On Broadway – Hairspray – Being big is not the problem…
"On Broadway" é uma Seção Temporária do blog Parada Temporal, falando cada mês sobre um musical diferente, com três postagens para cada produção. Para quem não conhece como a seção funciona (temas, organização das postagens e conteúdo), recomendo a leitura dessa postagem: On Broadway. E bem-vindos ao Parada Temporal e ao On Broadway!
Hairspray
é um musical leve, divertido, carismático, mas que tem seu conteúdo. Não é meu
musical preferido (embora já tenha sido), mas eu tenho um grande carinho por
ele por ser meu “primeiro musical da Broadway”. Tudo bem que os cenários,
figurinos e os próprios personagens te dão a impressão de você estar anos no
passado, mas eu gosto muito de uma história de época… e a crítica social que a
peça aborda é muito atual e muito bem apresentada.
A crítica contra o preconceito aos negros (que não
podem dançar junto com os brancos no programa do Corny Collins e são obrigados
a dançar em um dia reservado apenas para eles, o Dia do Negro) é trazida de
maneira divertida e descontraída, mas ainda consegue ser, de certa forma,
séria. Alguns momentos são tão absurdos que gera piadas geniais e não tem como
você não se divertir. Se você vai assistir Hairspray,
prepare-se para algumas risadas… são inevitáveis.
Além de toda essa crítica, acho que Hairspray tem um pouco de motivação que
é bastante importante. Não consigo olhar para a personagem de Tracy e não
sentir certa admiração. A história é sobre seguir os seus sonhos, acreditar em
você mesmo, e lutar pelo o que é certo (no caso, a integração do Corny Collins
Show)… também temos, através do personagem de Link, a representação do medo: o
que pode acontecer se eu deixar o status
quo para lutar por algo?
Faz pensar…
A força da peça está em seu espírito. Os
personagens são divertidos e carismáticos, muitas situações são bizarras… e as
músicas são boas, alegre em sua maior parte, e te dá vontade de sair dançando e
gritando. É um musical que faz isso com você. Propositalmente, a peça é
bastante exagerada em alguns momentos. Figurinos, cenários, cabelos… até os
personagens são exagerados. Eles têm uma característica principal que os guia
(e é levada ao extremo), e isso os transforma quase em caricaturas.
A maioria dos personagens não são dúbios, são o
que vemos desde o começo e continuam assim, com raras exceções. Tracy
representa a sonhadora-lutadora… não só sonha como corre atrás de seus sonhos e
luta pelo o que acha que é correto. Penny é o estereótipo de nerd, mas não é lá muito inteligente…
acaba sendo muito divertida e tem a maioria das melhores piadas da peça (“My
whole life I imagined how this place would look like. This isn’t it” / “Yes.
And put words on them”). Amber é a riquinha e patricinha… mimada o tempo todo,
tem o que quer e se frustra quando não o consegue. E Link, o bonitão do
programa, por quem todas as garotas se apaixonam, e um tanto quanto superficial…
ele dá uma mudada com a chegada de Tracy à sua vida, mas é basicamente o mesmo
conquistador safado (e divertido) o tempo todo…
Nos adultos, eu queria primeiro destacar a
personagem de Maybelle – nem sou assim tão fã dela, mas I Know Where I’ve Been merece um destaque… uma das músicas mais
emocionantes de toda a peça, e ainda hoje sempre me arrepia ouvi-la cantar
aquilo, com todos a sua volta. Velma é a vilã divertida, nem dá para sentir
muita raiva dela (como as de histórias infantis – “I just don’t know what to
say”). Corny… ele acaba nem tendo lá tanta importância (apesar da grande fala
“You can’t fire Corny Collins from the Corny Collins show”), mas é um
personagem de quem sempre gostei. E os pais de Tracy – Edna e Wilbur – sempre
com cenas engraçadas, mas Edna tem bem mais destaque…
As músicas de Hairspray
são encantadoras, cada uma a sua maneira. Em sua grande maioria são divertidas,
e mágicas. Magia é uma boa palavra para descrever esse musical. Mas vou dar
destaque a duas cenas do segundo ato nesse momento. Primeiramente, (You’re) Timeless to Me, música de
Wilbur e Edna, em que eles descrevem seu amor e o tempo que passaram juntos de
maneira hilária. E Without Love, que
foi minha primeira música preferida da peça (acho que ainda é…), que nos mostra
tanto Link e Tracy quanto Seaweed e Penny… ambas as cenas são românticas ao
estilo Hairspray e não deixam a graça
de lado… geniais!
Agora, um conselho que eu lhe dou: não se deixe
levar pelo filme. O filme de 2007 ganhou grande fama ao redor do mundo, mas Hairspray é muito mais do que o que
vemos lá. O filme pode até ter tido alguns acertos no começo, mas deixou muito
a desejar como um todo, e não é uma adaptação tão boa do musical… muitas
músicas foram cortadas, ou adicionadas, e a história teve suas modificações… a
história do musical parece mais autêntica. Se você conhece o filme, e se gosta,
aconselho que procure pelo musical… é uma experiência totalmente diferente que
vale a pena! E se você não conhece o filme, opte diretamente pelo musical... afinal de contas, assistir à produção teatral é sempre mais emocionante!
O musical vale muito a pena. É uma grande
recomendação a todos que gostam de musicais e peças de teatro. É leve,
divertido, tem personagens carismáticos e ainda tem uma história de pano de
fundo bastante interessante. As músicas são ótimas, os cenários também, e os
figurinos são bem-feitos e quase engraçados às vezes… uma das magias para mim é
essa sensação de estar voltando no tempo (quase como Marty quando chega em
1955), porque o espírito dos anos 1960 parece estar muito presente… vale muito
a pena! Até mais!
Oi Oi!
ResponderExcluirEu adoreiiii o filme e é, não tem como não dar risada! Já teve a peça aqui em SP creio eu...já?! rsrs
beijãozão *
É, mas o filme é MUITO diferente do musical, e o musical é bem melhor, com certeza (y)
ExcluirSim, já teve, no Rio e em São Paulo, final de 2009 e 2010... eu assisti no Rio de Janeiro, comecinho de 2010! :D Muito bom... Simone Gutierrez como Tracy e Rodrigo Negrini como Link... ótimos! (: