Rock in Rio, o Musical – A história
A história do musical foi habilidosamente escrita
por Rodrigo Nogueira, e eu só começo a imaginar o tamanho do trabalho que ele
teve que enfrentar para fazer isso. Porque talvez eu nem soubesse exatamente o
que eu estava esperando, mas superou qualquer expectativa minha. Muito mais do
que uma história sobre o evento, muito mais do que uma história do amor à
música, muito mais do que uma história de amor. Muito mais do que tudo isso.
O roteiro do musical engloba tudo e amarra muito
bem dando importância a todos os personagens, e os deixando brilhar mesmo por
algum tempo. E às vezes eles não estão em foco, mas eu estou encarando eles
incondicionalmente. Coitada da Lucinha Lins, por exemplo (ÓTIMA no musical),
mas eu nem consegui olhar para ela durante Desesperar
Jamais, de tão vidrado que eu estava em Marcelo Carvalho e nas suas
expressões e interpretações. Por sinal, não tinha como não olhar para ele e
rir, se esquecendo do resto.
Então a história do Rock in Rio acaba sendo sim, uma história de amor, é uma história
do evento mesclada com um pouco da história de nosso próprio país, e é uma
história sobre a música, sobre o poder que ela tem de transformar as pessoas.
Foi isso que ela fez com Alef, foi isso que ela fez com Sofia, e é isso que ela
acaba fazendo conosco, enchendo nosso espírito de emoção e felicidade, chegando
ao final com lágrimas nos olhos e as palavras finais ecoando em nossos ouvidos.
Gostaria de ter a transcrição da fala de Alef, perto do fim da peça, antes de
sua música final, porque aquilo foi épico. ÉPICO.
Então vamos à sinopse oficial com alguns
esclarecimentos. Alef é um garoto que deixou de falar 15 anos atrás, quando seu
pai, militante, desapareceu depois de um discurso. Não se comunica de verdade
através da música, mas talvez esse seja seu único contato com o mundo real. Ou
quase. E Sofia é a filha de Orlando, o visionário organizador do Rock in Rio,
que acaba de voltar ao Brasil e odeia música porque sua mãe desapareceu, também
15 antes, após uma apresentação – ela era uma cantora. Culpando a música por
isso, não quer nem saber sobre o evento do pai.
Não é uma precisa história sobre o Rock in Rio como evento, e o musical
nunca teve a pretensão de o ser. Na verdade é uma versão para a criação do
evento, e mais do que mostrar seus criadores ou algo assim, a peça deixa muito
clara a juventude daquela época, os problemas enfrentados na Universidade e no
país, e o impacto que foi um evento tão grandioso de música. Porque só imaginem
o que foi ser um jovem em 1985 com condições de ir ao primeiro Rock in Rio?
Junte isso com uma belíssima representação de um
momento difícil da história brasileira, um evento importantíssimo em todo o
mundo, e um elenco de primeira, você tem a história completa desse musical tão
espetacular, que junta história, emoção, diversão, e homenagens. Tem ótimos
momentos de descontração, tem números musicais que precisam ser aplaudidos de
pé, e uma trama que vai se utilizando de grandes músicas para contar uma
história quite complexa. Um final
emocionante, marcante, um término de primeiro ato que me deixa quinze minutos
praticamente em prantos, e Every Breath
You Take de um jeito que eu nunca tinha visto.
Ou imaginado.
E vamos combinar se não é uma virada de roteiro
genial transformar a Sofia em Alef e vice-e-versa? O final do primeiro ato é
surpreendente e chocante, e nos deixa aflitos, mas também transborda emoção e
simbolismo. Eu diria que o Alef, a própria figura dele e sua personalidade, são
representados por aquele fone de ouvido. Nunca mais olharei para um fone de
ouvido e conseguir desvincular essa imagem de Rock in Rio, o Musical – e a mudança de mãos do fone (que
representa toda uma conclusão tirada por ela e por nós a cerca do destino de
Alef) traz toda uma virada na história brilhante e inteligente na qual Sofia
deixa de falar, e as mesmas falas antes usadas pela mãe de Alef, agora são
usadas pelo pai de Sofia.
EU QUERO AQUELES FONES!
Também é legal porque o roteiro brinca conosco da
mesma maneira como brinca com Sofia. Faz com que cheguemos a conclusões sem
realmente ver os fatos. E depois embasa esses pensamentos no que parecem fatos,
mas podem nem ser. Da metade para a frente o musical realmente nos comove e nos
surpreendente, e não tem como não aplaudir. Quando eu senti que estava chegando
ao fim, as lágrimas já estavam acumuladas, eu tremia da cabeça aos pés e
praticamente soluçava.
Uma peça espetacular, e você precisa assistir.
Garanto que gostando do que for que você goste, não tem como assistir Rock in Rio e não se surpreender, e não
rir e chorar, e não aplaudir nesse final tão maravilhoso. Equipe técnica de
parabéns e um elenco de tirar o chapéu (sobre o qual comentarei em outras
postagens), eu recomendo. Músicas escolhidas a dedo e interpretadas por pessoas
com o dom da voz… me falta adjetivos suficientes para classificar essa peça.
Realmente.
Oi Jefferson! Td bem? :)
ResponderExcluirAdoro todas as suas postagens... comecei acompanhar em Hair (que eu AMEI), e desde então seu blog faz parte dos meus "favoritos", apesar de nunca ter te deixado msg, mas agora estou aqui! Hehe
Assisti e senti muito do que escreveu também em RiR, morro de saudades... espero voltar no ultimo fds da temporada aqui em SP.
Obrigada por unir tanta coisa boa em um só blog! Cinema, séries e Musicais, são minhas paixões, e você reúne tudo com muita qualidade e informação.
Bjs! =)
Olá Cinthia, tudo bom? :D
ExcluirMuito obrigado por seu comentário, sério... você não faz idéia do quanto eu fico feliz em ler esse tipo de coisa, é o que me anima a sempre continuar escrevendo... comente mais vezes, vou gostar de saber sua opinião constantemente! E pode deixar sugestões, que eu tentarei ao máximo segui-las... muito bom saber que eu tenho mais uma seguidora que gosta tanto dessas coisas assim como eu! Não vou dizer "bem-vinda", se você já visita há tempos kk
Espero te ver novamente, huh? Té! (: