Shrek, o Musical – A trilha sonora
Gente, essa é a terceira parte de meus comentários
sobre Shrek, o Musical e se você
quiser ler o restante, clique aqui para uma análise geral e aqui
para meus comentários sobre o elenco brasileiro. E sobre as músicas, eu tenho
muito, muito a dizer… no geral, a tradução dos títulos das músicas foram
deploráveis. Desculpa aí, galera, mas foi. Ainda assim, foi surpreendente
perceber que à parte do título desafortunado, algumas versões ficaram bem
satisfatórias.
Começando por Big
Bright Beautiful World que virou Mundo
Grande e Feliz. Acho que foi feito o melhor que se podia, porque esse
título original nunca ficaria bom em português. Fim. Infelizmente, e eu sempre
tive consciência disso. No entanto algumas coisas foram horríveis, como o “But not for you” traduzido para “Mas não pra tu” numa tentativa
desesperada de rimar falando de uma maneira que praticamente ninguém fala no
Brasil, tornando o verso quase difícil de entender. Nem pense muito.
Uma Vida Uó
(Story of My Life) foi o que fez eu querer enterrar a cabeça em qualquer
lugar quando peguei o programa. Até que é uma boa cena, divertida e tudo o
mais, mas por favor, galera. Ainda bem que as criaturas dos contos de fadas se
redimem comigo perto do fim do musical com Bota
pra Quebrar (embora isso seja uma péssima tradução de Freak Flag), em uma cena que eu considerei a melhor do musical. A
melhor mesmo, porque foi contagiante, o ritmo funcionou e a coreografia e a
mistura de figurinos era espetacular. Mas eu me pergunto se o verso “Deixa o sol entrar” foi colocado ali de
propósito como RATS na cena dos ratos sapateadores e a Dorothy em Canção de Viagem…
Espero que sim, senão seria um ultraje! Meu HAIR!
Falando em “RATS”, eu me matei de rir quando vi
aquele logo modificado de “Cats” enquanto os ratos sapateavam em mais uma
tradução não muito boa onde “Morning
Person” vira “De Manhã Tô Pronta”.
Para não dizerem que eu só reclamo, “Deixa
eu Ficar”, “E aí, Duloc?”, “Canção de Viagem”, “Pra Sempre”, “Vejo o Sonho
Acontecer”, “Vai Nessa pra Pegar”, “Não sei como falar” e “Um muro em volta de mim” foram boas
traduções. “Um Outro Eu” foi uma boa
adaptação e “Sofri Mais que Você” foi
um dos melhores números do musical, em uma livre adaptação que funcionou muito
bem, a música ficou divertida como deveria ser. Amei.
“I know it’s
today” era uma das minhas maiores preocupações, afinal é uma das minhas
cenas preferidas na peça, mas a tradução fica realmente muito boa com “É hoje, eu sei”, o que se encaixa
perfeitamente no ritmo da música. Alguns trechos me decepcionaram, como “They’re all living happily” que virou “Estão vivendo em seu jardim” ou algo
assim. A história da bipolaridade “Mesmo
eu sendo bem doidona” me assombrou, mas a canção se corrigiu e um ou dois
versos depois isso foi citado! UFA! Mas “And
he’ll look just like these pictures” para “Ele é lindo e fez um book” foi vergonhoso. Pelo menos a parte mais
importante – “I know it’s today… he’ll
show up today!” – foi muito bem traduzido em “É hoje, eu sei… eu sei que ele vem!”, então dou uma nota boa no fim
da música.
Mas é dia 958. Fiona brasileira, você está ERRADA!
Quanto à finalização, acho que tudo aquilo foi
espetacular. Porque além da ótima música das criaturas dos contos de fada (“Bota pra Quebrar”), é simplesmente
lindo ver Fiona subindo e continuando a ser uma ogra. Também é ótimo rever o
dragão e o fim do Lord Farquaad. E “É a
Nossa História” ficou muito boa, e eu acho que final de musical acaba sendo
emocionante. No entanto, “I’m a Believer”
não precisava ser traduzido. Aquilo é clássico, DESNECESSÁRIO!
Eu sei que lendo apenas esse último texto, você
realmente vai ficar em dúvida sobre a minha opinião. Como eu já conhecia o
musical original e já era levemente acostumado às músicas, aceitar algumas
traduções acaba sendo mesmo problemático. Mas tirando isso, e alguns problemas
em figurino, em agilidade, e em piadas que passam do limite, o musical é bom.
Sendo fã de musicais como eu sou, não é algo que eu estava autorizado a perder,
e se você tiver a oportunidade, veja sim! É uma experiência divertida e que
vale o ingresso, mas não troque Família
Addams por isso. Até mais!
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