Os Heróis do Olimpo, Livro Um – O Herói Perdido

Fiquei prazerosamente sem palavras… acabei lendo esse livro muito mais rápido do que imaginei. Sendo um livro de mais 400 páginas, e como tempo não é meu forte, achei que demoraria ao menos uma semana para terminá-lo, mas não consegui… depois de começar a lê-lo, não conseguia mais parar, não conseguia largar o livro… foram aquelas madrugadas inteiras com um livro na mão, fascinado. E valeu a pena. Mesmo que depois que eu tenha terminado o livro, tenha ficado meio que com aquela sensação de vazio, de “e agora?”. Quase me arrependi de ler tão rápido, sabendo que o próximo volume da série ainda pode demorar…

O livro tem o dom de te prender. Rick Riordan, como sempre, nos conduz com uma narrativa sedutora e fantástica. Ficamos presos ao livro, sem nem se dar conta de como estamos avançando depressa. E ele nos deixa com aquela curiosidade de saber o que vai acontecer quando virarmos a página. Não tem como se entediar lendo Rick Riordan… e ao fim desse livro, ele deixa aquele gosto de “quero mais”. Você acaba com uma curiosidade gigantesca, sem saber o que esperar, louco para saber como tudo isso continua no segundo livro da saga…

Fantástico, mais nada. Após a leitura do livro, entendi porque “Os Heróis do Olimpo” – e nada de Acampamento Meio-Sangue no título. Se você leu me entende. Para quem ainda não leu, prefiro não estragar com spoilers, afinal foi fantástico descobrir isso com a leitura do livro. Mas posso dizer que Rick Riordan se superou dessa vez… trouxe uma narrativa incrivelmente mais fantástica que em “Percy Jackson e os Olimpianos”, com novas informações, novos estilos e muito mais rica. De certa maneira, também, uma leitura mais interessante. A meu ver.

Ele expande. Se antes falávamos sobre Mitologia Grega, dessa vez ele nos apresenta, além dessa, o aspecto Romano. Afinal, os deuses gregos e romanos eram exatamente os mesmos, com nomes diferentes? De maneira incrível, ele introduz uma “nova mitologia”, fascinando cada leitor, e tornando tudo mais interessante. Gostei demais de “A Pirâmide Vermelha” (em que ele trata da Mitologia Egípcia), e considerava aquele o melhor livro do autor. No momento, não tenho mais certeza de nada. Se A Pirâmide Vermelha falhou um pouco em seu final, para deixar espaço para a continuação da série, O Herói Perdido deixou tudo ainda mais encaminhado para um segundo volume… acho que nenhum outro livro do autor conseguiu deixar essa curiosidade que esse conseguiu.

Nesse volume, o Acampamento Meio-Sangue passa por uma nova fase, o mundo em si está um pouco mudado. E nessa conjuntura, somos apresentados a três novos semideuses: Jason, Piper e Leo. E se alguém tinha dúvidas de como eles seriam recebidos pelos leitores, posso dizer que eles são ótimos, e não tem como não gostar deles. Quase me arrisco a dizer que Percy Jackson não fez falta… é que não vemos Percy durante o livro (mas entendemos o que está acontecendo com ele), enquanto vemos Annabeth, Thalia e alguns outros conhecidos… também temos um sátiro (o treinador Hedge), dessa vez um pouco mais velho, mas mais divertido que Grover…

Rick criou protagonistas que aprendêssemos a gostar logo de cara. No trio dessa vez, vou falar primeiro de Piper. A única menina do grupo, é bem o que se pode esperar de uma personagem de Riordan… levemente parecida com Annabeth, também é linda e decidida… Leo é o amigo divertido (e muito habilidoso), e me arrisco a dizer que ele foi muito melhor que Grover na primeira série… minha opinião. Já Jason, é o líder, o protagonista, e muito gira em torno dele e de todo o mistério que envolve sua vida. E é fantástico. Rick Riordan conseguiu criar alguém à altura de Percy Jackson, em apenas um livro. Se passamos cinco livros com Percy, e por isso ele foi respeitado e é o que é hoje, podíamos pensar que Jason é um iniciante, e o veríamos começar sua vida de herói, não? No entanto, o personagem já vem formado, já é aquele personagem, como Percy, que respeitamos, que sabemos que fez muito, que tem experiência, e que gostamos bastante. Em menos de um livro, Jason conseguiu o que Percy levou cinco livros para conseguir… sem menosprezar Percy, claro.

E o livro nos é apresentado em vários capítulos, cada um através de um dos três protagonistas (sempre dois de Jason, dois de Piper e dois de Leo), o que me lembrou um pouquinho A Pirâmide Vermelha (sempre dois de Carter, dois de Sadie), mas com uma pequena diferença: mesmo que o estilo de narrativa tivesse seu modo especial em cada capítulo, não fora narrado em primeira pessoa por nenhum personagem.

O humor também estava fantástico; temos algumas referências a Star Trek no início do livro, quando Leo é reclamado por seu pai; temos um acordo ótimo de Hedge (“Vamos fazer assim: eu mato ele, e se depois ele não for mesmo culpado, eu peço desculpas”), e Éolo extremamente divertido falando sobre E o vento levou… (“É uma biografia minha, não é?”). E Piper mostrando toda sua fortaleza no final… de tirar o chapéu.

Livro ótimo. Recomendo a todos. Mas claro, você tem que ter lido toda a série de Percy Jackson e os Olimpianos primeiro. Para quem já leu a série e gostou, não hesite em ler esse livro. Rick Riordan se superou e criou uma narrativa ainda muito mais interessante. Vocês certamente vão gostar. Até mais. E por enquanto, a informação de que O Trono de Fogo chega ao Brasil em outubro…