American Horror Story: Asylum 2x13 – Madness Ends
Através da personagem mais desprezível, nojenta e
menos confiável de Asylum, American Horror Story termina muito bem
sua segunda temporada, mais uma vez apostando em uma narrativa linear que
consegue ser surpreendente em alguns momentos, pesada e sombria, e emocionante.
Além de um final nostálgico que deixou meu coração disparado e repleto de
saudades de quando a temporada começou.
No prólogo antes da abertura, voltamos a 2012 com
o casal em lua-de-mel visitando o Briarcliff abandonado, lá do início da
temporada. Foi ótimo ver toda a cena sob outro ponto de vista, e então rever os
momentos mais importantes do casal, mas vendo o Bloody Face agindo. Arrepiante, tenebroso, e maravilhoso! Também
amei aquele audiobook de Lana Winters que ele estava escutando. Vemos então que
o salto temporal dessa vez era longo e poderíamos acompanhar a história de
2012.
Mais ou menos. Nesse presente vemos uma Lana
bastante velha já, hipócrita e detestável como sempre, dando uma entrevista a
respeito de seus livros, suas mentiras, suas relações pessoais. As cenas não me
emocionavam porque nenhuma palavra dela me era convincente, aquele ar de falsa
moralista e falsa mãe apaixonada, falsa altruísta – o que era bom era sempre
ver as cenas se desenrolando no passado, da maneira que tanto queríamos ver.
Mas também era uma apreensão constante e crescente, saber que Johnny estava ali
ao seu lado.
Começamos com o Briarcliff sendo finalmente
fechado, e as cenas foram bem chocantes. Querendo ou não, sendo quem fosse,
Lana precisou de bastante coragem para voltar ao lugar e fazer o que fez. Todas
as cenas filmadas amadoramente pareciam reais e era horrível de assistir. O
jogo de câmeras e a intensidade com que nos mostravam o estado dos pacientes no
Briarcliff era realmente tenebroso. Me arrepia apenas de lembrar, e foi algo
muito bem filmado, muito bem pensado.
Mais tarde, indo visitar Kit Walker, Kit nos
proporciona a história toda a respeito de Jude (que teve uma ótima cena com
Lana, diga-se de passagem, em que seu estado deteriorado é angustiante) e de
como passou a visitá-la regularmente após a morte de Alma. Foi bastante bonito
ver a atenção que ele dava a ela, o carinho com que a tratava, e como os dois
foram se aproximando lentamente dentro do Briarcliff, conforme as condições lhe
permitiam. E ele foi o responsável por finalmente tirá-la de lá em 1970!
As cenas foram muito mais bonitas e muito mais
emocionantes do que eu poderia ter imaginado. Foi ótimo ver essa fase final de
Jude, ver como Julia e Thomas (os filhos de Kit) gostavam dela, e ver seus
esporádicos ataques de loucura. A cena em que as crianças (evidentemente
especiais!) a guiam ao bosque é desconcertante, e você não entende exatamente
seu sentimento. Mas é fantástico ver os seis meses que se seguem, de alegria,
de danças, de ensinamentos. Talvez a única parte da vida de Jude na qual ela
realmente conseguiu ser feliz.
A última cena, pouco antes da aparição do Anjo foi
linda. Ela compartilhou com os “netos” um momento bastante emocionante, foram
coisas lindas sendo ditas, lágrimas em seus olhos. E mesmo com Kit (embora eu
adoraria ter ouvido um “Sorry” ou um
“Thank you” dela) foi bem simples e
bonito – a série preparou todo o terreno para o grande beijo da Anjo da Morte,
e foi algo eletrizante – lindo ver aquela escuridão, a luz apenas na cama, as
asas do Anjo, e finalmente a declaração de que ela estava pronta para isso…
Kit também teve um final bastante digno. Tomas is a law professor at Harvard. Julia is a neurosurgeon at Johns
Hopkins. Kit would be proud of them. Fiquei com
medo de continuar assistindo após essas palavras, e foi uma ótima interpretação
aquela de Kit morrendo em sua cadeira de rodas, com aqueles óculos que o
deixaram tão fofo. E me arrepiou quando a ficha caiu e eu me dei conta do que
aconteceria ali. Ele provavelmente teve o melhor final e mais envolto em
mistério da série. Basicamente o único que ainda está envolto em mistérios
depois do fim de Asylum.
Let’s get this over, shall we?
Eu estava a ponto de perdoar Lana pelo seu ego
inflado e todas as coisas que fez em seu nome, e mais uma vez admirei a
grandiosa bondade de Kit por ter pedido que ela fosse madrinha de seus filhos,
e então ela tem aquela conversa reveladora com Johnny. Pouco antes disso, fez
todo um teatro a respeito de tê-lo encontrado no parquinho quando ele era
criança, e aquela defesa que pode muito bem ter sido um pouco exagerada vista
sob seu ponto de vista. E então mostrou-nos que sabia o tempo todo quem era
Johnny e a razão de ele estar ali naquele momento.
Foi perturbador. A cena foi um tanto macabra, mas
sua maior característica foi o suspense, aquela apreensão que crescia a cada
segundo. Cada ameaça, cada movimento, cada olhar. Que cena bem escrita como um
todo! Surpreendente em vários sentidos, não estou disposto a defender Johnny só
porque ele derrubou algumas lágrimas nem nada disso, mas que eu xinguei Lana de
tudo o que você imaginar por ela ter feito o que fez, ah isso eu xinguei! Ainda
não superei sua audácia, e me pergunto se no fim de tudo a personagem que menos
tinha coração e compaixão não era Lana.
Era.
A série apresentou um ciclo bem fechado, sem
deixar grandes dúvidas ou questionamentos de o que aconteceria com seus
personagens. De maneira resumida, estão praticamente todos mortos. Ah sim, a
morte de Howard Timothy foi bem cruel, um jeito terrível e macabro de morrer,
mas bem que foi merecido. O final apostou num tom mais melancólico, um tanto
emocionante, mas sem deixar de lado as sombras e a crueldade em cada uma de
suas cenas. Mesmo nas cenas mais bonitas que não tiveram exatamente o tom de
felicidade que tivemos duas semanas atrás.
Mas eu achei fascinante eles retornarem a 1964,
mesmo que por alguns minutos apenas, e nos mostrar aquelas cenas. Foi
emocionante, nostálgico, e já me bateu uma saudade pela série ter terminado!
Foi ótimo ver aquela Lana que começou a série, que mesmo com umas mudanças no
meio do caminho, é basicamente a mesma hipócrita egocêntrica de agora, e a Jude
que começou a temporada, uma das personagens que mais sofreu alterações.
Fascinante ver o Briarcliff no seu auge, e melhor do que tudo… DOMINIQUE IQUE
IQUE! Meu coração disparou absurdamente quando ouvi aquilo, não tinha jeito
melhor de finalizar…
Foi um ótimo episódio, e realmente eu já não via
mais muitas opções para o fim da temporada, portanto não imaginava nada
diferente do que tivemos agora. Poderia ter sido ainda menos feliz e poderia
ter deixado mais dúvidas no ar para que pensássemos por muito tempo (não será
algo que tomará nossos pensamentos por uma semana inteira), mas foi muito bom.
Ansioso pela terceira temporada, mas ao mesmo tempo temeroso pela segunda
temporada de tão alta qualidade, vamos aguardar por novas informações… mas não
tem nada mais assustador do que um hospício.
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