Artemis Fowl – O Complexo de Atlântida
Artemis comprometeu toda a sua fortuna num projeto que pode salvar o planeta e todos os seus habitantes, humanos e do submundo. Será que isso é verdade? A bondade finalmente tomou conta da mente brilhante do gênio do crime mais jovem do mundo?
A capitã Holly Short está desconfiada, e descobre que Artemis está sofrendo do Complexo de Atlântida, uma psicose comum entre as criaturas do povo das fadas que andaram aprontando. Artemis, no entanto, é o primeiro paciente humano – provavelmente por conta de anos a fio mexendo ilegalmente com a magia das fadas… Os sintomas incluem comportamento obsessivo-compulsivo, paranóia, múltiplas personalidades e, em casos extremos, vergonhosas declarações de amor a uma certa oficial da LEP.
Infelizmente, a doença de Artemis apareceu na pior hora possível. Um inimigo mortal ressurge do passado de Holly e pretende destruir a cidade de Atlântida. Poderá o menino-prodígio do crime escapar de sua própria mente – e dos tentáculos poderosos de uma lula-gigante – a tempo de salvar a metrópole subaquática e seus habitantes mágicos?
Essa é a sinopse que o livro nos apresenta, o nosso incentivo à leitura do volume… e vou dizer que essa sinopse nunca me agradou, desde a primeira vez divulgada, antes do lançamento do livro. Essa história toda de doença de Artemis, e “declarações a uma certa oficial da LEP” só me deixavam pensando: “Vai ser puxado para o cômico, e deixado de lado o espírito Artemis Fowl que a gente tanto gostava”. E depois de ler o livro, devo dizer: é basicamente isso o que acontece.
Numa escala de 0 a 10 eu daria um 6,5 para o livro. Talvez um pouco de pena de dar uma nota menor que isso, afinal é Artemis Fowl, mas no fim o livro não foi muito ruim. Muita coisa era desnecessária, e eu sei que Eoin Colfer podia ter escrito algo incrivelmente melhor, mas no saldo final ainda foi positivo (graças a alguns trechos no fim do livro que realmente o salvaram).
Acontece que Artemis Fowl realmente mudou, e eu sempre gostei muito do Artemis do início da série, aquele gênio do crime, inteligente, que tinha planos incríveis e complexos, e sempre conseguia o que queria no final. Toda essa inteligência do astuto Artemis, misturada à incrível tecnologia do povo das fadas, era o que mais me fascinava na saga, e isso foi ficando um pouco de lado nos últimos livros, dando mais lugar à comédia e situações bizarras do que a planos complexos e tecnologia complicada… o personagem de Artemis mudou muito, e eu não aprovo muito a descaracterização do “menino prodígio do crime” como o conhecíamos. Órion (apesar de uma boa tirada do autor) não foi tão divertido e chegou às portas do ridículo… e agora ainda fico imaginando Artemis vestindo jeans e camiseta no livro final, graças a uma promessa à mãe… sem contar que a ausência de Butler a seu lado, a ausência da dupla não foi lá tão legal…
Ainda bem que tivemos partes que realmente salvaram o livro, como as cenas dentro do cérebro de Artemis, e aquele momento glorioso no capítulo 8, em que após levar outro tiro de Holly, Artemis volta ao normal… aquele Artemis não planeja mais maldades, como no passado (mas já tive que me adaptar a isso), mas ao menos ele era inteligente, conseguia desvendar as tramas que aconteciam e ao mesmo tempo fazer seus planos para achar uma solução… foi bom termos ao menos algumas cenas assim antes do fim do livro…
Além disso, podemos dizer que o vilão (apesar de que suas motivações não me agradaram tanto quanto eu achei que seria possível) foi um bom vilão – o irmão de Julius, Tornabol Raiz. Todo o enredo do livro girou em torno de sua escapada da prisão e a tentativa de salvamento de sua esposa. Gostei da gravidade dos acontecimentos que pudemos acompanhar nesse livro… talvez tenha sido o melhor Artemis Fowl nesse sentido, com um grande número de mortes, mostrando que algo realmente grave aconteceu. Quanto ao Complexo de Atlântida de Artemis, nada disso ficou resolvido até o fim do livro… vamos ver se isso será tratado no livro 8, ou se o livro começará após a sua “cura”. Vamos ver se ele virará adepto do jeans, se sua mãe conseguirá impor uma “vida normal” e se ele vai “se preocupar com garotas, como qualquer menino de 15 anos”.
O livro foi bom. Não foi o melhor Artemis Fowl que a série já viu (e acho que a melhor fase de Artemis se encerrou no quinto volume, A Colônia Perdida, embora nenhum tenha sido tão bom quanto os três primeiros), mas acho que pode ser aprovado, quando analisado como um todo. Apesar de algumas coisas que me deixam triste, tivemos um pouco daquilo que tanto gostamos em Artemis e é o que nos faz ler a série… a todos os fãs de Artemis, vocês precisam ler o livro, vale a pena sim. Até mais! Ficamos esperando pela finalização da saga com The Last Guardian…
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