Quase Normal – A trilha sonora
A orquestração de Quase Normal é um de seus maiores segredos, porque é intenso e
forte o suficiente para nos envolver. Como eu já comentei, estando no teatro as
músicas tomaram conta de mim, me preencheram e me transmitiram emoções
distintas. Nunca tinha sentido com essas músicas o que senti vendo ao vivo no
teatro – é algo grandioso demais. Mas mexe conosco, e nos comove. Em vários
momentos em tremia da cabeça aos pés e tive dificuldade de respirar, por mais
ridículo que isso pareça. De tão grande que era a emoção de estar ali vivendo tudo
aquilo.
É uma média de 40 músicas, e segundo o programa
80% do espetáculo é cantado. Eu acho que é mais, mas tudo bem. Isso só é
prejudicial por nos impedir de aplaudir todos os momentos que queremos. O
segundo ato, por exemplo, não é interrompido em nenhum momento por aplausos –
afinal as mudanças acontecem depressa, e é tudo muito bem conectado. É uma rock opera fascinante, com estilos
diferentes mesclados. “Guitarra com
violoncelo e violino? Marimba com piano e baixo acústico? Batidas que evocam The
Police, U2, The Who…?”.
É impactante. Bem como a história e os personagens
o são, as músicas ajudam em toda essa construção. Às vezes partimos de algo
calmo ou romântico para algo tão agitado que é surpreendente. Também passamos
do clássico (como o Everything Else
de Natalie) para o contemporâneo e pesado. Um pouquinho de jazz no meio. E o
que você imaginar. Mas eu sou apaixonado pelos momentos de guitarra, como o
maravilhoso momento em que Diana entra no consultório brava com The Break. QUE MÚSICA É AQUELA? Vontade
de pular da cadeira e aplaudir no mesmo momento. Parabéns a toda a orquestra!
Eu passo o primeiro ato esperando I am the One e o segundo esperando I am the One (Reprise). E elas não me
decepcionaram. Eu acho que Não está mais aqui… sabe bem, meu bem (He’s not
Here) inicia uma sequência frenética, angustiante e reveladora que só
termina com Você nunca olhou para mim (I
am the One). Ali é quando o sentimento muda e vemos que a história é séria.
É emocionante, é forte, é intenso. Diana é um máximo em You Don’t Know e todos são maravilhosos em Eu Sou – amei a interação de Gabe com Dan, que ainda não existia no
vídeo que foi divulgado tempos atrás – mas ficou mais Gabe, mais interativo,
vivo e intenso. A cena toda é arrebatadora, os aplausos, gritos e lágrimas ao
final são verdadeiros.
Make Up your
Mind / Catch me I’m falling ficou maravilhoso na nossa versão. Não me
lembro da maioria da letra, certamente (mesmo tendo visto duas vezes), mas o
final com É tarde demais e Estou me afundando é excepcional – a
maneira como colocam o frágil Gabe em uma escada, o preocupado Dan em outra, a
Diana hipnotizada e o devotado médico, e a frustrada Natalie em seu recital… é
uma cena grandiosa que acaba de maneira chocante e profundamente emocional… que
conduz a um dos momentos mais difíceis do musical.
Porque ver Diana disposta a se livrar de todas as
coisas do filho e aquela última dança dos dois é de partir o coração. Achei
ainda muito mais impactante do que eu me lembrava. Aquilo mexeu comigo muito
mais do que eu esperava, e eu demorei um tempo para superar o que tinha
acontecido e como tinha acontecido… cena maravilhosa. Uma metáfora
inteligentíssima, uma sutileza e beleza ao contar algo tão grave. Emoção define
o que acontece naqueles momentos.
Não posso comentar todas as músicas aqui, ou então
ficaria para sempre. Mas são todas marcantes de alguma maneira. Um dia mais que vem… quem surta? Aquela que vai se
tratar ou quem fica a esperar? O que te faz pensar que eu pirei? Sou real, sou
real eu sou tão real; sou um estranho que tudo vê. Perfeito pra ti… vai ser bem
legal! Vai ser bem legal! Superboy e a garota sem cor… há um lugar… quero ficar
nesse lugar… cante que é para se lembrar, imagens que estão escondidas do
olhar… e se o corte e a dor, não estava na minha mente, nem no meu sangue mas
na alma? Eu sou aquele que te sepultou…
Eu sou apaixonado pela segunda versão de Eu Sou (I am the One). Aquela cena é de
profunda emoção, e junta muita coisa que vimos antes – e finalmente coloca Gabe
e Dan frente a frente e sozinhos. É intenso e verdadeiro. A maneira como Dan
está sofrendo, como Gabe canta Eu sou quem
te amedronta, quem não quis conhecer, mas sempre estive aqui com você é
de arrepiar. E a instrumentação que muda do sofrimento ao suspense e a
intensidade da emoção. Só vendo e vivendo tudo aquilo para entender quão
emocionante é ouvir o “Gabriel” e o quão inocente e feliz Gabe parece ao dizer
“Oi, pai” – e a razão daquele curto abraço arrancar tantas lágrimas…
Indescritível.
Só para finalizar sobre as músicas, eu gosto da
maneira como Quase Normal/Next to Normal
coloca uma grande quantidade de reprises no segundo ato, mesmo curtos, mas que
retomam o primeiro ato muito bem, mas de maneira bem diferente. Porque mesmo
sendo reprises, as letras são absurdamente diferentes e cabíveis aos momentos
distintos dos personagens. E é incrível como é bom ouvir as notas conhecidas, e
como as reprises quase sempre ficaram melhores do que as originais. É o caso de
You Don’t Know, I’m Alive e I am the One. Mas também reprisamos It’s Gonna Be Good e Perfect for You de um jeito ou de outro
e Catch me I’m falling (que dessa vez
ficou Estou mergulhando).
Eu assisti ao musical em São Paulo duas vezes.
Veria mais se pudesse. E também quero compartilhar com vocês como o tempo passa
diferente em cada situação. Na primeira sessão pareceu durar uma eternidade,
graças à ansiedade e a felicidade de estar ali. E como é uma história muito
ampla e bem contada, com muita, muita música, não parece que são menos de duas
horas e meia. Mas na segunda sessão o tempo voou e eu nem vi passar.
Infelizmente tive que ir embora. O musical é perfeito. Engraçado, envolvente,
emocionante. Trata de um assunto sério e o faz muito bem, você não vai se
arrepender de ver! Não percam… até mais!
Oi... Queria perguntar se você não poderia me informar como é que ficou a adaptação de Superboy and the Invisible Girl? É a minha música preferida e eu não consigo achar a versão brasileira em lugar nenhum.
ResponderExcluirObrigado.
Olá, eu acabei postando como Música da Semana um tempo atrás, mas não se você leu... qualquer coisa, está aqui:
Excluirhttp://paradatemporal.blogspot.com.br/2013/05/musica-da-semana-superboy-e-garota-sem.html
Até mais!