The New Normal 1x14 – Gaydar


O mundo mudou, não é mais preto e branco. O episódio começa com a história da roupinha para o batismo do filho deles, e eu não sabia bem o que esperar, mas foi uma deliciosa surpresa. Não só um dos episódios mais divertidos da série até agora, foi também a maneira de contar uma história exagerada e real, e passar uma mensagem final extremamente bonita, e que me deixou bem contente.
O episódio fala especialmente sobre o gaydar (não espere por Goldie, ela é coadjuvante na série toda), enquanto Jane identifica um de seus colegas de trabalho (por quem está começando a se interessar) como possivelmente gay, e Shania faz o mesmo com o novo interesse romântico de Rocky, Chris. E como tanto Brice (de Jane) quanto Rocky estão relutantes em admitir essas coisas, Shania e Bryan (que dupla dinâmica!) organizam um jantar todo especial.
Welcome to Gay or Not Gay?! Quando a proposta apareceu eu já sabia que seria algo extremamente engraçado. E foi. Shania realmente tem um ótimo gaydar, e ela e Bryan sempre funcionam perfeitamente. Então foi fantástico vê-los juntos aplicando os testes e fazendo comentários a respeito de suas análises. Passando por vencedoras do Oscar, preferências musicais, um jogo de celebridades e finalizando com o teste 100% preciso: um show especial da Oprah.
Bem, foi de rir o tempo todo. E partir o coração no final, quando tanto Rocky e Chris terminam com um climão (ainda divertido) e Jane e Brice também se separam dramaticamente. Não que os dois “relacionamentos” não tenham se resolvido depois, e a cena de Rocky com Chris no trabalho foi uma das melhores, porque foi verdadeiro, foi emocionante, e foi um momento belíssimo de amizade entre os dois… e aquele sorriso de Chris… é mais ou menos quando você repara a razão de Rocky ter se interessado tanto.
Mas a série termina com uma mensagem bem bonita e bem verdadeira. Com a história de que não podemos nos apegar aos estereótipos e que o mundo atualmente vive numa grande mistura sexual em que não é tão fácil dizer quem é gay e quem não é. Gays gostam de futebol, não-gays curtem musicais. Sempre foi assim, na verdade, mas talvez o mundo esteja a passos lentos caminhando para a diminuição da opressão, onde admitir essas coisas (eu não gosto de futebol, mas eu amo musicais!) não é algo ruim, ou visto com maus olhos. Por uma parcela da população.
Sempre haverá pessoas de mente pequena. Infelizmente.
Eu não concordaria ali no final com aquela roupa de batizado escolhida por Bryan (e vemos que a série sempre tenta favorecer Bryan para que no final seja sempre como ele quer que as coisas sejam), mas tudo bem, porque as palavras de David (totalmente não-estereótipo de gay) foram bem emocionantes, e foi um discurso verdadeiro – a voz de muita gente que pode não ser o Justin Bartha, talvez nem mesmo quem escreveu esse episódio, mas são as palavras de muitas pessoas.
Um ótimo episódio, um dos que me deixou mais contente por ter escolhido acompanhar essa série. E eu amo as mensagens que a série está conseguindo passar, tentando não ser tão estereotipada, e quando o é, brincando com isso como foi nesse episódio, e tirando bons diálogos a partir disso. A série é um grande achado, as pessoas precisam assistir – muito divertida, emocionante em alguns pontos, e com um fundo social brilhante e bem trabalhado. Confiram!

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