Fanboys
O filme tem muito a cara de Ernest Cline. Ele
deixa sua marca em qualquer obra, pelo jeito. Característica dele. Não se
contenta em apenas fazer uma belíssima homenagem a Star Wars e mais uma impecável caracterização do que é ser nerd
(além de deixar muito clara sua opinião a respeito de Ameaça Fantasma), mas também coloca um pouco de G.I. Joe, de Star
Trek, de Rush, de Indiana Jones, de Scooby-Doo, de Blade Runner… acreditem ou
não, nem mesmo os Menudos conseguiram ficar de fora dessa!
Ernest Cline trabalha com o que gosta. Porque já
sabemos que ele é um nerd de carteirinha, e que ama isso tudo. Quão feliz não
deve ser escrevendo roteiros como Fanboys
e livros como Jogador Número 1? Mais
uma vez pudemos ver muito dele nos personagens, e muito de nós mesmos. Porque
quantas vezes ao longo do filme não estávamos balançando a cabeça num tom de “é
mesmo”? Então Fanboys retrata muito bem o espírito de Star Wars e o que é ser fã disso tudo!
Fascinante.
Fascinante o tempo todo. Cena após cena nos
apaixonamos, e eu fiz três páginas de anotações tentando anotar o mínimo
possível. Mas vibrei em vários momentos, dei muitas gargalhadas, e ainda
conseguiu ser emocionante. É um grande road
trip movie de nerds – por que quer motivo melhor do que esse para sair em
uma viagem assim? É a história de quatro amigos, fanáticos por Star Wars, a
seis meses da estréia do Episódio I. Como um deles tem câncer e tem de 3 a 4 meses
de vida, eles decidem invadir o Rancho Skywalker para ver o filme antes da
hora…
E eles passam por tudo o que um road movie precisa ter, com uma pitada
nerd eletrizante! Porque as referências são abundantes, as piadas são
inteligentes, e algumas cenas são icônicas. Antes mesmo da viagem, eu amei ver
Eric e Linus discutindo a respeito da relação de Leia e Luke – “They were
siblings. They were siblings, you sick bastard!”. Para falar a verdade, Eric e
Linus são os dois grandes protagonistas do filme, e apresentam uma belíssima e
emocionante história de amizade, com direito a diálogos profundos e divertidos…
e tratam de um tema que realmente me comove.
Até mesmo a briga com Trekkers teve que ser
incorporada. Nunca participei de nenhuma discussão acalorada com um Trekker,
até mesmo porque eu não tenho nada contra eles, e vocês sabem. Talvez tenha
gente me julgando nos comentários, mas eu gosto demais tanto de Star Wars quanto de Star Trek – acho as duas séries fascinantes em perspectivas
diferentes. Mas se foi engraçado ver isso no filme? HILÁRIO! As discussões a
respeito de Picard e Han Solo foram geniais! E o pobre Khan sendo destruído
pelos “seguidores de Lucas”! Eu ri bastante…
O filme é muito divertido. Vou tentar enumerar os
momentos que eu achei mais engraçados, mas você precisa assistir ao filme para
se divertir também. Mas o filme já começa perfeito com uma recriação do estilo
de Star Wars com o “A short time ago
in a galaxy not so far, far away…” e os textos exatamente como nos filmes. E
que texto! Ernest Cline realmente merece prêmios por essas coisas que faz! Além
de introduzir o filme brilhantemente e nos divertir já de cara, traz uma frase
genial como essa: “Ever Wonder where those words are flying? Maybe aliens in another galaxy will one day
read this and think WTF? Sent from my iPhone”.
Episode VII – Return of the Saga
6 meses, 12
dias, 8 horas e uns pingados
Incrível como isso parece irônico agora, com o
Episódio VII realmente para ser produzido, pela Disney. Compartilho totalmente
do sentimento final de Eric: “What if the movie sucks?” – sinto muito te
informar isso, Eric! Mas é o momento para talvez realizar meu sonho de estar no
lugar deles, porque as cenas finais foram extremamente emocionantes, meu
coração estava saltando, apenas de imaginar estar no lugar deles… maravilhoso!
Acho que eu gritaria exatamente como eles, apenas com aquelas notas iniciais
que nem de Star Wars eram! Fã é fã,
desse jeito mesmo.
A bordo do “Nerd Mobile”, os quatro (futuramente
cinco) passam por muita coisa. Além de enfrentar Trekkers, passam uma noite
maluca e alucinógena com o Chefe, um strip-tease ao som de Menudos e uma
pequena conversa com William Shatner que ajuda! WILLIAM SHATNER! Sim, Ernest
Cline, você é meu ídolo. A cena do drive-thru
é um sonho meu! E o Rancho Skywalker mais parece um Santuário. Eu estava mais
ou menos vomitando o arco-íris com tudo aquilo… e realmente senti uma pitada de
inveja daquele grupo em quase todo o filme! E eu duvido que eu teria amigos
suficientes para fazer uma dessas comigo… ok, prossigamos sem lamentações.
Seus olhos também se encheram de lágrimas com o
absurdo de derrubar Linus do carro e a cena do hospital? Porque aquele discurso
todo de “This is our Death Star!” de Eric é emocionante. Inspirador, verdadeira
e bonito. E divertido também, porque não tinha como não ser. E foi isso que
realmente deu força para eles durante o trajeto todo, nos arrancando piadas e
muitos sorrisos de emoção. As últimas falas de Linus conseguiram ser
extremamente emocionantes, mesmo em toda sua simplicidade. E aí está a
grandiosidade de tudo: o quanto coisas tão simples conseguem nos
emocionar/divertir.
Depois de ver um filme desses sabemos o quanto
realmente somos nerds. Porque eu quero um sabre-de-luz demais, sempre quis!
Ninguém ainda me deu um, acho que terei que comprar. E ficamos emocionados com
tão pouco, com cada coisinha… como ver os cinco reunidos em volta do computador
de George Lucas em seu escritório… aquelas letras subindo me fizeram suspirar,
meus olhos se encheram de lágrimas involuntariamente. Estava ansioso,
apreensivo. Mesmo sabendo que o filme que eles podiam estar prestes a ver era
horrível. Porque não é bom… o próprio Fanboys
faz piadas com isso, e com o pobre Jar Jar Binks que realmente não vingou.
Não.
O filme é hilário, extrovertido, irreverente. Mas
também é repleto de emoção e mensagens bonitas de amizade. Além de um retrato
muito legal de o que é ser nerd. Eu tenho orgulho de fazer parte desse grupo, e
de ver o filme e ver que muitas vezes posso ser parecido com Eric, com Linus,
com Windows… e assim por diante! Porque esse é quem eu sou, and I was born this way! Se você é fã de Star Wars, você precisa ver, porque vai
amar e se deliciar com cada um dos momentos. Se não gosta ou nunca viu Star Wars, você provavelmente não vai entender
nada. Nem a razão de tanta encrenca “por um filme”. Mas daí você nem estaria
lendo esse texto até o fim. Portanto, fica recomendado! Até mais…
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