Jogador Número 1


Gente, quem acompanha o blog há algum tempo, sabe o quanto eu sou apaixonado pela cultura dos anos 1980! E olha que eu nem nasci nessa época, mas minha infância foi assistindo a filmes dessa época, e minha adolescência foi quando esses filmes eram considerados clássicos. Portanto, podemos dizer que eu quase sou um “jovem da década de 1980”. E encontrei alguém ainda mais fascinado por essa década do que eu, que pôde me proporcionar uma junção tão grande de emoções, nostalgia e felicidade, lendo Jogador Número 1, Ernest Cline.
Se você acompanha o blog há algum tempo, irá se lembrar que o primeiro Mês Temático que surgiu por aqui foi sobre De Volta Para o Futuro, e acho que o segundo ou terceiro texto escrito, lá em Outubro de 2010 quando iniciei o Parada Temporal, era sobre essa trilogia. Portanto, se eu tiver que escolher um filme da década de 1980, certamente seria De Volta Para o Futuro e eu não precisaria de um minuto para pensar. Portanto ver Parzival voando por aí com um DeLorean me encheu o coração de felicidade. E um tantinho de inveja. Mas procure bem no blog e você verá, mais uma vez, eu afirmando que os filmes de 80 são os melhores filmes feitos.
Eu li o livro fascinado, e tem uma frase do livro, lá na página 212, que basicamente reflete o meu sentimento em relação ao Jogador Número 1 no momento em que o lia, não agora: “Entrei, fechei a porta e a tranquei. E então prometi não sair antes de completar minha busca. Abandonei o mundo real totalmente até encontrar o ovo.” E foi tudo o que eu tive vontade de fazer, não querendo largar o livro a não ser que fosse estritamente necessário (ainda não estava de férias do trabalho nos dias em que o li). Mas tudo o que eu queria era me fechar em meu quarto e não mais largar Jogador Número 1, enquanto um receio de terminá-lo também tomava conta de mim, porque não queria saber que tinha terminado e não poder mais lê-lo e ansiar pelos próximos passos. Era uma briga toda noite, enquanto o sono era totalmente esquecido e eu continuava virando páginas e páginas do livro tão viciante.
O livro é praticamente o OASIS em papel. Porque é um mundo totalmente novo e você entra ali e parece capaz de imaginar tudo o que acontece à sua volta. E você não quer sair dali, cada vez mais apaixonado. Claro que você precisa de um prévio conhecimento da cultura pop dos anos 1980 para poder entender as melhores sacadas e melhores referências (o livro, especialmente a primeira parte, é repleto delas), mas podendo identificar um personagem perdido de um filme clássico, uma paisagem conhecida de um jogo amado… não tem como não vibrar. O geek dentro de mim estava louco, alucinado. Eu, por momentos, fui Parzival, e nunca me senti tão nerd na vida, capaz de entender tantas e tantas referências juntas!
O livro possui uma narrativa envolvente demais, então você não vê o virar de páginas, não vê os capítulos indo, e não vê a hora. Tudo o que você quer é continuar lendo, acompanhando as aventuras de Parzival. O autor faz isso de uma maneira tão envolvente que o mundo real parece pobre e sem graça, e nada fora do livro parece fazer sentido. E compartilhamos das melhores emoções que o livro descreve para os personagens: nos alegramos na primeira parte, nos deprimimos na segunda, nos aventuramos para valer na terceira. Às vezes parecendo uma corrida contra o tempo, e frequentemente uma busca pela solução de um enigma, eu me senti exatamente como os personagens. Meu coração disparava, eu lia com mais pressa porque sabia que Parzival estava fazendo as coisas depressa, e se eu não lesse logo os Seis chegariam antes dele. Meu coração parou em certos momentos, parei de respirar perto do fim do livro, suspirei aliviado quando a moeda do PacMan em fim faz algum sentido. Livro maravilhoso!
E quem ainda não leu o livro, nem sabe do que ele se trata… eu preciso repensar meus textos aqui no blog, mas eu comecei a escrever isso tudo como um rascunho, e não parei mais. Assim que surgem os melhores Meses Temáticos. Antes de dar uma sinopse do livro, eu gostaria de dizer a vocês: leiam o livro porque vale a pena! Ainda mais se você for um geek apaixonado pela década de 1980. Você vai se sentir tão realizado que vai querer voltar e ler o livro novamente, triste porque ele terminou. E você realmente se aventura lá dentro como em um videogame de imersão.
Como o OASIS.
O ano é 2044 ou 2045, o livro não fica muito claro nisso, e gostaria de deixar clara minha revolta quanto à idade de Wade. Mas volto a isso mais tarde. Wade Watts passa horas conectado ao OASIS, tentando escapar do mundo real. O OASIS é um jogo de imersão no qual a humanidade toda está conectada, e muito mais do que um jogo, virou um novo mundo, por onde as pessoas se comunicam, trabalham e vivem. O mundo real parece sem importância, quando tudo o que existe está dentro do OASIS, de maneira muito melhor. Podendo ser quem você quiser, e com uma variedade de mundos e recriações fantásticas, o OASIS revolucionou a humanidade a partir de dezembro de 2012.
Quando seu criador, Halliday, morre no início do livro, um grande enigma é deixado dentro do OASIS, e inicia-se uma busca por um Easter Egg que premiará o vencedor com muita fortuna e poder, dentro e fora da realidade virtual. O criador escondeu uma série de enigmas que levarão até esse “ovo”, e dessa maneira, toda a humanidade passa a buscar esse ovo, se tornando obcecados pelos gostos de Halliday. Os caça-ovos e os Seis se enfrentam tentando desvendar esses mistérios, mas mais de cinco anos se passam sem que ninguém obtenha nenhum avanço. Até que um garoto de 18 anos (?), Wade Watts, consegue encontrar a primeira chave e o mundo todo se volta para assisti-lo, enquanto seus avanços são seguidos por quatro caça-ovos e um exército de Seis (vilões na história) e uma verdadeira guerra pelo ovo se inicia.
Os desafios são gigantes, e as referências a filmes, livros, séries, jogos, músicas e etc. da década de 1980 gera uma lista interminável, que eu esbocei em meu caderno. Mas são tantas coisas, que se eu parasse para anotar tudo teria reescrito o livro em meu caderno. Escolhi apenas algumas, algumas que quase me fizeram surtar, dando saltos dentro de meu quarto e algumas que me instigaram de verdade… o livro te convida a isso: a viver junto com Wade, a se tornar obcecado também, e a descobrir junto a ele todos os enigmas. Delicioso livro, com uma ótima narrativa, é uma obrigação a todos, um dos melhores livros de 2012. Fica a dica, e fiquem atentos para mais textos meus! Até mais…

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