem é fã e conhecedor de viagem no tempo, vai curtir bastante. Aqueles que só gostam de uma comédia, dá para dar umas risadas. De qualquer maneira, eu gostei e recomendo. E descobri como devo ser chamado: IMAGINADOR!

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