On Broadway – Legally Blonde, the Musical – Omigod, You Guys!


Sabe como é com a maioria dos musicais da Broadway, não sabe? Eles costumam ter uma “frase de efeito” que é aquela que o identifica, e que você sempre se lembrará ao ouvir falar do musical. E se por acaso ouvir a frase em outro lugar, depressa ela o remeterá à cena original nos palcos… é o caso de Omigod, You Guys, uma das músicas mais perfeitas de Legally Blonde, e que ganhou deliciosas reprises ao longo da apresentação toda, inclusive uma maravilhosa para finalizar o musical!
Legally Blonde, assim como o filme e o livro nos quais foi baseado, é um musical que conta a história de Elle Woods, uma estudante de Direito em Harvard, que só se matriculou na escola para chamar a atenção do ex-namorado, Warner, e mostrá-lo que ela podia ser séria, mas que com o passar do tempo vê-se com novos amigos, um possível futuro novo namorado, e uma nova paixão em sua vida: usar seus conhecimentos para ajudar as pessoas. E então reconquistar Warner deixa de ser seu interesse, e estudar e ser uma boa advogada tomam a frente de sua vida.
O musical é maravilhoso! Divertido e bem humorado. E inspirador. As músicas são todas contagiantes, e não consigo citar uma que não tenha gostado. Repleta de músicas, várias delas ficam ecoando na sua cabeça, horas depois que você terminou de ver o musical. E os figurinos são todos interessantes e os cenários que nos levam para dentro do universo de Elle e de Harvard… e nos apegamos de tal maneira aos personagens principais que não queremos mais deixá-los de lado. Quando o musical chega ao fim você fica com aquela sensação de que quer mais… eu voltei para ouvir várias das músicas mais uma vez!
A história é linda, e como eu disse na postagem passada, eu amei Laura Bell Bundy como Elle Woods e Christian Borle como Emmett Forrest, ambos perfeitos em seus papéis protagonizando a peça toda. E eles tiveram cenas curtas que nos fizeram suspirar e foram suficientes para nos fazer ficar torcendo por eles… como os versos finais de Legally Blonde, separados por uma porta, na qual ele faz uma das declarações de amor mais fofas que eu já conheci. E a animada e característica do musical Omigod You Guys em uma reprise quando tudo se resolve entre os dois…
Mas Christian brilha no papel de Emmett durante Take It Like a Man, porque é o momento em que os dois compartilham um momento, um clima, e o sentimento começa a despertar tanto para um quanto para outro. What is this place? / It’s called… a department store. / It’s… it’s beautiful! E é uma maneira de recompensá-lo, começando a transformá-lo em algo melhor, depois de toda a transformação pela qual ela passou e ele ajudou durante todo o caminho, de maneira carinhosa, desapegada e como um grande amigo.
Porque a personagem de Elle certamente passa por uma grande transformação. Se no começo ela é um tanto mimada e com a vida fácil, sua vida é totalmente transformada e ela se vê um tanto desesperada depois da maravilhosa Serious, na qual Warner termina com ela. Foi fofo, engraçadíssimo e divertido ver essa cena… e é com What You Want que ela decide mudar sua vida e ir para Harvard. É uma daquelas músicas extremamente longas que funcionam como um divisor de águas no musical… muita coisa acontece, os cenários mudam e os rumos se decidem, ao mesmo tempo em que conhecemos Emmett…
E recebendo apoio de pessoas não antes esperada, como Paulette em Ireland (ótima música, por sinal) e especialmente de Emmett (em Chip on My Shoulder), Elle vai pouco a pouco deixando Warner de lado e vendo que não é ele a coisa mais importante em sua vida. E Emmett ajuda muito nessa transição, sempre atencioso e presente… amei ver as cenas dos dois, e essa última música funciona como uma bela introdução ao casal e à música final do primeiro ato, So Much Better, que só funciona graças à ajuda de Emmett… maravilhoso vê-a com a transformação quase completa, em uma cena que é de praxe que tudo seja grandioso: o fim do primeiro ato.
Pausa para elogiar o Greek Chorus – eu me perguntei mesmo como aquelas divertidas meninas amigas dela apareceriam se ela não estava mais morando na cidade, mas as colocaram como esse chorus extremamente engraçado que aparecia como vozes em sua cabeça em músicas animadas e inspiradoras, sempre dando bons conselhos como em Positive ou Bend and Snap. Ou então aparecendo do nada me arrancando risadas verdadeiras, como no “Omigod. / Wait hold on, we just won a case!”, que foi uma das melhores coisas de todo o musical! E ainda teve direito a piadas quando as verdadeiras amigas dela apareceram para visitá-la no que seria o grande momento de sua vida…
E então o segundo ato já começa nos apresentando a Brooke Wyndham e a já transformada Elle Woods – é quando sua vida de advogada começa a ser explorada, e vemos que a personagem apresenta talento para isso. Me apaixonei por Delta Nu Nu Nu e There! Right There, que provavelmente foi a melhor cena do musical! Quando os instintos dela a ajudam a resolver o caso (e ela usa o recém apresentado Bend and Snap), todos no tribunal começam a se perguntar Gay or European? Foi uma das melhores coisas que eu já vi em musical, porque foi aquele tipo de cena complexa, uma música repleta de lyrics e muita gente junta se alternando nas falas… simplesmente perfeito! Conseguiu ser extremamente divertido também, e eu não parava de rir e aplaudir. Impecável!
Resposta final? Gay AND European!
Devo dizer que aqui todos se saíram bem, tanto Elle que foi a promotora de tudo isso, a cabeça da situação, levantando a hipótese, e Emmett trabalhando muito bem em seu ritmo, com um interrogatório rápido que força o homem a falar sobre o namorado Carlos. Dificílimo parar de rir nesse momento! Na verdade, dificílimo é explicar quão grandiosa foi a cena e quão importante para todo o caso! Rendeu ótimas cenas posteriores, nas quais ela começa a ser levada a sério, e o Professor Callahan mostra sua verdadeira identidade.
E então para minha total surpresa, Legally Blonde foi uma das músicas mais tristes do musical, apresentadas no momento em que ela mais sofreu no musical todo. Mas também foi uma das mais bonitas pelas partes com Emmett, que conseguiram ser emocionantes, bonitas e românticas, tudo ao mesmo tempo. E depois Vivienne puxa uma nova versão mais animada de Legally Blonde, onde Elle assume sua real e verdadeira identidade: uma mistura do que era antes com o que se tornou agora, se tornando uma Elle Woods de verdade com ela mesma e melhor do que quando começou o musical. Emocionante!
E com Scene of the Crime o musical garante a Elle uma vitória importante em sua vida, e tudo caminha para o final, na qual ela recusa o pedido de casamento de Warner sem que ninguém tenha que sair machucado ou humilhado, se forma e compartilha uma belíssima cena final com Emmett… realmente senti que era o tipo de musical que eu tinha que aplaudir no final. Me deixou tão contente, tão alegre, tão feliz! Como um musical com essas temáticas deve fazer! Me apaixonei por tudo, e não tenho mais nada a dizer a não ser: ASSISTA O MUSICAL DE LEGALLY BLONDE! Porque vale a pena e você não vai se arrepender! Até mais…

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