A Família Addams, o Musical – O elenco brasileiro
Deixa eu dizer uma coisa, para começar? Como eu
comentei na postagem passada (leia aqui), eu gostei mais do musical no Rio de
Janeiro do que em São Paulo, mas pelo musical, o teatro não ajudou muito.
Desculpe Vivo Rio, mas o Teatro Abril era bem mais confortável. Pronto, falei.
Mas também a interação em uma mesa era interessante. E (foi o que eu escutei
quando acabou, de mais gente que tinha visto em São Paulo), o áudio estava mais
alto nesse teatro.
Eu fui assistir no segundo dia do Rio de Janeiro
(o bigode do Gomez não caiu! \o/) e alguns problemas de áudio ainda estavam
ocorrendo, mas nada que comprometesse a qualidade do espetáculo. A plateia era
vibrante, as risadas eram espontâneas e divertidas. E o Daniel Boaventura
continua com aquele charme todo que nos faz rir, ainda sem muito controle sobre
suas próprias risadas. O que é divertidíssimo. Uma das melhores coisas foi ver
ele e Marisa Orth numa espécie de risada de cúmplices ao fim de Tango de Amor.
Mas me responda, Beto Sargentelli: eu assisti no
primeiro mês de apresentação em São Paulo, estávamos bem no comecinho ainda,
então as coisas podem mudar. Senti a voz de Beto muito diferente na interpretação
de São Paulo e na do Rio de Janeiro. Confesso que eu preferia a surpresa da
primeira versão, mas essa nova voz também é muito boa e mais cabível ao
personagem. Costumava comentar quão grande era a surpresa de ouvi-lo “Só dessa vez, por uma vez, sem rima e sem
sermão”, com uma voz grave e forte. Não existe mais, e agora ele se
aproxima mais da versão da Broadway, com uma voz mais de um adolescente mesmo,
como é seu personagem.
Dúvida.
Os atores estavam impecáveis, impecáveis,
impecáveis. Eu ainda sou apaixonado por Laura Lobo e Beto Sargentelli, e juro
que por vezes gostaria que eles tivessem mais tempo no palco. Porque amo
ouvi-los cantar, ou qualquer diálogo, ou os olhares que um lança ao outro, por
exemplo em Segue Atrás das Trevas.
Tudo é tão mágico, tão perfeito. E vocês sabem o que é passar uma apresentação
inteira ansiando para escutar Mais Louco
que Você? Eu quase fui às lágrimas quando aquilo começou! Eternamente minha
cena favorita do musical, Laura e Beto são espetaculares.
Ou médico legista.
[…]
Eu tô tão
feliz! Onde você arranjou esse garoto?
O Daniel Boaventura continuamente rouba a cena
como Gomez, mas ele também tem motivos para tal. Porque oh veia para a comédia
e o musical que aquele homem tem! Sua voz é espetacular cantando (como todos
sabem) e combina muito bem com o personagem, provavelmente o que mais canta no
musical. E suas expressões são sempre muito bem feitas, engraçadíssimas. Então
basta olhar rapidamente para o Daniel que já começamos a rir. E ele tem um timing perfeito, umas pausas
estratégicas que nos arrancam risos verdadeiros. E piadas tão ótimas quanto “Você parece um canário com hepatite!”. E
a fala forçada enquanto mente? ÓTIMO! A Marisa Orth parece ter nascido para
interpretar a Morticia. Nunca mais serei capaz de olhar para ela da mesma
maneira. Ela simplesmente encarna a personagem, sabe ser sensual, engraçada,
canta e dança muito bem. Ótima atriz.
O Tio Fester e a Vovó são dois casos
especialíssimos. Fester (interpretado por Cláudio Galvan) é perfeito. Além de
ser exatamente como deveria ser em aparência, ele é engraçadíssimo, e
protagoniza uma das cenas mais divertidas do musical, e fofinhas também. Rio
demais com ele. Quem mais poderia cantar “Oppa
Addams Style”? E a Vovó (“Ela pode
nem ser parte integrante dessa família!”) é divertidíssima, super bem
caracterizada, e tem falas simplesmente espetaculares. “Lá fora tá uma normalidade!”
O Tropeço é uma das melhores caracterizações
possíveis e Rogério Guedes é ótimo no papel. Mesmo quase sem falar nada o
musical inteiro (como exige o papel), ele arranca risadas espetaculares com seu
“francês” e sua conversa quando os Beineke chegam à casa. Falando em Beineke,
Paula Capovilla faz um ótimo trabalho sendo Alice, com uma alcance vocal
espetacular de dar inveja a qualquer um e Wellington Nogueira é um ótimo Mal, e
todos nós que vimos ao vivo sabemos o quanto ele arranca risadas da plateia em
sua parte de Mais Louco que Você.
MARAVILHOSO!
O Feioso costuma ser interpretado por meninos
diferentes, porque o teatro sempre deixa uns três intérpretes para os papéis
mais jovens. Quando eu vi em São Paulo, era o Nicholas Torres. E era tão
perfeito, mas tão perfeito em sua interpretação, e eu já estava tão acostumado
com ele, que foi estranho ver com o Matheus Lustosa. Ele também é ótimo, mas
senti tanta falta daquele final “E só…”
em sua música com o tom de voz mais fino, mais infantil, que era tão fofo!
O elenco está de parabéns. Eu realmente me
pergunto o que estarão essas pessoas fazendo depois de Família Addams (não pude ver o Beto Sargentelli em Mamma Mia! infelizmente), mas ficarei
atento. Ainda prometo trazer mais uma postagem para o blog. Já passei tanto
tempo escrevendo que meus textos devem estar bem grande. Mas depois falarei um
pouquinho sobre as músicas, que envolvem minhas partes preferidas da peça.
Fiquem atentos, e quem tiver a oportunidade, Família Addams no Rio de Janeiro por curta temporada!
Nossa, queria mesmo ter assistido.
ResponderExcluirPelas imagens, a Marisa Orth está sensacional como Mortícia.
Será que não tem nenhum video no YouTube?
Não do musical todo, mas de alguma parte.
Tem sim! *-*
ExcluirJá tem "Pra Quem é Addams", "Viver antes de morrer", "Bom Caminho" (EU AMOO!) e "Só Dessa Vez"... procura no YouTube com esses títulos, ou só "família addams musical" que você vai encontrar! :P