Doctor Who 7x10 – Journey to the Centre of the TARDIS


O mais complexo e bonito episódio da temporada. Como os produtores prometeram há muito tempo, teríamos um episódio centrado especialmente na TARDIS e um pouco de seus segredos, além de uma revisita às suas origens para desmistificar um pouco o lugar, e deixá-la mais natural e assombrosa do que o lugar aconchegante em que tinha se transformado de uns tempos para cá. Foi um episódio maravilhoso capaz de fazer tudo isso além de apresentar belíssimas cenas profundas entre o Doctor e a Clara.
E segredos.
O episódio começa com o Doctor convencido de que precisa que a TARDIS e Clara gostem uma da outra, mas sem muito sucesso em sua missão, ele pede que ela a pilote por um tempo. O que resulta em um perigosíssimo acidente que além de liberar o Doctor em um lugar desconhecido com pessoas desconhecidas, parece ser o início de mais um episódio comum em Doctor Who. Mas no momento em que ele se dá conta que a Clara ficou perdida dentro dos “restos” de sua nave, a aventura e a preocupação começa.
Se a intenção era desmistificar a TARDIS, parabéns. O episódio assumiu, a partir desse ponto, um tom bastante escuro de confronto e mistério. Corridas em labirintos sem fim enquanto a própria TARDIS agonizava, sem contar os monstros zumbis loucos por sangue, nas profundezas da nave. Foi uma longa sequência de corrida contra o tempo, agonia, cenas sombrias e muito suspense. Maravilhoso. Além de um desespero palpável em um Doctor mais uma vez vulnerável; e também o momento em que eu o senti mais vulnerável do que nunca, que foi tendo seus segredos revelados.
Enquanto sozinha pelos misteriosos corredores da TARDIS, Clara se deparou com a inusitada biblioteca que continha até mesmo uma enciclopédia em garrafas, mas a mais interessante de todas: o livro “The History of the Time War”, na qual ela descobre várias coisas que todos os fãs de Doctor Who anseiam e refutam saber. Um delicioso sentimento paradoxal que apenas os maiores fãs da série entenderão. Mas só eu sei o quanto eu segurei a respiração em “You call yourself The Doctor. Why do you do that? You have a name, I’ve seen it” – foi um momento em que eu realmente gritei e tentei conter a emoção e ansiedade dentro do meu coração saltitante.
Bem…
O Doctor pode ter se aventurado com as pessoas erradas ao entrar na TARDIS com seu plano esquisito de salvar a Clara, mas só graças a ele que as coisas melhoraram na vida daquelas pessoas que queriam o poder e a glória. Ainda não consigo parar de acreditar que ter roubado aquele circuito foi uma das principais coisas que causaram tudo aquilo. Mas não foi apenas salvar Clara que o episódio fez, porque depressa o Doctor conseguiu se reunir a ela, mas mais do que isso era se salvar dos monstros zumbis e salvar a TARDIS – e foi aí que começou a viagem ao centro da TARDIS.
Posso dizer que eu amei os ecos de todas as maneiras que esse episódio apresentou? Primeiramente os ecos da sala de controle, teoricamente o lugar mais seguro da nave, o qual ela reproduz para salvar as diversas pessoas em ecos distintos. Mas depois ainda o eco do passado por causa da tal fenda temporal, aquele que nos permitia ver e ouvir Claras e Doctors de outros tempos, falas repetidas, tudo vago e fantasmagórico, no estilo noir do episódio. Perfeito. E o inteligentíssimo eco do futuro que me arrepia até agora apenas em pensar nessa possibilidade.
O Eye of Harmony, um dos mais clássicos mistérios da cultura whoviana. Ele me pareceu diferente de tudo o que já vimos, e com um sorrisinho em me lembrei de como ele foi retratado lá no filme do oitavo Doctor… consideremos a diferença da época, huh? Além disso, também foi maravilhoso ver o Doctor em seus momentos de desespero e de pensar que tudo estava acabado, fazendo perguntas interessantíssimas a Clara que continuam sem respostas, coisas que ansiamos por ver!
“You died again”. Quando o episódio se aproxima do fim e Doctor e Clara estão no abismo, temos a melhor sequência com Clara como companion, na qual o Doctor faz uma nova tentativa de entendê-la e a confronta a respeito de suas mortes e suas duas identidades anteriores – “WHAT ARE YOU? A TRICK? A TRAP?” foi absurdamente forte e intenso. Os dois estão de parabéns nessa cena, abusando da emoção e convencendo-nos da importância do momento. E depois ainda tivemos aquele belíssimo coração da TARDIS (meus olhos brilharam a ponto de quase chorar de emoção) e o conceito todo de fenda temporal que me fascinou…
É realmente uma pena que Clara não se lembrará desse dia para o resto de sua vida, mas talvez seja melhor dessa maneira porque assim ela nunca ficará tentada em usar o verdadeiro nome do Doctor. E isso tudo me deu esperanças de que The Name of the Doctor no fim da temporada não NOS revele o nome dele, apenas a alguns dos personagens… porque descobrir o nome do Doctor é a coisa que os fãs menos querem! Mas foi maravilhoso acompanhar esse episódio, ver as descobertas de Clara, entender um pouco da TARDIS, temer pelo futuro… maravilhoso!

Curta nossa Página no Facebook: Parada Temporal

Comentários