American Horror Story: Asylum 2x12 – Continuum


Foi mais legal e menos feliz que o episódio da semana passada, e a série realmente cumpre o prometido e começa a caminhar em direção ao futuro a passos apressados que nos indicam que os anos foram bastante parecidos entre eles. De maneira resumida acompanhamos o destino de três personagens: Kit, Lana e Jude, além de vermos um pouquinho do presente em que Johnny caça desesperadamente uma primeira edição do livro de sua mãe.
Além de tudo o que mudou desde o começo da temporada, a maioria das quais eu admiro mesmo sentindo falta de algumas coisas, mudou também a maneira de narrar a história. Uma das coisas mais surpreendentes dos primeiros episódios era a agilidade das informações e a quantidade de histórias paralelas se desenvolvendo e se misturando – era mesmo difícil escrever o texto para o blog sobre eles. Agora a narrativa parece mais linear e dividida em atos. Também, metade dos personagens morreram.
Começamos o episódio com Kit Walker, e ele já começa surpreendendo e nos fazendo aplaudir. Aquela visão inicial de Kit em 1967, sujo de sangue, carregando um machado e a fala “Daddy will be there in a minute” regado a uma lágrima e olhares perdidos foi a melhor coisa do episódio. Aquele momento me deixou totalmente abismado, e eu nem sabia o que pensar. Mas queria agradecer o roteiro por ter nos apresentado algo que vale a pena, e ter destruído novamente a vida dos personagens depois da felicidade da semana passada – além de mudá-los drasticamente.
Pensei em todo um texto com um minuto de episódio, e os primeiros 10 minutos foram uma apreensão constante misturada à surpresa, esperando o momento fatídico. E é bem interessante reparar em como as coisas acontecem, e que nem tudo o que você acredita acaba se tornando verdade mais tarde, coisa que American Horror Story já nos ensinou muito bem. Uma família bem incomum, é interessante ver Kit, Alma e Grace morando juntos em uma situação de poligamia, e com Julia e Thomas crescendo com um pai e duas mães.
Também foi interessante notar a diferença de percepções entre Alma e Grace a respeito do que aconteceu a elas com os aliens. Avaliando o passado de cada uma e como cada uma foi levada até lá, podemos realmente entender os dois pontos de vista. Mas é fascinante esperar que eles estejam de volta quando na verdade não passa de uma referência brilhante ao início da temporada. A briga de Alma e Grace é espetacular… e a morte de Grace é simplesmente chocante. Me deixou sem respiração por uns minutos.
Partimos então para a maravilhosa história de Jude, e eu realmente gosto dela. Agora conhecida como Betty Drake, em 1968, ela está de volta entre os demais pacientes do Briarcliff, que está sendo deixado por Timothy (nomeado cardeal de Nova York) e está indo para as mãos do Estado. Mesmo com a promessa de liberá-la, dois anos e meio se passam sem que Timothy se manifeste novamente, e a cabeça de Jude se mostra mais perdida do que nunca. E gostei da maneira como a série também consegue nos confundir novamente.
Falando sobre insanidade e com a história se passando em um hospício, esse sempre foi o maior charme da segunda temporada. Então foi gostoso ver toda a confusão, ver coisas que acreditamos se desmoronando, ver coisas confusas que não entendemos tão bem até uns minutos depois. Assim como o começo da temporada, o episódio conseguiu nos enlouquecer, embora eu adoraria ter ouvido um pouquinho de Dominique. Mas a conversa de Jude com a atual responsável pelo Briarcliff, o destino de Timothy e Pepper… tudo fascinante!
Também foi uma jogada de mestre colocar o Anjo da Morte como uma simples paciente criminosa e amedrontadora naquele lugar. O Briarcliff está mudando, mudando drasticamente, e continua tão assustador quanto antes, e quem sabe mais perigoso. Todas as cenas lá transbordam loucura e mal-estar, seja com Kit visitando Alma (foi legal e inteligente a colocarem no Briarcliff agora, não? Sua vez!), seja com Kit conversando com Jude. E como parte o coração ver o estado em que Jude se encontra, embora eu ame o rumo que a história tomou. E não é interessante parar e lembrar da primeira imagem que tivemos de Jude?
A história de Lana é terrível. Terrível no sentido de que eu senti nojo e raiva da personagem como nunca senti em toda a temporada. Famosa com seu livro (“Maniac: One Woman’s Story of Survival”), parece que o poder e a fama realmente subiram à sua cabeça, e ela se tornou uma pessoa arrogante e que não dá a mínima para ninguém mais que não seja ela. Todas as cenas dela realmente me enojaram, e eu desejei ardentemente por sua morte. Quase começo a torcer por Johnny, só para comentar.
Mas que foi bom rever Thredson e Wendy por uns minutinhos, isso foi. Porque a maneira como eles confrontaram Lana pelas mentiras e omissões foram ótimas. E ainda vivo, Kit é quem termina o trabalho desses dois, tentando trazer Lana de volta à realidade e a cobrando por todas as coisas que prometeu (expor e fechar o Briarcliff) e não cumpriu, e nem parece se importar mais. Gostei muito de Kit nessa parte, acho que tudo foi muito merecido, e gostei de ver sua raiva, sua intensidade, e que não está nada contente com a Lana que surgiu.
De maneira que nos deixa com um ponto de interrogação imenso, Johnny é introduzido novamente na história nos dois ou três últimos minutos de episódio, mas proporciona uma das cenas mais sombrias do episódio. Sempre ameaçador e maníaco, ele estava buscando o livro de sua mãe, e a maneira como conversou com aquela senhora da livraria foi imperdível! Realmente ansioso para ver se no próximo episódio teremos seu encontro com a “mãe”. E ela talvez tenha sido mais culpada que Thredson por ele se tornar quem é.
Eu gostei do episódio muito mais do que eu esperei. Porque como comentei, o episódio da semana passada me deixou bem em dúvida sem saber o que pensar com tanta felicidade. Mas o episódio conseguiu destruir umas vidas novamente, e trazer de volta o espírito de desesperança e o clima sombrio da série que tanto gostamos. Ansioso para ver os últimos anos até o presente no próximo episódio, ainda confio na série para um final surpreendente e digno de uma temporada tão bem construída. Vamos aguardar então!

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