Jack: O Caçador de Gigantes
Recontar histórias clássicas já se tornou comum, e
é sempre bom revisitar nossas histórias favoritas com um quê diferente que é
sempre encantador, ou quase sempre. É quase como lançar de volta nossos olhos
para a infância com nossa experiência de pessoas um pouco mais velhas… olhar
para as histórias e agregar a elas muito mais do que se sabia anteriormente. Eu
gosto desse gênero que nasceu no cinema, que tende a amadurecer nossas
histórias tão amadas e torná-las tão visualmente belas.
Jack: O
Caçador de Gigantes retorna ao universo de João e o Pé de Feijão. Sempre foi uma história que me encantou
bastante. Não pela galinha dos ovos de ouro, não pela lição de moral tão clara
no final, talvez mais clara do que o normal de nossos contos de fada. Nem pelo
gigante. Mas pela inocência do pequeno João que trocou sua vaquinha, o sustento
da família, por três feijões. Na minha mente infantil, era forte ver a maneira
como ele comprometeu a todos com aquilo…
E continua sendo. Não temos mais uma vaquinha,
apenas um cavalo velho, chamado Anser. E o tio de Jack o incumbe de ir até o
mercado e tentar vendê-lo junto com a carroça. É aí que, chamado por sua paixão
à história dos Gigantes e o Rei Erik,
ele conhece a princesa Isabelle e também consegue chamar a sua atenção. E numa
fuga desesperada de um monge para salvar os feijões que ligam a Terra a um
outro mundo, ele acaba oferecendo os feijões em troca do cavalo, e Jack mal tem
tempo de pensar em algo…
Eu gostei de como tudo aconteceu no filme. Não
teve galinha dos ovos de ouro, mas teve muito ouro e uma harpa, que mesmo não
tocada marcou presença. Mas a história do pé de feijão havia se tornado uma
lenda já na história, quando muitos anos atrás o Grande Rei Erik derrotou os
Gigantes invasores com o poder de sua coroa. Então os feijões envoltos em
mistério e magia negra são históricos, e os gigantes que moram lá em cima das
nuvens estão preocupados em descer e dominar o mundo dos humanos, começando
especialmente pelo Reino de Cloister.
É inevitável que em alguns momentos o filme se
torne engraçado. Por vezes desejei que ele fosse mais sério em sua totalidade
como o foi em pontos-chave, mas fiquei bem contente com o resultado final.
Embora os gigantes estereotipados e o vilão risível, eu me apaixonei de verdade
pelo filme e pela maneira como tudo aconteceu. Teve o romance na medida certa
que conseguiu ser bonitinho, teve o senso de aventura que foi importantíssimo,
teve o seu lado sombrio que tanto me fascinou. Além de efeitos perfeitos que
tornam tudo uma belíssima aventura visual.
Os protagonistas do filme são Jack, Isabelle e
Elmont, todos os três brilhantemente interpretados – Nicholas Hoult, Eleanor
Tomlinson e Ewan McGregor. Gostei de como começaram com a história do pé de
feijão contada ao mesmo tempo para o jovem Jack e a jovem Isabelle – o paralelo
entre os dois foi bem pensado e editado, e foi a fascinação pela mesma história
que os uniu 10 anos mais tarde, no dia em que os dois levaram broncas parecidas
em uma nova cena genial. Buscando aventura, a princesa é pega na tempestade e
vai parar na casa de Jack, na noite em que o pé de feijão está para nascer e
levar a casa dele pelos ares… e os dois são tão fofos juntos que toda e
qualquer cena dos dois me fez suspirar. O primeiro beijo no pé de feijão? Fofo.
E a maneira como ele enfrenta o seu medo para
salvá-la?
Mas falando no pé de feijão… eu amei o conceito. O
primeiro pé-de-feijão nasce no escuro, no meio de uma tempestade (ficou bem
claro anteriormente a questão de não molhá-lo, e foi bom vê-lo jogado pelo tio
e molhado pela chuva) – o que deu à cena um tom bastante sombrio e empolgante.
E ele foi o tempo todo tão grandioso, misterioso e obscuro, que todas as cenas
que o envolviam valeram a pena; a escalada que durou dias, por exemplo, e todos
os problemas para chegar até o topo. O caminho de volta, e como os três
protagonistas conseguiram se salvar usando apenas de usa inteligência…
O clímax do filme é maravilhoso. Confesso que a
pausa no meio fez meu coração saltar, achando um final prematuro e nem tão
feliz. Então quando vi Fallon de volta lá em cima quase morri de emoção. Eles estão voltando, não estão? É
eletrizante, angustiante, toma conta da gente. E mesmo já esperando desde o
princípio que o final seria aquele, ansiamos por vê-lo acontecer, e matar a
curiosidade de como será. Jack usa de toda sua inteligência e arrisca bastante
dando vida àquele novo pé de feijão, numa cena ainda mais bonita que a
primeira! “There’s something behind me, isn’t there?”
é simplesmente ótimo.
Amei
o filme. Me fez retornar um pouquinho à infância por um tempo, ao mesmo
tempo em que curtia um filme que não é infantil. Não sei explicar totalmente,
mas sei dizer que saí do cinema com uma sensação muito boa, e é por esse motivo
que eu recomendo o filme. É fofo, é divertido, repleto de ação e aventura, um
prato cheio para quem gostar do gênero. E é sempre muito bom ver novas versões
de histórias – essa foi a vez de João e o
Pé de Feijão. Ansioso para saber qual será o próximo que vem por aí…
Gostei bastante do filme, na visão geral, mas houve alguns momentos que me deixaram meio incomodada.
ResponderExcluirQuando a Isabelle e Jack voltam do pé-de-feijão, o pai dela fala algo como: filha estou tão feliz em te ver, e estou orgulhoso, entre na tenda e vista sua armadura.
Como assim ela tinha uma armadura? Ela meio que estava fada a ficar em casa tricotando como uma boa dama, certo? Ou então, se foi feita depois dela ter subido, uma vez que aparentemente, a julgar por sua expressão, ela não tinha conhecimento da armadura, qual tinha sido a lógica do pensamento do Rei? "Ah, a minha filha fugiu de casa, e foi parar no alto de um pé-de-feijão, cercada por gigantes, e caso ela sobreviva, vai ter virado uma menina muito corajosa, acho que vou mandar fazer uma armadura pra ela"
Sei lá. isso me incomodou um bocado.
E também a parte em que os gigantes vão invadir o castelo do rei. Eu pensei: pra quê fechar os portões, eles são gigantes, esses caras conseguem transpor as muralhas." Aí aparecem os seres, e começam a brigar para atravessar o portão, só faltando brincar de cabo-de-guerra com os humanos, o que aconteceu inclusive. Aí, quando eles entram, é possível ver que a muralha bate quase que exatamente na testa deles. Poxa, tava pra passar, sabe? Nem que fosse fazendo pezinho pra outro gigante pular por cima.
Mas entendo perfeitamente que para a história ser conduzida da maneira que foi isso não poderia acontecer, então meio que me contentei, rsrs.
Quanto à atuação, não tenho reclamações, pelo contrário, amei ver o Ewan McGregor =) A princípio achei a atuação de Hoult meio morna, apesar de já ter isto alguns trabalhos dele, mas depois me acostumei, acho que foi pelo fato do personagem Jack no começo ser meio bobinho e inseguro, mas depois eu julguei que fosse justamente pelo personagem ser assim, então parei de reclamar, rsrs.
Bem, é só isso, tentei ser breve, mas acho que não foi dessa vez, kkk.
Até mais!