“Do you know, do you know what it’s like to die alive?”
Diana Goodman é o grande centro de Next to Normal/Quase Normal, em torno de
quem grande parte da ação se desenvolve. Problemática ao extremo e submetendo a
família a grandes desafios graças às suas condições, é por causa dela que Next to Normal é uma grande e deliciosa
história. Sua relação com a filha esquecida, o filho idealizado, o marido que
não recebe o valor merecido, o médico que por vezes é uma assombração, por
vezes uma fuga, por vezes um astro do rock.
Bipolar e
depressiva com alucinações. A esquizofrenia de Diana se torna evidente em
vários momentos, mas eu acho fascinante como a própria construção das músicas
condizem com seus diferentes estados. Sendo uma peça com quase todos os
diálogos cantados (músicas modernas e revolucionárias), é através delas que
notamos as oscilações na personalidade de Diana – a instrumentação deixa isso
muito claro também, a peça nos guia pela gama de emoções perfeitamente.
Temos os momentos mais divertidos, calmos e
brincadeira de Diana – que são, por exemplo, seus trechos em Just Another Day e a maravilhosa My Psychopharmacologist and I. Os
momentos de maior sofrimento e tristeza profunda – que ficam muito claros em I Miss the Mountains, que é uma música
de partir o coração e The Break, bem
profunda e própria para considerações. E seus momentos de raiva, explosão,
exteriorização de todos seus problemas – como a lendária You Don’t Know e Didn’t I See
this Movie?
Começamos lentamente, com uma atmosfera bem leve
sendo calmamente conduzida para o lado mais pesado da história. Assim, a
primeira visita ao médico ainda é tratada como uma maneira de “brincadeira”,
com a absurda quantidade de remédios sendo motivo de risadas. My pshycopharmacologist and I, it’s like and odd
romance. Inteligentíssima a maneira como ela encara tudo e os
remédios são todos apresentados. These are a few of my favorite pills. E mesmo com uma temática
muito séria e cruel, o ritmo da música mostra um estranho contraste entre a
crueldade das palavras e a maneira como elas são ditas. Fascinante! OH! And one last thing: use may be
fatal. É perigoso não é tão impactante assim…
I miss the
mountains. De partir o coração ouvir a essa música! Toda a vez que a
escuto, a verdadeira dor e sofrimento que Diana consegue passar tão bem em
poucas palavras. Letra linda,
perfeita. Everything is perfect, nothing’s real. I miss my life. E aqui eu me lembro de The Break, uma das letras mais bonitas e
mais emocionantes da peça, em que Diana se refere a si mesmo como alguém bruised. What happens if the cut, the burn,
the break was never in my brain, or in my blood, but in my soul? Ao mesmo tempo em que é profundamente emocionante e
perfeita, a música é uma maneira de protesto, e a raiva, angústia de Diana é
evidente.
You know, really? What exactly do you know? Essa certamente é a melhor música da Diana, e uma das
melhores músicas de todo o musical, com uma letra que não é tão longa (a música
não dura nem dois minutos), mas é um dos momentos mais marcantes, com uma série
de frases densas e difíceis. Eu transcreveria a música inteira, mas acho que
essa frase meio que resume tudo: Do you read
obituaries and feel jealous of the dead? Mas eu realmente sou ainda
mais apaixonado pela reprise, com Diana x Dr. Madden – I don’t know, even know, what it is that I don’t know – apenas
ouvir as notas iniciais, tão eletrizantes e marcantes, já faz nosso coração
pular. Num dos piores momentos na vida de Diana, o confronto com o médico sobre
o tratamento é fascinante. Só
fica a pergunta: Have you talked of your depression, your delusions, and your son?
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