O Almanaque de Anorak


Meu primeiro texto sobre o livro de Ernest Cline foi mais ou menos como eu tinha imaginado que ele seria: uma avalanche de informações. Decidi que antes de conseguir estruturar um Mês Temático todo organizadinho, eu teria que colocar pra fora minhas impressões iniciais do livro, em uma postagem, e falar mais ou menos tudo que me viesse à cabeça sem um planejamento rígido. E foi mais ou menos o que eu fiz, deixando de lado coisas importantes que não estão programadas para as próximas postagens… então aqui estou eu, de volta para completar meu texto passado.
Para quem não conhece, eu aconselho que antes do fim desse mês, vocês busquem Jogador Número 1, escrito por Ernest Cline. O livro traz uma história de aventura pelos mais clássicos cenários da cultura dos anos 1980 e 1990, passando por filmes, séries de TV, desenhos, jogos, livros, músicas e tantas coisas que chega a ser difícil citar. Tantas paisagens, personagens e descrições conhecidas nossa, que o geek dentro de cada um deve se deliciar lendo o livro. Wade Watts, dentro do OASIS conhecido como Parzival, é o primeiro a encontrar uma chave do grande concurso de Halliday, que escondeu um Easter Egg dentro do grandioso mundo criado por ele, num jogo de imersão. Com um prêmio e um poder tão grande àquele que encontrar o ovo, depois que Wade passa pelo primeiro portão, o mundo todo parece se interessar por sua história, enquanto milhões de outras pessoas vão aos poucos o seguindo rumo à uma guerra cataclísmica.
Sem trocadilhos.
Quem leu o livro entendeu! kk
O livro se baseia totalmente no Concurso de Halliday, o famoso criador do OASIS, que ao morrer escondeu um easter egg no seu maior videogame (onde a humanidade toda está conectada, vivendo mais ali do que no “mundo real”). E para encontrar esse ovo, ele inseriu no jogo uma série de enigmas e referências importantes, que guiam os Seis e os caça-ovos até seu objetivo. Mesmo depois de cinco anos sem avanço algum no Concurso, o mundo todo parece obcecado pelo Almanaque de Anorak e o que consta nele. Tudo o que consta nele. Acaba sendo um livro escrito por Halliday falando sobre suas próprias obsessões e gostos de sua infância e adolescência.
Todo caça-ovo que se preze conhece o Almanaque de Anorak inteiro, e já se familiarizou com cada coisa citada nele. E nos referimos a filmes (como Jogos de Guerra, De Volta Para o Futuro), séries de TV (Family Ties, Os Simpsons), jogos (Adventura, Black Tiger), músicas (Rush) e tantas outras coisas que eu adoraria ter o Almanaque de Anorak nas mãos. Se o Concurso de Halliday torna quase toda a humanidade obcecada pela década de 1980, o livro de Ernest Cline tem mais ou menos a mesma função – um sentimento delicioso de conhecer e entender algumas referências importantes, e uma vontade impressionante de buscar aqueles que você ainda não conhecia. Como foi minha história com Jogos de Guerra.
A década de 1980 torna-se uma obsessão, dentro e fora do livro. E gostei de poder estar dentro desse universo e de ler uma homenagem tão grandiosa a tantas coisas pelas quais sou apaixonado. Algumas homenagens de grandes coisas pelas quais sou apaixonado escritas em um mesmo capítulo, às vezes em uma mesma página. Como o DeLorean/supermáquina/Caça-fantasmas no início da Parte 2…
E o livro tem esse apelo a todos que amam a década de 1980, como era meu caso. Afinal, será bem mais difícil você gostar do livro se não for capaz de entender pelo menos algumas das referências mais importantes. Então aqueles que cresceram com isso tudo, e foi o meu caso, terão um fator a mais que os fará se apaixonar pelo livro. E eu espero que esse livro seja lido por muitas pessoas para que esses valores e esse tipo de filmes/livros seja trazido à tona novamente, e valorizados por aqueles interessados apenas nos grandes blockbusters atuais repletos de efeitos especiais e 3D, quando coisas muito mais simples acabam se tornando muito mais grandiosas.
A linguagem do livro, como eu já comentei, é interessantíssima porque é envolvente e inteligente. Inteligente por mesclar tudo de maneira muito redondinha (e o arsenal é grande), sem parecer uma aula ou uma palestra. As coisas estão ali, entendeu quem conhece, se não, busque por isso. E é envolvente por te fazer correr junto ao personagem, se emocionar, se alegrar e se entristecer. Grande livro, e feito para pessoas grandes. Consideraria um livro feito para adultos, tanto pela sua temática que pode não ser apreciada pelos mais jovens (não pelo videogame que os encantaria, mas pelas referências que talvez os cansasse – embora pudesse ser uma salvação a algumas pessoas kkk) quanto pela maneira como algumas partes são contadas… também com referências ao desejo sexual adolescente, a sexo virtual e masturbação, o livro é feito para pessoas crescidas, que encontram temas interessantíssimos mesclados muito bem em um único livro.
Você já deve ter reparado o quanto eu sou apaixonado por Jogador Número 1, não? Fica a dica para você ler, porque bem como a Caça de Halliday no OASIS é para quem é obcecado e conhece o Almanaque de Halliday, e o Jogador Número 1 é para quem ama a década de 1980 e conhece essas referências, o Mês Temático é para o mesmo público de Jogador Número 1, especialmente para aqueles que já leram o livro. E você não vai querer ficar de fora, vai? Eu acho que você não se arrependerá! Até mais…

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Comentários

  1. um livro fantástico, que até mesmo as pessoas que não entendem as referencias consegue entender e se apaixonar pelo livro. recomendo

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  2. Não tenho muito a dizer sobre o post, só que você traduziu praticamente tudo o que eu sinto sobre esse livro cara! É meio complicado achar um livro com tantas descrições e referências que não seja cansativo, esse definitivamente é um bom exemplo de que existem algumas pérolas perdidas por aí! Só sei que, quando li, não conseguia dormir sem acabar.

    Pique Sheldon (The Big Bang Theory pra quem n entendeu) "Eu não preciso dormir, preciso de respostas! kkkkkkkkkkkkkk

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    1. Ansioso para ver o que Ernest Cline vai fazer no segundo, espero que mantenha o ritmo e seja tão bom quanto! :)

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